quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Sandra de Sá - Soul de verão (Fame) remix - (Single comercial e promocional)

Sandra de Sá / Imagem reprodução

Na década de 90 a cantora Sandra de Sá surpreendeu aos fãs e o público com o lançamento do ótimo álbum chamado “A lua sabe quem eu sou”, pela gravadora WEA. O trabalho musical fez grande sucesso e entre várias canções relembramos o single da música Soul de verão (Fame), que foi distribuído promocionalmente em 1996 e lançado comercialmente em 1997. A melodia é uma adaptação livre da música “Fame”, da cantora  Irene Cara lá nos anos 80.

É importante que o internauta tenha cuidado para não misturar as informações. “Fame” é um filme americano produzido em 1980 e “Flashdance” é outro filme americano produzido em 1983. Ambos fizeram um grande sucesso e a cantora Irene Cara canta duas musicas que fazem parte da trilha sonora de cada filme. Ou seja, o nome de cada canção é igual ao título do filme. A música Soul de verão (Fame) da cantora Sandra de Sá, foi criada a partir de referências musicais apresentadas na melodia “Fame” e não tem nada a ver com "Flashdance". A distorção musical de "tempo" na década de oitenta, era o fato de que não existia uma sincronia musical mundial. Por exemplo, uma canção de sucesso no exterior demorava entre seis meses a um ano para ser oficialmente lançada no Brasil. 

Soul de verão (Fame) - Single comercial
Capa
Contracapa
CD

O single comercial apresenta uma versão reggae + uma versão curta e apenas um remix (Lush Strings Mix) editado por Dudu Marote. Como faixa bônus, também há o destaque para a canção “Telefone”, que foi um antigo sucesso da banda Gang 90. O remix é simples, mas poderia ter sido melhor produzido e masterizado. Entretanto, respeitando a proposta da canção, lembramos que se trata de alguma coisa no meio do nada. Vale pelo registro.

Este single possui as seguintes faixas:

1- Soul de verão - Short version 4´19
2- Soul de verão - Reggae version 3´27

4- Telefone 3´47

Soul de verão (Fame) - Single promocional
Capa
Contracapa
CD

O single promocional não apresenta remixes, mas apenas uma versão reggae + uma versão curta e outra versão um pouco mais longa que a canção original. Sem surpresas!

Este single possui as seguintes faixas:

1- Soul de verão - Short version 4´19
3- Soul de verão - Reggae version 3´27

Por uma questão técnica, os dois singles apresentam um erro de impressão na contracapa, ao destacarem o título da canção da seguinte forma: “Soul de verão (Fame) 5´21”.

Esse engano poderá causar a interpretação que se trata de um single com várias canções. Porém, o single comercial possui apenas quatro faixas enquanto que o single promocional contém somente três. Dessa forma, ao comparar as informações impressas na contracapa com o áudio de cada Cd, não existe nenhuma música adicional (escondida) ou alguma faixa com o tempo de duração igual a “5´21min”. 

* A produção geral desse trabalho foi de Guto Graça Melo.

** Não há informação que os singles tenham sido lançados em vinil 12”.

*** Não há informação oficial se as versões tenham sido incluídas no álbum  “A lua sabe quem eu sou”. Entretanto, há quem afirme que o álbum ganhou uma edição especial onde mostra uma faixa "escondida" - ao final do CD - com um remix para a canção! Aliás, não era surpresa encontrar um remix perdido ou uma faixa adicional no Cd de artistas nacionais e internacionais, que foram lançados na década de 90! 

***** Agradecimento ao Dj Felipe Santos, por ter gentilmente fornecido as imagens da postagem de hoje.  

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Ive Mendes (IVE) - Hanime (single promocional)

Capa 

A cantora Ive Mendes, que também é carinhosamente chamada de “Ive”,  poderia fazer parte da lista de talentos brasileiros que o Brasil desconhece.  Estávamos em 1998 e a gravadora BMG distribuiu promocionalmente o single da canção “Hanime”. A música foi incluída na trilha sonora da novela Corpo Dourado que era transmitida pela rede Globo de TV.
Contracapa

A falta de desenvolvimento e independência musical do público brasileiro, de certa forma contribuiu para que a cantora Ive Mendes fosse ignorada pelo show business tupiniquim. Entretanto, o talento da artista foi bem reconhecido e valorizado no mercado externo e a cantora faz mais sucesso em outros países do que em sua própria terra natal.  Ive Mendes nasceu em Goiânia e canta em português e em inglês. Seu último álbum de estúdio, chamado “Magnetism” – lançado em 2010, recebeu disco de ouro e disco de platina duplo no mercado internacional.  Atualmente, a equipe de músicos responsáveis pela produção musical da cantora é de primeira linha. Há profissionais que já atuaram com grandes artistas como Sade, Simply Red, Massive Attack, Tina Turner, Seal, Shakira, M People, Eurythmics, George Benson entre outros.
Ive Mendes / imagem reprodução

O single de hoje apresenta a canção “Hanime” na versão original e quatro remixes produzidos por Rodrigo Ferraz e Hitmakers. O conceito melódico apresentado nos remixes possui o sample de bateria da música “Sadeness” do Enigma e uma vibração suave com influências do “Downtempo”, que é ideal para relaxar em ambientes destinados ao Lounge e Chill out.

Este single possui as seguintes faixas:

2 - Hanime – versão Extended remix 6´15
3 - Hanime – versão Radio Edit 3´35
4 - Hanime – versão Age  mix 4´43
5 - Hanime – versão Cool mix 4´40

CD 

* Não há informação que este single tenha sido lançado em vinil 12”

**Quem quiser saber mais informações sobre a cantora, basta clicar em sua página pessoal no link: http://www.ivemendes.com

O desastre musical brasileiro e a ostentação daquilo que não merece  ser glorificado ....

Para quem não sabe nada e está satisfeito com migalhas, não há diferença nenhuma. Afinal, nunca pensou além do próprio umbigo e se lambuza em meio a mediocridade e a repetição musical de fórmulas mofadas. Para esse tipo de pessoa, falar em “Desastre musical brasileiro” pode parecer tão surpreendente quanto ouvir a medicina afirmar que a maconha possui efeitos benéficos para o tratamento de determinadas doenças.

No final da década de noventa (época de lançamento do single da postagem de hoje), estávamos num período em que as rádios populares sintonizadas no dial de AM faziam o seu trabalho muito bem e as emissoras de rádio FM atendiam outro tipo de público, com uma programação mais sofisticada e vibrante - com tudo o que havia de melhor na musicalidade brasileira e mundial.

Porém, não satisfeitos com o sucesso obtido nas emissoras de rádio AM, aos poucos, muitos diretores e radialistas do seguimento popular se transformaram em locutores de emissoras de FM. Por outro lado, os profissionais que já atuavam em FM, ignoraram o desenvolvimento musical adquirido por parte da população e baixaram o nível dos estilos musicais, para roubar e competir com a audiência alcançada pelas rádios AM. 

- Sabe aquela história  imbecil que diz: 
 "A grama do vizinho é mais reluzente que a sua"? 
- Pois é. Essa parte da história possui um significado parecido com esse texto. Ou seja, a rádio dos outros é melhor que a sua!!!  

O resultado dessa situação foi um desastre musical para parte do público desenvolvido, que perdeu referências e acabou sozinho em meio ao caldeirão de popularidade momentânea. As classes sociais mais pobres não ficaram ricas, elas apenas transferiram seu gosto popular para outras frequências. Só isso! Até porque, riqueza ou pobreza não são sinônimos de desenvolvimento musical. 

A desigualdade e a confusão cultural das pessoas se tornou fato consumado. O sucesso gradual foi substituído pelo sucesso imediato e passageiro. Artistas foram lançados com prazo de validade vencido. Independente de critérios musicais, conseguir o maior número de pessoas voltadas para um determinado estilo, se tornou regra da vez. O que antes era percebido de forma sutil, em pouco tempo, passou a ser visto de forma explícita. A geração de consumidores musicais tinha mudado. Pessoas que já estavam avançadas tiveram que tolerar e esperar as pessoas que ainda estavam em processo de amadurecimento musical. Não havia mais unidade e o bom gosto foi chutado pro escanteio.

O feeling musical envelheceu e não era importante para os reguladores da cultura, que estavam de olho na lucratividade fácil. A confusão estava no ar. O que era para ser uma grande canção – não dava em nada. E o que era para ser uma canção de nada – fazia um enorme sucesso! Era música popular tocando com música conceitual e sofisticada e vice-versa. Artistas de quinto escalão foram equiparados no mesmo nível dos artistas de alto conceito. Era todo mundo moderno e todo mundo jeca ao mesmo tempo. Havia canções jovens e festivas misturadas com melodias confusas, libidinosas e descartáveis. Também havia musicas de protesto com melodias de clamor religioso e ostentação. O joio acabou se misturado com o trigo e cada vez mais as pessoas tinham que acionar o filtro musical, para não caírem na vala comum da piedade. Artistas e cantores de talento duvidoso começaram a gritar e justificar seu trabalho com expressões do tipo: 

-  “Eu tive uma vida difícil então me dá uma chance para cantar e fazer sucesso!”

Todo o brasileiro, praticamente, teve ou tem uma vida difícil, mas não significa que essa situação seja uma justificativa para se tornar um artista e ser glorificado! Não houve simplesmente a ascensão da música popular. A popularização foi crescendo e era sustentada pela mediocridade de muitos artistas de conhecimento e interesse musical limitado, que conquistaram para si o gosto popular – que também já era limitado e sem o mínimo interesse de se desenvolver. Esse sistema acabou ditando parte das regras da música pop brasileira entre outros fatores. Afinal, no Brasil – independente de graduação universitária – a maior parte da população não possui um desenvolvimento musical “nato”, pois a música ainda é vista em segundo, terceiro, quarto plano...etc.

Enquanto que a musicalidade internacional continuava trilhando o seu caminho com diversidade, sucesso e aprimoramento melódico; a música pop brasileira apelava para interesses populares confusos de pessoas que mantinham um estilo de vida simplório com bases no conceito: “Nascer, crescer, reproduzir e morrer. Tudo recheado com muitas doses de saudade do interior, saudade do passado, de ostentação e de apelo sexual.

"Ostentação daquilo que não merece louvor"

Dizem os sociólogos, que em grande parte do Brasil, muitas pessoas tentam ostentar algo que não merece “louvor” para ser ostentado. Em resumo, uma parte da sociedade vive em meio a confusão educacional de interpretações e sentidos. É como parte do povo da região sul do país, que possui alguns tradicionalistas que lutaram no século XVIII contra a corte portuguesa e perderam a guerra. Mesmo assim, os discípulos dos tradicionalistas sustentam que são intocáveis e fingem que não perderam a disputa. Essa atitude serve para mascarar sua incapacidade em admitir a derrota e ao mesmo tempo enaltece o ego pessoal dos tradicionalistas, que ficam ostentando e incutindo no povo uma glorificação que não existe!

O Brasil tem vivido um momento musical assustador e inconsequente. Muitas pessoas ostentam sua pobreza para justificar e camuflar a falta de dignidade. ("Eu sou pobre e está tudo bem") Ao agirem com esse pensamento – sem o amparo financeiro e sem interesse em desenvolvimento – se tornam convenientes com a situação e acabam sustentando um orgulho musical simplório e equivocado. Por fim, sem a certeza do que representam e para onde devem chegar, cultivam uma vaidade bairrista repleta de limitações e obviedades. É como se todo o desenvolvimento musical das pessoas se resumisse num conhecimento raso e no orgulho de fazer música com uma caixinha de fósforo.

A equipe do blog aproveitou a postagem de hoje para tocar nesse assunto, porque as coisas acontecem no Brasil e ninguém fala nada. Não se envolve com nada, não tem opinião pra nada e nunca sabe de nada. Parece que o público é catequizado para camuflar uma realidade de que tudo é normal. Porém, a situação descrita no texto não é normal para qualquer povo que deseja ser alguma coisa no mundo. 

sábado, 10 de janeiro de 2015

Bebel Gilberto - Tanto Tempo remixes

Capa

No ano passado, a equipe do blog e o público tiveram a oportunidade de testemunhar momentos interessantes na área musical voltada para os remixes brasileiros.  Não foi tão bom quanto nós gostaríamos que fosse, porém conseguimos apreciar algumas canções dançantes que indicam que muita coisa boa está vindo por ai.

Um dos principais entraves do seguimento musical é a logística de distribuição das canções, que deve trabalhar voltada para que os remixes cheguem ao grande público e não apenas para alguns djs e alguns programas de rádio.

Porém, enquanto as novas tecnologias vão substituindo gradativamente o passado, juntamente com as pessoas doutrinadas por um tempo que se foi, a equipe do blog e os internautas do Brasileremixes desejam que o ano de 2015 seja muito empolgante e repleto de remixes legais, para agitar o festerê da galera. Afinal, música boa para ser remixada não falta! Então mãos a obra que a festa não pode parar!
Bebel Gilberto / imagem reprodução

Na primeira postagem de 2015 relembramos a compilação Tanto Tempo remixes, da cantora Bebel Gilberto.

Nem tanto parado e nem muito dançante. Essa foi proposta dos remixes lançados em 2001 pela gravadora Ziriguibum. Ou seja, a estética utilizada corresponde ao estilo musical da Bossa Nova, Nu Bossa, MPB e os conceitos musicais sofisticados e contemplativos do lounge e chill out.
 
Encarte

Um detalhe importante é o time de produtores que teve a responsabilidade de fazer uma leve remexida nas canções. Escolhidos a dedo, quase todos os remixers possuem trabalhos autorais e um currículo musical extenso, que passa por diversos cantores e cantoras que atuam na cena internacional.

A coletânea de remixes reúne algumas canções da artista que foram originalmente apresentadas no álbum Tanto Tempo – lançado em 2000. De forma geral, os remixes foram produzidos na época em que o estilo musical “Downtempo”, que faz parte do conceito de lounge e chill out, estava em evidência no mundo. Além do desenvolvimento melódico das pessoas, a estética musical contemplativa também foi impulsionada devido ao sucesso comercial de coleções musicais editadas por Café Del Mar e Buddha Bar, como também  por centenas de outros títulos, que levam o nome de hotéis, bares, cafés e restaurantes.
Detalhe do encarte
Contracapa

Poucos brasileiros são aceitos no disputado mercado internacional. Apesar de Bebel Gilberto ter nascido em Nova Iorque, além de concorrer diretamente com o trabalho artístico de vários cantores do “top musical” no planeta, Bebel é uma das maiores representantes atuais da musicalidade pop contemporânea adulta brasileira, fora do país. 

Provocação! 

OK, outros artistas brazucas também fazem sucesso no exterior!! ....Certo, certo, mas o estilo musical deles é considerado folclórico, tribal, exótico e baseado na musicalidade de um tempo que passou!  Carmen Miranda, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Elis Regina, Djavan, Chico Buarque, Cazuza, Tom Jobim, etc, etc, são ótimos artistas. Porém é tudo do século passado!  É importante perceber que a compilação Tanto Tempo remixes, foi organizada para comemorar os mais de 2,5 milhões de cópias vendidas no mundo inteiro do álbum Tanto Tempo.

Este trabalho contém os seguintes remixes:

1. Bananeira (Remixado por Rae & Christian) 4´50
2. Sem Contenção (Remixado por Trüby Trio)  6´40
3. August Day Song (Remixado por Chateau Flight)  4´40
4. Tanto Tempo (Remixado por  Peter Kruder)  5´35
5. Mais Feliz (Remixado por  Monoaural)  4´37
6. So Nice (Summer Samba) (Remixado por  Mario Caldato Jr.)  4´38
7. Alguém (Remixado por  Ananda Project)  5´58
8. Sem Contenção (Remixado por  Sin Plomo)  3´42
9. Close Your Eyes (Remixado por  Faze Action)  6´01
10. August Day Song (Remixado por  Da Lata)  5´09
11. Tanto Tempo (Remixado por  Chari Chari)  7´16
12. Samba da Benção (Remixado por  4hero)  6´14
13. August Day Song (Remixado por  King Britt) 4´07

CD

* Diversos remixes foram editados separadamente em vários países no formato de vinil 12” e em CD single promocional e comercial. Outros remixes também foram incluídos na trilha sonora de diversas compilações musicais internacionais.

** Não há registro que esta coletânea tenha sido lançada no Brasil em vinil.

*** Este álbum de remixes também foi lançado no formato digipack.