sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Edson Cordeiro - Ave Maria remix (single promocional - Item de colecionador)

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Enquanto os músicos permanecem na disputa pela definição do verdadeiro autor(es) da letra da música “Ave Maria”, a equipe do blog vai se concentrar no trabalho do cantor Edson Cordeiro e na interpretação feita por ele, para uma melodia muito popular na escola musical erudita.

Ao ser produzido pelo saudoso Mitar Subótic (SUBA), o cantor Edson Cordeiro conseguiu fazer uma boa interpretação da música Ave Maria, que foi incluída em seu álbum “Clubbing” lançado pela gravadora Sony em 1998. O qual, já foi postado pelo blog Brasilremixes. Para rever clique aqui!
Edson Cordeiro / Reprodução

Se a interpretação da música por si só já necessita de uma atenção especial, imagine a responsabilidade dos produtores e músicos que tiveram a coragem de remexer na melodia, para tornar a canção agradável ao público e atraente para a pista de dança.  

A tentativa foi muito interessante no sentido contemporâneo, mas o resultado comercial infelizmente não convenceu. Mesmo com o esforço da dupla Thievery Corporation e da galera do projeto AD, os remixes não agitaram o povo nas pistas. Nem os clubes comerciais, nem os clubes alternativos e nem a galera mais conceitual foi seduzida pela proposta das versões. Diante do resultado, era previsível que a maior parte das pessoas e dos programadores musicais das rádios, ficassem desinteressados pelo trabalho.

Esse tipo de análise é importante para Djs, produtores e músicos refletirem que é preciso muito mais que habilidade técnica e conhecimento musical para desenvolver uma boa canção - independente do ano e do estilo em que ela foi originalmente produzida.
Contracapa

Entretanto, ao colocar a melodia num contexto e num ambiente musical separado, tanto a versão original quanto os remixes estruturados na linha eletrônica, ganham pontos ao servir como trilha musical publicitária ou para ilustrar com intensidade, a cena de um filme ou peça teatral. Mesmo que os remixes não sejam comercialmente dançantes, lembramos que nessa área, todas as canções de qualquer artista podem ser regravadas e remixadas em qualquer estilo, por inúmeras vezes.

Para finalizar, o single também apresenta uma releitura feita por Edson Cordeiro, para a canção “Oye como vá” de Tito Puente, escrita em 1963.

O Cd single possui as seguintes faixas:

1- Ave Maria - Album version -  5´04
2- Ave Maria - Thievery corporation remix - 4´00
3- Ave Maria - AD version - 4´50
4 - Oye como va - 3´49
CD

* Na sequência você pode ver as imagens do single promocional raro editado em vinil 12" remix, que foi distribuído pela gravadora Sony em 1998, para o mercado internacional. O single apresenta os dois remixes para a canção "Ave Maria" + a versão original da música "Oye como va". Lembramos que os remixes "AD Remix e AD Version" são iguais, apenas mudaram de nome.
LADO A

1- Ave Maria - Album version - 5´04
2 - Ave Maria - Thievery corporation remix - 4´00 
LADO B

3- Ave Maria - AD version - 4´50
4 - Oye como va - 3´49

** Agradecimento especial ao Dj Eduardo "Duda" Vieira por ter fornecido as imagens para ilustrar a postagem de hoje. 

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

S.O.2 - Paranauê 2000 remixes - (single promocional - Item de colecionador)

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Na virada do milênio surgiu o projeto artístico S.O.2 que era formado pelo Dj e produtor Sylvio Muller e o músico Pedro Franceschini. A pesquisa e a produção musical de ambos, pode ser conferida no single promocional da canção Paranauê 2000, que foi  distribuído pela gravadora SONY. A música é uma melodia muito cultuada pelo folclore popular em grande parte das regiões litorâneas do Brasil. Como o país é quase um continente, é importante que as pessoas não confundam os costumes e os aspectos históricos de cada região.

Em ordem cronológica para saber e lembrar:

1) O Brasil era habitado por Índios.

2) Foi descoberto/invadido/colonizado pelos europeus.

3) Houve a tentativa de escravizar os índios e não deu certo.

4) Então os colonizadores europeus compraram, escravizaram e trouxeram para o país, milhares de pessoas  do povo africano.

5) No período onde a escravidão era permitida por lei, nasceram grupos contra essa prática social. Nessa época também foram criadas e misturadas canções, melodias, cantigas populares e instrumentos musicais que fazem parte do desenvolvimento musical folclórico brasileiro.

6) Devido a mistura de culturas, nas regiões ribeirinhas ao rio paraná nasceu a expressão “Paranauê”.

7)  Não! Na Amazônia os índios não cantavam Paranauê! Era apenas entre os escravos africanos condicionados no litoral brasileiro e nas cidades próximas ao rio paraná.

Os historiadores afirmam que na língua indígena tupi, a palavra "paraná" significa "semelhante ao mar", e era usada pelos índios para denominar grandes rios.  No caso do monossílabo, "auê", era uma gíria que funcionava como saudação. Ao juntar as palavras, acabou nascendo a expressão Paranauê que foi usada no refrão da famosa cantiga "Abadá da Capoeira” que diz: (Paranaueeeê..... Paranauê..... Paraná). Esse canto se transformou num código, que fazia alusão à liberdade que os escravos encontrariam além do Rio Paraná, local até então onde não seriam caçados por feitores ou bandeirantes, no período em que reinou a vergonhosa e estúpida condição social de escravidão no Brasil.

A canção Paranauê, além de ser muito utilizada pelos praticantes da arte de capoeira, possui a vantagem de ser uma melodia sem prazo de validade definido. Embora, tenha sido oficialmente criada no século XIX e regravada por diversos artistas ao longo dos anos, a canção possui luz própria para agitar a galera e ao mesmo tempo, continuar sendo utilizada como um grito de liberdade diante das mazelas sociais brasileiras.
Contracapa

Dependendo da temática da festa, os remixes produzidos pelo Dj Sylvio Muller e Pedro Franceschini, satisfazem quase todas as pistas de dança. As versões da canção apresentam influências musicais afro-brasileiras temperadas pela variedade de timbres, efeitos e estilos musicais eletrônicos festivos, que vão do Latin House ao Euro House. Para ouvir, comprar os remixes e obter outras informações a respeito do trabalho musical do "S. O. 2" os internautas podem clicar aqui ou aqui

O single promocional registra as seguintes faixas:

1- Paranauê – Original version 4´17
2- Paranauê – Berimbau House mix 3´43
3- Paranauê – Classic mix 4´17
4- Paranauê – Sambodromo Edit 3´55
5- Paranauê – Fiesta da capoeira 4´25
6- Paranauê – Berimbau House extended 4´51
7- Paranauê – Sambódromo extended 5´03
8- Paranauê – Paranáeuro 4´34
9- Paranauê – Angola ló-fi 5´01
10- Paranauê – The jogo percussion 4´17
11- Paranauê –  Paranadub 4´48
CD

* Não há registro que o Cd single tenha sido lançado em vinil 12”.

** Tanto a versão original quanto alguns remixes contidos no single, apareceram na época, em diversas compilações lançadas comercialmente no Brasil.

*** A música Paranauê e alguns remixes também foram editados no álbum “Brazilian Influences”, que foi lançado na Europa pelo Dj Sylvio Muller, através da gravadora Music Bank Brasil. Não existe uma compilação chamada “The jogo – Spirits from capoeira”, como aparece no texto da contracapa do single promo de Paranauê 2000. Havia um projeto inicial, mas o nome foi alterado para Brazilian influences. Na sequência podemos ver a imagem do álbum editado na Europa.
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sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Fernanda Abreu - Bidolibido remixes (Single promocional - Item de colecionador)

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Enquanto a cantora Fernanda Abreu promove o lançamento do seu novo e ótimo álbum chamado “Amor geral”, a equipe do Brasilremixes relembra os remixes da canção Bidolibido, lançados lá no início do novo milênio.
Fernanda Abreu / reprodução

A proposta da canção brinca com o trocadilho verbal da língua portuguesa, fazendo um jogo de duplo sentido ao trazer a combinação de palavras que possuem uma sonoridade parecida ou igual, mas com significados diferentes. A canção Bidolibido faz parte do álbum “Na paz”, lançado em 2004, pela gravadora EMI. Porém, o single com remixes foi distribuído de forma promocional em data imprecisa, entre 2004 e 2005.

Devido a falta de referência e a fragilidade na distribuição logística da música, tanto o Cd single como a produção dos remixes é um assunto desconhecido pela maioria dos fãs, colecionadores e Djs. As poucas informações existentes, sugerem que se trata de um trabalho simples. O single apresenta um encarte textual trazendo apenas o nome dos remixes sem imagens ilustrativas. As versões foram produzidas por vários djs, nominados de acordo com cada remix.
Fernanda Abreu / Reprodução 

Mesmo que a canção original e os remixes não tenham caído no gosto do público, ao analisar a sonoridade do trabalho, podemos perceber que a repaginada musical é muito interessante e segue a linha estética de remixes comerciais com base eletrônica, que eram produzidos no Brasil naquela época. A versão assinada pelo Dj Roots é ótima para ser tocada em programas de rádio. Mas, dependendo da proposta de cada festa, a pista ferve ao som dos remixes elaborados por Toni Mazotti e Jose Wiz. Para ouvir um pedaço de cada remix da música Bidolibido, os internautas podem clicar aqui!

O single apresenta as seguintes versões:

1- Bidolibido  - Versão álbum 3´24
2- Bidolibido  - Remix Dj Marcos AS 5´48
3- Bidolibido  - Remix Dj Toni Mazotti  3´26
4- Bidolibido  - Remix Dj Jose Wiz  5´11
5- Bidolibido  - Remix Dj Roots 5´42

* Agradecimento especial ao fã clube FSLA da cantora Fernanda Abreu, por ter disponibilizado a audição de um pedaço de cada remix num vídeo postado no Youtube, para que os fãs, colecionadores e o público em geral possam ouvir e ter uma ideia de como ficaram as versões remixadas.

** Não há informação até o momento, que o single tenha sido editado em vinil 12”. 

*** Seria bem interessante que a gravadora (no futuro-agora) lançasse um CD box  especial, com remixes de todas as músicas que fizeram parte da primeira fase da carreira da cantora. É bom ficar na torcida, pois material não falta....

domingo, 18 de setembro de 2016

Nude - Spiritual reality/Trance Journey (álbum)

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Durante a semana localizamos nos arquivos musicais do Brasilremixes o ótimo CD do projeto NUDE. Lançado em 2002 pela gravadora Azul Music, na época o tão aguardado álbum Spiritual Reality – Trance journey apresentou um conceito melódico voltado para o Trance e um pouco de Trance progressivo.

É importante saber que no final do século passado, o estilo musical do Trance foi muito popular na Alemanha, Áustria e Holanda. Entretanto, além da Europa, outros países pelo mundo também se esbaldaram com o ritmo. Porém, isso aconteceu em momentos mais localizados como numa cidade, capital, região ou numa festa específica. No caso do Brasil e América Latina não houve unanimidade e todo aquele "glamour" que envolve determinados estilos musicais. Dizem os pesquisadores que o país estaria mais voltado pra batucada do que necessariamente para a melodia.

Muito além dos clubes e das raves, Trance music é um estilo musical contrário ao jeito atrasado e indiferente de ser e de viver. Segundo psicólogos, o estilo remete a um ambiente tecnológico, futurista, veloz, desenvolvido, limpo, energético, espacial e científico, dentro de uma estética de vida arquitetonicamente organizada. Um fato nos mostra (e contra fatos não existem argumentos...) que a estética musical do Trance nunca foi associada a um lugar bucólico, frequentado por pessoas sofridas num cenário de abandono e esquecimento! Ou seja, o Trance nunca foi ligado a pessoas ou a ambientes bregas, velhos e abandonados.
Encarte 01
Encarte 02
Encarte 03
Contracapa

Apesar de pertencer a mesma raiz musical, é importante não confundir Trance com Psy Trance, Progressive Trance, Hard Trance, Epic Trance, Goa Trance, Vocal Trance e outras variações e subgêneros.
Nude live / Imagem reprodução

Formado por Marcelo Gallo (samples, synths, programação e produção) e por Gonçalo Vinha (Synths, samples e vocoders), o NUDE, foi um dos representantes mais bem sucedidos na linha musical do Trance made in Brazil.
Marcelo Gallo / Imagem reprodução
Gonçalo Vinha / Imagem reprodução

Tanto quanto outros brasileiros, a dupla utilizava referências melódicas e um padrão musical rítmico bem próximo a linha melódica internacional. O álbum Spiritual Reality – Trance journey foi composto, produzido e gravado pelo próprio NUDE. 

O álbum possui as seguintes faixas:

1- Dreams 5´51
2- Carnaval 4´34
3- Space Man 7´45
4- A Song For You 5´54
5- Babylon 4´18
6- Sunday 6´01
7- Frozen 8´26
8- Wake Up 7´44
9- Fairplay 7´35
10- Made In Mars 6´38
11- Mantronixx 7´56
CD

* O Cd não foi lançado em vinil.

** Quem inventou o Trance não foram os brasileiros. Isto é, trata-se de um estilo musical gringo adaptado a linguagem tupiniquim.

*** Reflexão ....

"Nem todo o artista tem interesse em provar que a música pertence à raiz salgada ou à raiz doce de um povo. Seja do lado Norte, Sul, Leste ou Oeste. Os artistas são livres. É apenas música!" 

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Que fim levou Robin? - Aqui não tem Chanel (álbum)

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Antes de falar no projeto musical do grupo Que fim levou Robin?, precisamos entender o contexto melódico ao qual ele pertencia. É necessário conhecer a estética musical de outros artistas semelhantes como os americanos do Deee-lite com as músicas “Groove is in the heart” e “Power of love”, os ingleses do projeto S´Express com as canções “Theme from express” e “Superfly guy”, as brasileiras do grupo Frenéticas e os sucessos “Perigosa” e “Dancin days”, os dinamarqueses do Aqua e os hits “Barbie Girl” e “Doctor Jones”, o grupo belga chamado Plaza que agitou a galera cantando “Yo-Yo” e “Hey-hey-hey”, entre outros exemplos musicais que também divertiram o povo nos clubes. Portanto, o QFLR? não estava sozinho e não fazia parte de um delírio urbano isolado. Seguindo a mesma linha de pensamento, é importante observar o movimento da Disco music e suas divas, o conceito de Dance music, e, o desenrolar da vida noturna nos clubes pop/alternativos mais descolados no mundo na década de 90. Pronto!
Encarte 

Agora sim, colocando as cartas na mesa, as pessoas poderão compreender a proposta e a estética musical do grupo brasileiro QFLR?; independente de crença, cor, opção sexual, idade, classe social e todos aqueles conceitos e preconceitos, que a sociedade adora ficar se comparando e se menosprezando. Portanto, não adianta falar do grupo QFLR? fora de uma explicação sobre o meio artístico/social, ao qual ele nasceu.
Contracapa

O projeto Que fim levou Robin? é reconhecido como o primeiro grupo comercial brasileiro, 100% voltado para a Dance Music e música eletrônica. Existe aquelas pessoas que trabalham o dia inteiro, ouvem todo tipo de lamentação e safadezas sociais, a corrupção política e as demais bobagens que se passam na sociedade? Pois é, nesse momento muitas pessoas dizem: Agora chega!!! Eu quero sair, beber, dançar e me divertir por algumas horas, sem ter a preocupação de ouvir canções voltadas para problemas sociais ou discurso de palanque! Então, nessa hora entrava em cena a diversão e a proposta musical do grupo Que fim levou Robin?
Detalhe do encarte

História

Em 1991 a gravadora WEA/Warner surpreendeu muita gente ao lançar no mercado brasileiro, um disco simples com o título Aqui não tem Chanel, de um grupo desconhecido da cena musical brasileira. Aliás, a proposta do QFLR? além de não seguir os padrões musicais tupiniquins (baixo-guitarra-bateria-percussão), ao mesmo tempo abraçava todos os tipos de público, que se esbaldavam nas festas e pouco se importavam na pista de dança, se os garotos não eram mais garotos ou se as garotas não eram o que deveriam ser.....
QFLR? em 1991. Imagem reprodução

Formado pelo Dj Mauro Borges, com a participação do Dj Renato Lopes e as backing vocals Bebete Indarte e Claudia, o QFLR? utilizava os apetrechos tecnológicos disponíveis no país, de acordo com a habilidade e conhecimento de seus integrantes e apoiadores. Em sua estreia, o grupo apresentou um álbum com letras provocativas, bem-humoradas e de duplo sentido. Ou, como a jornalista Erika Palomino escreveu no livro Babado Forte, lançado em 1999, pela editora Mandarim...

“...o grupo estava inspirado na estética do Deee-lite, no vídeo da música Deep in Vogue (de Malcolm Mclarem), na estilista Coco Chanel, na Madonna e no conceito “faça-você-mesmo” da cultura clubber....”,

Parte da cultura "clubber" tinha uma atitude musical, independente daquilo que a sociedade conservadora e doutrinada pensava ou deixava de pensar.
Dj Mauro Borges

As canções "Que fim levou Robin?" e "Aqui não tem Chanel" foram aceitas pelo público e o grupo conquistou fama nos clubes e nas principais emissoras de rádio pelo Brasil. O disco, que teve a produção de Dudu Marotte, também registrava uma ótima releitura da canção "Dancing Days" das Frenéticas, que foi gravada por elas originalmente em 1978, no auge das discotecas.
Dj Renato Lopes

Muitos fãs, Djs, colecionadores e parte da crítica musical atualizada, consideram o disco importante para Dance Music brasileira. Aliás, é um trabalho musical que todo o Dj brasuca deveria ter e conhecer. A equipe do blog lembra que na época de lançamento, o disco Aqui não tem Chanel do grupo QFLR?, preenchia um espaço vazio no meio de migalhas e remixes nacionais produzidos até então por meia dúzia de DJs brasileiros, apenas. 

O disco possui as seguintes faixas:

LADO A
1- Aqui não tem Chanel 4´07
2- Tia  3´27
3- Que fim levou Robin? 3´59
4- O rei e a rainha do shopping 3´30

LADO B
1- Dancin´ days  4´12
2- Sei lá não sei o que 3´32
3- Objeto de uso pessoal 4´08
4- A última caçada  4´35

* Além de ter sido lançado em vinil e em CD, na imagem seguinte podemos ver que o disco também foi editado em  fita K-7.
** A versão em CD possui uma faixa bônus com o remix da canção Aqui não tem Chanel (The sapucai mix).
Capa
Contracapa

*** Em 2014 foram lançados onze remixes da canção Aqui não tem Chanel. Para rever a resenha já postada pelo blog, clique aqui!

**** Ao clicar no link em destaque, (Programa batendo o prato / Mauro Borges) o internauta poderá ouvir e assistir a uma entrevista com o Dj Mauro Borges que conta detalhes de sua carreira e o trabalho do grupo.

***** Em outro link disponível no Youtube, o internauta poderá ouvir a participação do (QFLR no programa Novas Tendências), apresentado por Jose Roberto Mahr em 1991.

Quem nunca brincou de hedonismo?

“Abra as suas asas,
Solte suas feras,
Caia na gandaia,
Entre nessa festa....
Me leve com você,
Pro seus sonhos mais loucos..........”

As palavras em destaque fazem parte da canção “Dancing Days do grupo Frenéticas, que se tornou hino nos clubes e nas festas pelo Brasil. A composição exemplifica muito bem o que poderíamos chamar de momento “hedonista” do ser humano na pista de dança. Segundo psicólogos, a letra da música reflete (consciente ou inconsciente) uma atitude de celebrar o prazer supremo, o devaneio, a curtição ou até mesmo algo superficial e “politicamente incorreto”, como estilo de vida.

Da mesma forma que existem canções voltadas para o discurso de palanque, o protesto político, as mazelas sociais, a futilidade, o saudosimo entre outros; também pode ser observado a combinação de frases com influência “hedonista” em diversas composições musicais nacionais e internacionais. Na mídia tupiniquim (Rádio / jornal / revistas e TV)* a pessoa (profissional ou não) que falava sobre música, geralmente não possuía um olhar holístico sobre a musicalidade e suas variações como um todo. Quem perdia com isso era o público que formava uma opinião crítica limitada.

Geralmente, quem falava de rock, somente escrevia sobre grupos de música roqueira. Quem falava de sertanejo, só opinava sobre os artistas da linha musical sertaneja. Quem falava sobre Dance Music só sabia dizer se era bom ou ruim e assim sucessivamente. Refletir sobre conceitos musicais envolvendo vários estilos, era muito trabalhoso e até parte do público consumidor não conseguia compreender o óbvio. Imagine então entender aquilo que os seres humanos faziam e cantavam no seu dia a dia?

É claro que, passados 25 anos, muita gente vai torcer o nariz e dar gargalhadas ao assistir alguns vídeos espalhados na internet com apresentações do grupo QFLR? ao vivo. Alguns, inclusive, posteriormente viraram motivo de piada. Mas, tudo faz parte de uma estética dançante que existia lá no final do século passado. O grupo nunca foi uma superbanda musical produzida por mega produtores especializados. Era tudo feito de acordo com o dinheiro, o conhecimento e a tecnologia brasileira disponível, na época.

Por isso, que entre cobras e lagartos na cena musical mundial, a equipe do blog resgatou aspectos musicais hedonistas, que são inconscientemente praticados na composição de várias canções e estilos, desde "Start me up" dos Rolling Stones, passando por "Twist and shout" dos Beatles e chegando até o "Camaro amarelo" da dupla Munhoz e Mariano. De forma provocativa, para algumas pessoas a composição do QFLR? pode ser considerada fraca, mas todo mundo no meio musical tem culpa no cartório! Debaixo dos caracóis dos seus cabelos pode ser muito bom para caetanos da vida, mas, quem sabe, se não é dos carecas que elas gostam mais?

* (Não havia internet naquela época!)

** Agradecimento especial ao Dj Benno que colaborou com algumas imagens para ilustrar a postagem de hoje.


*** Se alguém ainda não entendeu o conceito de música + estilo + moda + atitude + dança do grupo Que fim levou Robin?, a equipe do blog escolheu o vídeo internacional do projeto Off-Shore com a música I can´t take the power (lá no Youtube tem) que mostra "explicitamente" qual era a vibe dançante da galera descolada, que frequentava os clubes entre 1988 e 1991.  Alguém poderá dizer: - Ahh mas é apenas uma dancinha!? - Mas ninguém disse que era diferente! Quem procura música de discurso ou música de palanque tem que voltar pra ditadura na década de 60!  

**** Essa resenha foi postada bem no dia de comemoração da independência do Brasil em 2016.