domingo, 6 de julho de 2014

LUKA - Tô nem ai remixes (single comercial e promocional)

Luka / Imagem reprodução

Hoje trazemos a mega postagem da canção “Tô nem ai” da cantora LUKA. Por enquanto não dispomos de informações a respeito do single promocional divulgado no Brasil. Entretanto, conseguimos imagens do single lançado comercialmente no mercado internacional. O trabalho foi distribuído na Europa entre 2004 e 2005 e apresenta diversos remixes - oficiais - editados em single vinil 12” e em Cd. Algumas imagens serão ilustradas pelo blog, para satisfazer a curiosidade dos fãs e dos colecionadores de remixes.

A música ”To nem ai” fez muito sucesso no Brasil e em vários países no mundo. Seguindo um estilo voltado ao pop dance comercial, a canção caiu nas graças de produtores e djs internacionais, que fizeram a festa e projetaram a melodia muito além das emissoras de rádio no país. Diz o ditado popular: “Quem não tem cão caça como gato”; dessa forma, a equipe do blog entende, que a cantora LUKA possui a total liberdade para trabalhar em qualquer estilo musical que bem entender, independente de suas origens. Mas essa atitude muitas vezes, não é incentivada pelas pessoas que estão ao nosso redor! Principalmente, no Rio Grande do Sul, terra natal da cantora, que estava sob “os fantasmas da ditadura musical do pampa gaúcho”, que só respeitam e incentivam o estilo musical do campo. Esse assunto será retomado ao final do texto na parte da Reflexão.

O Cd single italiano possui sete versões:
Capa
Contracapa

1-Tô Nem Ai - Radio Version 2:21
2-Tô Nem Ai - DJ Ross Radio Rmx 3:32
3-Tô Nem Ai - Delication Radio Edit) Remix 2:34
4-Tô Nem Ai - Shaved Legs Radio Edit 2:42
5-Tô Nem Ai - DJ Ross Extended Rmx 4:47
6- Tô Nem Ai - Delication Club Mix 6:04
7- Tô Nem Ai - Shaved Legs Club Mix 5:17

O Cd single lançado na Alemanha possui cinco versões:
Capa
Contracapa
CD

1- Tô Nem Ai - Radio Version 2:21
2- Tô Nem Ai - Delication Radio Edit 2:34
3- Tô Nem Ai - Shaved Legs Radio Edit 2:42
4- Tô Nem Ai - Delication Club Mix 6:04
5- Tô Nem Ai - Shaved Legs Club Mix 5:17

O single lançado na Holanda possui três versões:
Capa
Contracapa

1- Tô Nem Ai - Radio Version 2:21
2- Tô Nem Ai - Shaved Legs Radio Edit 2:42
3- Tô Nem Ai - Shaved Legs Club Mix 5:17

Existem diversos remixes que foram lançados entre 2004 e 2005. Eles foram editados por gravadoras diferentes no formato de Cd e em vinil 12" . 

O single vinil promo 12” remix distribuído na Itália contém as seguintes versões:

LADO A
1-Tô Nem Ai - Dj Ross Extended Rmx 4´47
2-Tô Nem Ai - Dj Ross Radio Rmx 3´32

LADO B
1-Tô Nem Ai - Radio version 2´21
2-Tô Nem Ai - Delication Club Mix 6´04

Single vinil 12” lançado na Inglaterra apresenta quatro versões da música cantada em inglês e em português:
Capa
Contracapa
Sleeve

1-Tô Nem Ai – Shaved legs remix
2-Tô Nem Ai – Nu electric remix 
3-Tô Nem Ai – Sharon o love up north remix
4-Tô Nem Ai – Sharon o piano feels right remix

Single vinil 12” lançado nos Estados Unidos com três versões:
Capa

Tô Nem Ai - Delication Club Mix 6´04
Tô Nem Ai - Shaved Legs Club Mix 5:18
Tô Nem Ai – Orange Factory English Club Mix 6´44

Logo abaixo você pode observar a imagem do Cd single promocional com quatro remixes, que foi distribuído pela X-treme records com o nome da música trocado. Ao invés de chamar “Tô nem ai” o título da canção foi impresso como “Tú nem ai”.

1-Tú nem ai – Shaved legs remix
2-Tú nem ai – Nu electric remix
3-Tú nem ai – Sharon o love up north remix
4-Tú nem ai – Sharon o piano feels right remix

Em 2006, a gravadora brasileira WEA relançou no mercado, o álbum "Porta Aberta" da cantora Luka. A nova edição inclui a música "Tô nem ai" na versão acústica, versão 2006 e versão extended remix, que não aparece entre os remixes lançados anteriormente. Em 2014, já foram observados novos remixes da canção circulando em mp3 na internet!

Reflexão

Falar sobre um trabalho artístico feito pela cantora LUKA e de outros artistas nascidos no estado do Rio Grande do Sul é um tarefa quase emblemática, se comparada com o entendimento musical confuso, que é sustentado no estado gaúcho, dentro de questionamentos como:  A música e produto de consumo, o ambiente musical brasileiro, a estética melódica internacional, a concepção do tempo e do espaço, a liberdade, a evolução,  entre outros....

O estado gaúcho já é culturalmente problemático por si só. Porto Alegre então, não foge a regra de representar “de forma inconsciente”, um passado tradicional campeiro, como se tivesse a eterna obrigação de sustentar a cultura da região do pampa. Tudo é claro, com honrarias aos fazendeiros, que no século XVIII brigaram com Portugal, usando a desculpa dos altos impostos cobrados pelo preço do charque e outros detalhes, que os historiadores nos contam ou nos escondem. Nem vou mencionar a apologia, que fazem a respeito de uma guerra, que os gaúchos do pampa perderam e nem vou citar a forma covarde, com que pessoas de origem africana foram enganadas ao lutar e morrer num conflito, com a promessa de compartilhamento de terras, que nunca aconteceu. O tempo passou, mas centenas de pessoas confusas ainda não admitem a verdade dos fatos!

Para agravar a situação, é fácil encontrar os herdeiros do passado cultural, misturados a “roqueiros” acomodados e superprojetados. Sob o ponto de vista reacionário, eles não evoluem na mesma velocidade, que parte do Brasil ou que parte do mundo está acostumado a se mexer. Apesar do rock ter o mesmo número de artistas gays, tanto quanto outros estilos musicais, o rock n´roll prevalece como “o ritmo” da galera, num verdadeiro ícone do macho moderno, para o macho ver e para o macho ouvir.

Apesar de o estilo fazer parte da juventude vivida pela cantora LUKA - que acabou utilizando o conceito musical roquista em seu trabalho - na prática, para desespero de músicos fundamentalistas do passado e para o espanto da própria cantora, o estilo musical eletrônico e dançante foi o conceito, que acabou projetando a carreira da artista rumo ao sucesso em “outros pagos” (outras regiões), muito além do desenvolvimento musical gaúcho!

Lembramos também, que pesquisadores afirmam, que os estilos musicais nada mais representam do que um produto de consumo de uma época. Seria algo como a sonoridade lúdica inventada por alguém para expor a sua capacidade intelectual, com ajuda de sons produzidos por instrumentos acústicos ou sintetizados, que foram colocados de forma harmônica para compor a estrutura de uma melodia. Ponto. Só isso!

Entretanto, para os donos da cultura porto-alegrense, se alguma música no contexto comercial fizer sucesso, essa música tem que ser roqueira, gauderia ou fazer discurso de palanque do tipo Chico Buarque/Che Guevara. Afinal, música popular corrompe, música brega não pode, música pop é afeminada e música instrumental é chata. Para variar, se a música for dançante ou eletrônica – Deus nos livre!

Neste caso, preferimos ficar com a multiplicidade sonora brasileira, que – por evolução e por sacudir a poeira deixada pela ditadura musical do passado – está um pouco melhor, que a musicalidade glorificada no pampa do estado gaúcho.

No ambiente social relatado, surge a cantora LUKA, que trabalha com um conceito melódico voltado ao pop rock. De repente, a cantora lança no mercado uma canção chamada “Tô nem ai” e sabe-se lá por quais motivos, acabou sendo remixada por um dj desconhecido e se tornou um grande sucesso no Brasil e na Europa em 2004/2005.

Acompanhando a explicação até aqui, sem precisar citar nomes ou locais, os internautas conseguem imaginar o quanto é difícil falar sobre um trabalho musical, diante de um público simplório, que tenta camuflar a realidade dos fatos e ao mesmo tempo permanece espalhando sua confusão e seu egoísmo particular, junto ao desenvolvimento cultural da sociedade brasileira. 

domingo, 29 de junho de 2014

Adriana Calcanhotto - Mais feliz remix (single promocional - item de colecionador)

Capa

Existem algumas canções remixadas de artistas brasileiros que o blog está formatando para serem publicadas em breve. Sabemos que os fãs e vários colecionadores estão aguardando as postagens com muita ansiedade. Contudo, lembramos que é preciso fazer o confronto de informações, entre os dados apresentados nos remixes oficiais, os remixes promocionais e os remixes não autorizados. Alguns singles foram lançados no Brasil, outros foram editados no mercado latino e outros ainda foram disponibilizados apenas no mercado internacional. Como o blog não vai fugir ou fechar a suas portas é preciso que os internautas tenham um pouco de paciência. Obrigado!
Adriana Calcanhotto reprodução

Hoje resgatamos um single promocional que passou despercebido pela galera. Trata-se da música Mais feliz da cantora Adriana Calcanhotto.  Este trabalho também poderia ser rotulado como “remix escondido”. Ou seja, um remix distribuído promocionalmente sem a devida promoção. A frase pode ser redundante, mas é a pura verdade. Não houve a divulgação necessária em torno do remix. Ao olhar simplesmente pela capa, não há nenhum sinal que chame a atenção do produto. Parece que a  melodia foi apenas editada em Cd e distribuída para algumas emissoras de rádio e para alguns djs como se fosse um objeto qualquer. Enfim....
Encarte

A música “Mais Feliz” foi composta por Dé, Bebel Gilberto e Cazuza (falecido em 1990) e regravada pela cantora Adriana Calcanhotto. Este single apresenta dois remixes + a versão original. O remix chamado “Dé e Jongui” segue um conceito musical comportado, utilizando referências melódicas do Downtempo com direito a atmosfera contemplativa – a galera que curte MPB adora!. A outra versão foi remixada por Suba (falecido em 1999) e possui uma textura mais eletrônica e um pouco mais balançada, mas não satisfatória – a ponto de agitar a pista nos clubes. Vale pelo registro e pelo diferencial na carreira artística da cantora.

Este single apresenta as seguintes faixas:

1- Mais Feliz – Versão álbum
2- Mais Feliz –  Remix by Dé e Jongue
3- Mais Feliz –  Remix by Suba

CD Remix

* Até o momento não há registro que os remixes tenham sido lançados em vinil 12” ou relançados como faixa bônus em álbuns e coletâneas da artista.

** Na sequência o internauta pode ver a imagem de outro Cd promocional simples, sem os remixes, que também foi distribuído pela gravadora Sony.

CD Simples

sábado, 21 de junho de 2014

Cidade Negra - Realidade virtual remix (single promocional - item de colecionador)

Imagem do Cd sem encarte

Ao transitar livremente entre vários estilos e conceitos musicais indo do reggae ao pop rock, em 1996 chega ao mercado brasileiro o ‘raro” single da canção “Realidade virtual”, da banda Cidade Negra.  Este trabalho não obteve o mesmo sucesso comercial alcançado por canções como: “SOS Brasil”, “O Erê”, “Onde você mora”, “A sombra da maldade”, “Pensamento” entre outros hits que fazem parte da carreira do grupo. Porém, não significa que a canção seja ruim! 

De forma simples, este single editado em Cd, foi distribuído pela gravadora Sony e apresenta dois remixes produzidos por Paul Ralphes + uma versão original e + a versão ao vivo. Mesmo que para muitos fãs a masterização da melodia tenha ficado fraca, tornando a canção um tanto “miúda”, a composição feita por Toni Garrido e Da Gama é bem interessante e conta com a participação da cantora Patra cantando em inglês. Para a equipe do Blog, o remix “Slackers mix2” é a melhor versão entre os dois remixes. Não há registro que o single tenha sido editado em vinil 12” remix. A canção original foi oficialmente lançada pela banda em seu 4º álbum de estúdio chamado “O Erê”.

Este single apresenta as seguintes faixas:

1- Realidade Virtual – Álbum version   4´02
2- Realidade Virtual – Ao vivo  5´35
3- Realidade Virtual – Slammin Mix2+  3´51
4- Realidade Virtual – Slackers Mix2+  3´17

* Existe outro remix oficial para a canção "Realidade Virtual" que foi produzido pela galera do ASWAD e lançado no Brasil em 1999 num álbum duplo com os principais sucessos da banda. A coletânea foi chamada de HITS & DUBS”. No ano seguinte, o mesmo remix também foi incluído em outra coletânea do grupo que apresenta diferentes versões das musicas originais, que foram editadas no estilo musical de “DUB”. Esta compilação foi disponibilizada apenas no mercado internacional.

Capa do álbum “Hits & Dubs” versão brasileira (Cd duplo ou Cd simples)

 
Capa do álbum “Dubs” versão européia (Cd simples)

sábado, 14 de junho de 2014

Skank - Mandrake e os cubanos / The Memê´s Mixes (single promocional - item de colecionador)

Imagem do Cd sem encarte

Lançada oficialmente no álbum “Siderado”, a versão normal da canção Mandrake e os cubanos da banda de poprock Skank, fez bastante sucesso nas rádios comerciais pelo Brasil. Porém, quando o remix da música tocava, ninguém sabia explicar de onde havia surgido a versão. “Foi engraçado, de repente ela apareceu na programação de nossa rádio e se espalhou em meio a cópias piratas entre djs e outras FMs, que também queriam tocar a versão para atender aos pedidos dos ouvintes”, lembra um comunicador de uma famosa rádio em São Paulo, que não quis se identificar.
Skank - Imagem reprodução

Essa situação não é novidade para a equipe do blog, que já está acostumada com a falta de informações sobre os remixes nacionais, que agitam o povo nas pistas e nos programas de rádio voltados ao público dance. A principal dúvida relacionada a melodia, era se ela tinha sido lançada oficialmente ou se era um remix montado em computador no fundo de quintal. Entretanto, para a felicidade dos fãs e do público, a equipe do blog Brasilremixes conseguiu localizar um exemplar do remix, que foi editado num Cd promocional, sem encarte e sem alarde. O single foi distribuído pela gravadora Sony Music em 1998.
Detalhe do Cd 

Trata-se do que poderíamos chamar de “remix escondido”. Ou seja, um remix produzido oficialmente, mas com pouca divulgação. Outros artistas brasileiros também passaram por algo parecido e já tiveram suas músicas remixadas e distribuídas num formato promocional simplório.  Porém, lembramos que é alguma coisa no meio do nada!
Detalhe do Cd 

O single remix  da canção Mandrake e os cubanos foi produzido pelo Dj Memê e apresenta um total de quatro versões. O conceito utilizado no remix principal "Memê´s pop dance mix" é bem simples, levemente dançante e comercial. Uma versão sem muitos efeitos e boa para tocar em programas de rádio. Na pista talvez funcione durante a sessão de música pop brasileira. Nada mais que isso! A outra versão chamada “Special for Dj´s dub” é uma variação do remix principal sem os riffs de guitarra na primeira parte da melodia. Na sequência temos as versões “TV Track” e “Instrumental”, que seguem o mesmo conceito dos remixes anteriores, mantendo apenas a base instrumental sem os vocais.

Este single apresenta as seguintes faixas:

1- Mandrake e os cubanos – Memê´s pop dance mix  4´36
2- Mandrake e os cubanos – Special for Dj´s dub  4´36
3- Mandrake e os cubanos – TV Track  4´36
4- Mandrake e os cubanos – Instrumental  4´27

* Não há registro que o single tenha sido editado em vinil 12” remix.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

AD - AD (CD álbum) Item de colecionador

Capa

Mais que o simples fato de deixar o nome gravado na história da música eletrônica brasileira, a dupla “AD” formada por Jarbas Agnelli (teclados e programação) e Waldo Denuzzo, (baixo e guitarra) apresentam um trabalho ousado e bem interessante ao experimentar novas texturas musicais sintéticas que trazem um pouco de rebeldia sonora ao ambiente pirotécnico dos clubs.
Capa alternativa

Lançado em 2000 pela gravadora TRAMA, no álbum de estreia (o único oficial até o momento), nota-se uma influência melódica bem forte que vai do Techno ao Broken Beats do tipo “Chemical Brothers e Proppelerheads”, com a utilização de colagens musicais, riffs de guitarra raivosos e um ambiência melódica tipicamente underground, repleta de loops musicais sobrepostos e distorcidos.

Entre várias melodias, o álbum apresenta um total de 12 faixas com direito a bônus track, trazendo um bom remix para a canção "A semana", que muitos consideram a versão mais pop e mais confortável do álbum inteiro, para ser ouvida por pessoas mais sensíveis, digamos assim.  O trabalho também traz a participação especial da cantora Fernanda Young que colabora nas canções “Plástico” e Tools;  e do cantor Márcio Mattos que participa da música “A noite inteira”.  
Encarte 01
Encarte 02
Encarte 03
Encarte 04
Encarte 05

Este álbum apresenta as seguintes melodias:

1  AD-20 (Keep Going)            
2  AD-27 (Get Down)           
3  AD-13 (Impulsos Incontroláveis)            
4  AD-17 (A Noite Inteira)            
5  AD-8 (Contact)           
6  AD-7 (Plástico)            
7  AD-2 (Tools)            
8  AD-22 (Rangido Ritmado)            
9  AD-6 (Piscina)            
10  AD-18 (What In Hell Is They Want?)            
11  AD-25 (Blá, Blá, Blá.)            
12  A Semana (Remix)

Contracapa
CD

* Ainda é possível adquirir este álbum em lsites que comercializam musicas no formato digital ou em lojas de discos usados.

** Não há registro que este trabalho tenha sido editado em vinil.

*** Para algumas pessoas “AD” é a abreviatura de “Anno Domini”, expressão em latim que significa - In the year of the Lord - “No ano do Senhor”.  

domingo, 1 de junho de 2014

Edson Cordeiro – Clubbing (CD álbum)

Capa 

Hoje revisitamos o álbum “Clubbing’ do cantor Edson Cordeiro, que foi lançado em 1998 pela gravadora Sony. Neste período o Brasil passava por um momento importante na música eletrônica. De acordo com pesquisadores, o aprimoramento tecnológico na concepção musical eletrônica se disseminou na cultura popular brasileira, a partir de 1995 e durou de forma contundente durante dez anos (até 2005). Desde então o estilo tem se estabelecido com normalidade.

- Mas qual foi o parâmetro utilizado nesta análise?

Didaticamente falando, haviam diversos gêneros musicais que conhecemos funcionando a todo o vapor no país. Ao mesmo tempo alguns desses trabalhos foram elaborados com bases eletrônicas e estavam sendo lançados no mercado brasileiro de forma tímida. Como evoluir é inevitável e o desenvolvimento também passa pela musicalidade em todas as partes do mundo, já era hora do Brasil explorar um novo conceito musical mais tecnológico e menos bairrista.

- É óbvio que o movimento cultural e tecnológico brasileiro foi influenciado pelos ventos de desenvolvimento sonoro, vindos de culturas mais independentes e evoluídas de outras partes do mundo. Se dependesse exclusivamente dos brasileiros e de uma "luz divina", o desenvolvimento não iria acontecer. Muitas pessoas são acomodadas e preguiçosas! Lamentamos dizer isso! Mas contra fatos não existem argumentos.   

Dessa forma, a partir da metade da década de noventa (1995) começou a surgir uma grande agitação de artistas brasileiros envolvidos com o conceito musical eletrônico. Essa característica foi se desenvolvendo ao longo dos anos e abriu caminho para novos talentos e novas concepções musicais que seguem o modelo de vida atual. Houveram diversas apresentações, debates e conferências envolvendo o trabalho de cantores, bandas e djs nacionais e internacionais. As raves e as festas ao ar livre tomaram conta e agitaram a galera em grande parte do país, até a metade da primeira década de 2000 (2005). Aos poucos o estilo eletrônico de fazer música foi se popularizando e atualmente já está inserido no contexto musical brasileiro.

Egoístas musicais

Pode parecer prático, mas o caminho não foi tão simples assim. Havia uma “tranqueira musical egoísta e ditatorial“ sustentada por várias pessoas em diversos seguimentos da cultura do passado e nos bastidores musicais brasileiros.  O desdém para com a música eletrônica, incluía pessoas que trabalhavam na mídia em geral e em algumas gravadoras – que tentavam a todo custo, menosprezar a musicalidade eletrônica no Brasil.

Fato semelhante ocorreu também no final da década de 60 e nos anos 70 quando, por exemplo, o rock´n´roll foi acusado de aberração satânica frente aos moldes sociais praticados na época. Parte da velharia musical acomodada chegou a descrever o rock como sendo “anti-cristo” apocalíptico!! Quando na verdade era apenas um tipo de sonoridade musical diferente. Pesquisadores afirmam que foram tempos em que as interpretações populares revelavam o medo, a falta de informação, a falta de desenvolvimento, o egoísmo e o preconceito de parte do Brasil em relação a tudo que era diferente do seu costume musical, pré-doutrinado e policiado por algumas pessoas que atuavam junto ao poder político cultural do país.  

Após 2005, a utilização de elementos musicais que abraçam a estética melódica eletrônica continuou de forma normal. Porém, algumas pessoas no Brasil ainda confundem timbres eletrônicos com música dançante superficial. Para se ter uma ideia, no continente europeu, a sonoridade eletrônica já existe na forma popular desde a década de setenta e possui estatus de música erudita.  Os mais velhos respeitam o desenvolvimento e o gosto musical dos mais jovens – o que não ocorre no Brasil, infelizmente.  Nos países europeus, diversos artistas conceituais, alternativos, comerciais e undergrounds já se esbaldaram em meio a timbres e blips eletrônicos. 

Contracapa 
O álbum de Edson Cordeiro não traz o perfil de ser uma obra-prima. Também não é comercial ou dançante, mas registra um trabalho musical simples e experimental ao utilizar o conceito eletrônico de forma inteligente.  Muito bem produzido pelo aclamado produtor (SUBA), falecido em 1999, as melodias transitam de forma harmônica entre bases do downtempo, passando pela música pop e abraçando a ambient music com algumas doses bem suaves de drum n´bass.

Além de cantar em inglês e em português, Edson Cordeiro faz uma boa releitura de canções como “Mercedes Benz” (Janis Joplin), “Menino do Rio” (Caetano Veloso), “Oye como vá” (Tito Puente) e “Lovin´you” (Minnie Riperton). Tudo é claro, embalado numa estética sonora eletrônica bem diferente aos padrões musicais brasileiros vividos em 1998. Por fim, os fãs e ouvintes são presenteados com dois remixes para a canção “Ave Maria”. Um deles foi produzido pela dupla “Thievery Corporation”, que recentemente lançaram o ótimo álbum chamado “Saudade”. O outro remix ficou sob a responsabilidade do pessoal do AD, que desapareceu de cena nos últimos anos.  Não é um trabalho que vai mudar a vida das pessoas, porém merece ser ouvido no quesito de conhecimento e história musical.
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O álbum apresenta as seguintes canções:

1 Nightclubbing  3:30 
2 Nada  3:32 
3 A Saída  4:44 
5 Menino Do Rio  4:31 
6 Até O Fim Do Mundo  3:35 
7 Oye Como Vá  3:49 
8 Sometimes I'm Happy  3:31 
9 Viúva Negra  3:49 
11 You Make Me Feel Like Dancing  3:57  
12 Voz  5:50 
13 Ave Maria  4:59

CD

Na sequência você pode ver as imagens do single promocional raro editado em vinil 12" remix, que foi distribuído pela gravadora Sony em 1998. O single apresenta os dois remixes para a canção "Ave Maria" + a versão original da música "Oye como va". Lembramos que os remixes "AD Remix e AD Version" são iguais, apenas mudaram de nome. 

Sleeve 
LADO A
1- Ave Maria (Álbum version) 4´59
2- Ave Maria (Thievery Corporation remix) 4´00

LADO B
1- Ave Maria (AD Version) 4´50
2- Oye Como Vá  3´49 

* Não há informação que este álbum tenha sido editado em vinil. 

** Ainda é possível adquirir o álbum em lojas que comercializam musicas no formato digital ou em lojas que vendem discos usados.