quinta-feira, 5 de abril de 2012

Fernanda Abreu – Brasil é o país do suingue (single remix)

Capa


É importante relembrar ao leitor que o blog fala sobre dance-music! Então parte das críticas ruins relacionadas aos remixes brasileiros se refere o fato de haver muita tentativa, mas na prática o resultado é pouco dance!!! O single de hoje expõe o mesmo problema enfrentado por vários outros.  Isto é, cadê o dance????
A melhor versão deste single é cantada ao vivo com todos os instrumentos musicais orgânicos e acústicos. Entretanto, se o assunto for relacionado ao dance e a música eletrônica esqueça! Essa canção não tem nada disso! Diríamos que é um dance ao estilo “sei lá entende” para agradar a velharia brasileira desatualizada com a tecnologia nos shows ao vivo. Afinal, o público da cantora Fernanda Abreu não é dance o mesmo! Então pra quê fazer dance? Diriam os críticos!

“Falta de melodia e excesso de palavras!”

De forma geral a letra da canção é muito boa, mas na época de lançamento não foi todo o sucesso esperado porque a música brasileira tem um problema que se chama “falta de melodia e excesso de palavras!” Muito blá, blá, blá e pouco lá-lá-lá! Alguns críticos também afirmam que a música deste single tem pouco veneno e muita lataria! No remix e no dance festivo as pessoas querem se divertir sem ter que aguentar discurso de palanque e papo-cabeça! Lembre-se! Estamos falando de dance-music, música feita para dançar seguindo os padrões internacionais! Todo mundo sabe que a ditadura acabou e os problemas sociais do Brasil devem ser discutidos em outro lugar e não na pista de dança! Certo!!!  O Brasil tem o carnaval, mas ele dura apenas uma temporada. A galera gosta de se divertir o ano todo. Tem que ter melodia, ritmo contagiante, pegada forte e som contundente. Neste trabalho nem os remixes produzidos por DJ Cuca e pelo DJ Marlboro empolgam! Lamentável. 
Contracapa


















O single da música “Brasil é o pais do suingue” foi lançado de forma promocional pela gravadora EMI Odeon em 1996. A letra foi escrita por Fernanda Abreu, Fausto Fawcet, laufer e Hermano Vianna.  O single apresenta cinco faixas, mas apenas dois são remixes. A versão original foi produzida por Liminha, masterizada em Nova Iorque e também aparece no 3º álbum solo da cantora chamado  “Da lata”. Quem assina a foto de capa é Adriana Pitigliani e Luis Stein. O CD single traz as seguintes versões:

1- Versão rádio edit  3´44
Análise: Versão igual a versão original, porém editada para tocar no rádio.

2- Remix 4´00
Análise: Versão produzida pelo Dj Cuca ficou fraca.

3- Remix soul mix 5´53
Análise: Versão funk carioca produzida por Dj Marlboro, também deixa a desejar.

4-Versão ao vivo 5´28
Análise: Versão ao vivo gravada no Palace em São Paulo. Não é remix.

5- Versão original 5´00
Análise: Versão original igual a versão lançada no álbum. Também não é remix!


CD

* Todas as versões contém sample da música “I didn´t come” do artista George Clinton.  As faixas 1, 2, 3 e 5 foram produzidas em 1995 e a faixa 4 em 1996.

Nas imagens seguintes você pode ver o Sleeve do single editado em vinil 12" com as mesmas versões que aparecem no CD.

LADO A



LADO B


*** Alerta: Pode ser mais fácil e mais simples fazer musicas seguindo o padrão internacional do que modificar toda a população já dominada mostrando algo diferente, sem ter sequência do seu trabalho. Um exemplo dessa situação foi o movimento da Tropicália. 100% brasileiro, mas nem os próprios brasileiros deram sustentabilidade e continuidade ao movimento que a cada ano vem se tornando mera referência perdida no passado e ao mesmo tempo é ofuscado pelo desenvolvimento e tecnologia musical!

Brasileiros atualizados consomem mais produtos musicais internacionais do que os produtos genuinamente brasileiros presos na tão atrasada raíz! Porém o Brasil não vive e nem pode viver somente de raízes! As pessoas evoluem! Com raiz ou sem raíz a vida continua! 

Quando algum artista fizer dance-music, ele não pode ser tão diferente ou tão inferior ao estilo de dance-music apresentado “há muitos anos” pelo sistema musical internacional. Lembre-se: - As discotecas são um produto da dance-music norteamericana sustentado ao longo dos anos por centenas de artistas da cena de dance-music européia!!!!

Tentar mudar a dance-music é o mesmo que tentar mudar o rock n´roll. A população já está doutrinada pelo Yé-Yé-Yé! Os artistas até podem fazer um rock diferente, mas os consumidores irão torcer o nariz e haverá uma chuva de críticas! Mesmo que o produto musical seja bom, na música corre-se o risco de ficar sozinho porque a maior parte da população já está doutrinada  musicalmente pelo produto que vem do exterior! Simples.

Não é culpa sua. O sistema é assim! Lembre-se, nós odiamos dizer isso, mas o Brasil é um país colonizado e não colonizador. O Brasil ainda não tem cacife para mandar musicalmente no mundo, por enquanto! Então se você fizer dance-music, faça no mínimo, seguindo os padrões internacionais. Caso contrário o seu estilo irá ficar apenas na tentativa ou no batuque!!! E de tentativas e batucadas o Brasil está cheio!

Um comentário:

Anônimo disse...

..é verdade! parte da música brasileira é muito batuque, muito blá, blá,blá e pouco melodia!!!