sexta-feira, 26 de agosto de 2011

OTTO - Changez Tout Samba pra burro dissecado (remixes)

CD Box do cantor OTTO




















Não é possível falar sobre o trabalho musical do cantor Otto sem mencionar a coletânea de remixes chamada “CHANGEZ TOUT - Samba pra burro dissecado”. Esse projeto apresenta de forma inédita no Brasil um álbum duplo de remixes. (Até o o seu lançamento só existia single ou álbum normal de remixes de artistas nacionais e não um álbum duplo de remixes!) Lançado em 2000 pela gravadora Trama, o álbum foi editado em duas versões. A primeira na forma simples em Cd duplo e a segunda em edição especial no formato de Box com livro e dois Cds independentes (um laranja e outro em vermelho). Em ambas as edições todas as músicas foram contempladas. A diferença está no formato especial do Box com tiragem numerada e limitada em 5000 mil cópias. Apenas por curiosidade, o arquivo do blog BRASILREMIXES possui a edição de número 671.
Changez Tout é uma expressão francesa que em português significa “mudar tudo”. Aliás, um termo bem apropriado para o Cd de remixes do cantor que foge não apenas do estilo tradicional de dance utilizado no Brasil, mas também, por destacar diversos conceitos melódicos bem diferentes dos que eram feitos no país na virada do milênio. Nessa fase o flerte com a concepção eletrônica era inevitável e a utilização de estilos musicais brasileiros característicos da região norte e nordeste do país auxiliaram no desenvolvimento sonoro deste Cd. Changez Tout não apresenta remixes super-dançantes e comerciais pois o seu foco principal está mais voltado para o eletrônico conceitual e alternativo. O álbum foi produzido com a colaboração de vários artistas. As imagens contidas no encarte foram feitas por Vavá Ribeiro. Folhando o livro que acompanha o Box é possível ler um parágrafo escrito pelo jornalista Renato L. que sintetiza muito bem o projeto do Cd:

“Em CHANGE TOUT - Samba pra burro dissecado o que mais importa é a aposta que se esconde por trás do projeto: O remix não é encarado apenas como uma maneira de tornar a música mais radiofônica, mas acessível, e sim como uma chance de abrir um novo espaço pra a criatividade. Uma convocação para os alquimistas sonoros de plantão exercerem suas magias....”

CD 1

1 – Bob (Bossa velha mix) 5 ´59

Análise: Remix produzido por BID. O estilo de downtempo ou slowbeats permanece nos acordes musicais bem próximos a versão original. Não se trata de um remix para os clubs, mas é perfeito para bares, restaurantes e salas musicais com um público mais selecionado e conceito voltado para lounges e chillouts.

2 – O celular de Naná (DJ Patife mix) 6 ´09

Análise: Ótima versão em drum n´bass. Poderíamos chamar de Brazilian drum n´bass. Produzido pelo DJ Patife.

Imagem do BOX

3 – Reanult/Peugeot (Rica Amabis e Luca Raele mix) 3 ´39

Análise: Remix com abordagem conceitual. Os arranjos iniciais sintetizados e distorcidos lembram buzinas de automóvel.  A estrutura melódica segue uma linha mais contida e apresenta influências discretas do movimento MangueBeat.

4 – Café preto (M4J mix) 4 ´43

Análise: M4J é um projeto musical eletrônico com estilo predominante voltado para o Techno. Entretanto, diria que esse remix está mais para o Techno dançante do que para ser tocado numa rave, por exemplo. Mas os aspectos musicais abstratos fazem a diferença.

Encarte 1 

5 – Changez Tout (Superchocoboy mix) 6 ´32

Análise: Essa faixa remixada por Superchocoboy tem ênfase na percussão e não destaca muito a melodia. Quem conhece e já está acostumando em ouvir música eletrônica há muito tempo, poderá perceber claras influências do techno misturado com beats quebrados (Broken Beats) que era produzido nos anos 90. É óbvio que tudo isso com uma levada bem mais comportada.  Boa versão para ambientes como lounges e chill outs.

6 – Distraída pra morte (Da viola Max de Castro mix) 4´17

Análise: Remix produzido por Max de Castro. Possui uma abordagem musical voltada para a bossa nova levemente quebrada por acordes envolventes do drum n´ bass.

7 – Ciranda de maluco/batendo o tambor (Apollo 9 mix) 8 ´36

Análise: Se o assunto for criatividade, esse remix é show de bola! Produzido por Apollo 9, essa versão é cheia de interferências tribais e quebradas melódicas que atrapalham e harmonizam o andamento da melodia. A construção desse remix foi muito interessante. Ele faz com que o público fique hipnotizado com a vibração dançante e ao mesmo tempo envolvido em movimentos quase lisérgicos  sem entender nada. Um dos melhores remixes do álbum.  Pra quem entende, é claro!

8 - O celular de Naná (ABU mix) 5 ´35

Análise: Remix assinado por Andre Abujanra, com uma abordagem simples e destaque para a voz distorcida do cantor Otto acompanhado de influências musicais do MangueBeat.

9 - Reanult/Peugeot (AD mix) 4 ´24

Análise: Remixagem de atitude com levada bem eletrônica produzida pela dupla “AD”. É tipo de versão que tocaria em clubes ou inferninhos com o charme do extinto e lendário “Hells Club” em São Paulo. 


10 – BOB (Edu K mix) 4 ´57

Análise: Remix de peso nessa coletânea assinando por EDU K. Aliás, não se trata de um remix alucinante, pelo contrário, a suavidade melódica dessa canção fez com que ela se tornasse um dos remixes brasileiros mais badalados nas compilações internacionais de lounge e chill out lançadas na época. Falando sobre o trabalho desenvolvido por EDU K, diria que se trata de um personagem musical complexo e cheio de extremos. Ora ele está voltado para o rock n´roll e pop rock. Um tempo depois você vê ele detonando todas ao fazer caras e bocas no melhor estilo Marilyn Manson e Prodigy.  Então desaparece da cena musical. De repente, ele renasce fazendo estilo rap, hip-hop e funk carioca ao lado de popozudas. Um tempo depois surge novamente ao produzir um dos mais belos remixes nacionais no conceito downbeats, misturando a bossa nova ao ambient eletrônico fazendo clara referência as canções etéreas produzidas por Moby. 

Capa do livreto do BOX

11 – O celular de Naná (Technozoide mix) 5 ´37

Análise: Outro remix para a música O celular de Naná, mas apresentado por Tecnozoide. Nessa melodia podemos observar uma versão mais suave, quase experimental, com sussurros e referências ao Acid House e ao Ambient Techno produzido no início da década de 90. Ótima pedida pra quem gosta do estilo.

12 – São Paulo (Nude Mix) 5 ´31

Análise: Remix eletrônico produzido por NUDE  voltado para o trance com sotaque americano. Como assim? O estilo já passou por diversas fases e existem vários tipos de trance como trance europeu, trance alemão, trance americano, psy trance, goa trance, neotrace, hard trance entre outros...
Trance é um diminutivo da palavra trancedental no sentido de trancender a música. O estilo passeia por vários conceitos desde o comercial, o underground, o alternativo, o abstrato etc. o trance pde ser suave ou acelerado, possui um clima cósmico, viajante, emotivo, lisérgico, hipnótico, etéreo, melódico e intimista. Geralmente é instrumental, mas também pode ser cantado.

13 - Distraída pra morte (Muchacho´s Cut) 3 ´34

Análise: Remixagem feita por Muchacho Alves com influências do Trip hop. Sem dúvida, se trata de uma versão direcionada para lounges e chill outs.

14 – TV a cabo/ O que dá lá é lama (medley) 3 ´14

Análise: Medley produzido por Garcia y Carvalho sem cara de remix. Parece ser apenas uma versão diferente.

CD1 

Changez Tout – Samba pra Burro Dissecado é explicado pelo próprio Otto, em texto apresentado no livro:

“Num mundo tão remixado o Brasil só pode ser rei. O remix aqui começa na pele, em anos de miscigenação racial. Os DJS que contruíra Changez Tout - Samba para Burro Dissecado representam perfeitamente este mix. Esta consciência faz redobrado o prazer de entregar minha criação para estas pessoas e ouvir de volta coisas tão maravilhosas e diferentes. Espero que este disco contribua para a música eletrônica brasileira e que estes amigos voem bem alto. Este disco é deles. Salve o grande Deus digital.” 

OTTO
Para mais informações sobre o trabalho do artista acesse: 
Capa do single 02

OBS: Após ouvir com atenção todos os remixes apresentados no primeiro Cd, tem se a impressão de que o segundo volume possa ter sido prejudicado pela repetição de estruturas (idéias) e conceitos musicais.

1 - O celular de Naná  (DJ Dolores mix)

Análise: Esse remix produzido por DJ Dolores possui várias referências do Manguebeat e influências afro-brasileiras temperadas na medida certa, com o aporte tecnológico ao qual o DJ se propõem em sua releitura musical que tem a participação do percussionista Nana Vasconcelos.

2 – Distraída pra morte (Mamelo Sound System &  Marcos Axé mix) 3´56

Análise: Mais um remix com influências musicais nordestinas com a adição de elementos lúdicos bem próprios do pessoal que trabalha em circo e em teatro popular no interior do país. Remistura produzida por Mamelo Sound System &  Marcos Axé mix. 
BOX  verso 

3- Renault/Peugeot (2 caras mix) 5´46

Análise: Remix ao estilo drum n´bass produzido por Ram Science.

4 – Changez Tout (Monoaural Mix) 2´56

Análise: Remix experimental produzido por Kassin & Berna Cepas.

Outro detalhe do livro que acompanha o CD Box













5 – RE/PE (2 Freaks TB & Mamborin remix) 7´43

Análise: Faixa remixada por Camilo Rocha e Dj Yah! Essa versão é um dos melhores remixes apresentados neste segundo Cd. Uma faixa eletrônica dançante com sample de escola de samba e influências que vão do techno ao progressive house.

6 – Ciranda de maluco (João Marcelo mix) 5´09

Análise: Remix pouco criativo com pitadas sutis de drum n´bass. Produzido por João Marcelo.

7 – Renault/Peugeot (6 Renault 6 Peugeot 6) 2´34

Análise: Remixagem voltada para o Trip-hop, produzido por dj Nuts.

8 – TV a cabo/ O que dá lá é lama (medley) 6´59

Análise: Essa versão é assinada por Friendtronik que adiciona riffs de drum n´bass como base no andamento melódico da canção. 

9 – BOB (Scratchadelic experience mix) 7´27

Análise: Produzido por DJ Marky, esse belo remix também apresenta uma levada ao estilo drum n´bass e resgata um pouco do clima “jungle” ao qual o drum n´bass foi classificado em suas primeiras aparições na cena musical.

10 – Café preto (Pingado mix) 4´05

Análise: Uma versão bem “fusion” misturando vários conceitos musicais. Aqui você encontra elementos do rap, hip-hop, trip hop, acid jazz, ambient, e outras interferências melódicas.  Em resumo, uma ótima canção para viajar na fumaça. Remix editado por Leon T. Jr  e DJ Pliff.

Detalhe do verso do livro que acompanha o CD Box



















11 – Low 4 ´41

Análise: Remix ao estilo Broken beats com influências dos ingleses do Chemical Brothers e Propellerheads. Interessante. Produzido por Marcelinho.

12 – BOB (Vr. 303 x 505) 4´53

Análise: Independente de gênero eletrônico é possível perceber quando um remix é interessante prestando atenção apenas na atmosfera melódica que ele transmite ao ouvinte. Essa releitura pode ser considerada experimental, abstrata, conceitual e até com influências do drum n´ bass.  Mas independente disso, essa versão tem personalidade ao apresentar uma mixagem com timbres musicais “limpos e vivos” sem embolar a canção. Boa pedida para quem já está familiarizado com o ambiente sintético. O destaque é a participação da cantora Bebel Gilberto. Faixa produzida por Edgar Scandurra.

13 – Café preto 4´32

Análise: Muitos brasileiros já conhecem o termo “malevolência” que é utilizado para falar de algumas musicas na área de samba e pagode. Porém, talvez seja a primeira vez que alguém utilize a palavra “malevolência” para definir o “felling” dessa melodia eletrônica. Nesse remix sem nome, mas produzido por FLUX, os timbres sintetizados se misturam ao suingue malandro da batida do samba.

14 – Low 3´31

Análise: Que tal misturar “Firestarter“ do Prodigy em versão suave e adicionar um pouco de tempero brazuca nessa história??? É o que o remix está nos mostrando. Produzido por Autoload.

15 - TV a cabo/ O que dá lá é lama (medley) (Carangueijo a cabo mix) 4´45

Análise: Outro remix com influências do broken beats (batidas quebradas) ao estilo Chemical Brothers. Produzido por Alvin FX, essa versão tem uma boa pegada nervosa para contentar um público de atitude. 
CD 02

*** Até o momento não há informações de que este Cd box remixes tenha sido editado em vinil. 
Imagem do livreto + CD1 e CD2


**** Agradecimento especial a equipe da gravadora TRAMA, que se empenhou no desenvolvimento desse projeto, tanto na produção musical quanto no design gráfico. Afinal, essa compilação representa alguma coisa no meio do quase nada na área musical eletrônica brasileira. E olha que o CD nem parece ser tão eletrônico quanto falam!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

LS JACK - Sem Radar (single remix promocional)





















Capa 

Em 2003 a banda LS Jack lançou um remix para a música Sem Radar. Um single bem simples com apenas uma versão remixada, bem ao contrário da chamada na capa do Cd ao qual você mesmo pode ver escrito “Memê remixes”. É verdade que o remix foi produzido pelo DJ Memê. Porém, se trata de apenas um remix, no singular!
Tem diferença??
Sim, caro internauta! No mercado internacional, (lembre-se que o Brasil segue a mesma linha mercadológica) vários artistas lançam singles remixes de suas musicas. Quando for de um a três remixes, a gravadora lança um single chamado de remix. Mas quando o single apresentar de cinco a 15 versões diferentes, o single é chamado de remixes, no plural!!!!
Logo, não tem lógica fazer um single promocional trazendo apenas um remix junto com uma chamada comercial pomposa dizendo "Memê remixes"! Entende!  Quem as gravadoras pensam que estão enganado!?????
Para ficar claro e evitar sensacionalismos, este single apresenta apenas um remix na versão longa e na versão curta. Ponto final. Só isso!
Lançado pela Indie Records e distribuído pela gravadora Universal a música tem a  produção de Rick Bonadio e projeto gráfico de Eduardo Santos.  

Site provisório da banda: http://www.lsjack.com.br/

1 - Sem radar – Memê´s radio Edit  5´22

Análise: Remix pop comercial com levada house bem interessante. Essa versão satisfaz ao que ela se propõem mesmo que a melodia não tenha sido muito tocada nos programas de rádio pelas FMs da vida tanto quanto mereceria. Tem uma boa pegada na pista de dança, mas houve falta de divulgação diante de um público brasileiro carente de estilo e entendimento musical dançante. Vale pelo registro.
Encarte

2 - Sem Radar – Memê´s Club mix 7´19

Análise: Versão remixada semelhante a anterior, porém mais longa e destinada para os Clubs. Mas poucos Djs tocaram essa música. Falta de conhecimento, de interesse e de divulgação. Esse remix segue o estilo house mais europeu do que americano. Tem diferença? Sim prezado leitor! House americano tem uma vibração e House europeu tem um sotaque bem diferente.

3 - Sem Radar – Original 3´52

Análise: Versão original é igual a versão lançada no álbum. Poprock estilo seriado americano para adolescentes que estão descobrindo a vida. 
CD

***A música faz parte do álbum Tudo Outra Vez que também traz como faixa bônus uma versão acústica não editada neste single promocional.

** Até o momento não há informação de que  tenha sido lançado em vinil.

* Imagens do single gentilmente cedidas por Bianca M. S.

sábado, 13 de agosto de 2011

Claudio Zoli - Manhãs de maio remix (promocional)

Capa do single
Infelizmente, a maior parte do público não conhece o cantor Claudio Zoli e poucas pessoas ouviram a música “Manhãs de maio”. Essa canção está no álbum chamado "Sem limites no Paraíso", lançado pelo cantor em 2003. Este single remix promocional foi mal divulgado entre os DJs, emissoras de rádio e o público em geral. A melodia da música é interessante e poderíamos dizer que faz parte da segunda e inovadora fase musical do cantor. A música possui uma linguagem simples e moderna com um levada melódica bem contemporânea para agradar a paladares musicais diferenciados. O single também foi lançado em 2003 pela gravadora Trama. A melodia tem a participação do músico Jaques Morelembaum no violoncelo e foi produzida por Fabio Fonseca que já trabalhou com diversos artistas nacionais. Para mais detalhes sobre a carreira do cantor acesse: 

Manhãs de maio – Versão Original  4´41

Análise: Aqui está apenas a versão original igual a versão lançada no álbum.

Manhãs de maio – DJ Memê Radio Hit 4´44

Análise: Essa é versão remix editada para tocar no rádio igual ao remix chamado “Open House Club Mix”. Foi produzido pelo Dj Memê. 

Verso






















Manhãs de maio – DJ Memê Open House Club Mix

Análise: Esse é o principal remix do single. Mesmo voltado para o dance floor o remix com levada house faz o estilo comportado e segue a linha da melodia original sem muitas variações. Também produzido pelo DJ Memê para masterkeys produtions Inc. , a versão tem o acompanhamento do tecladista Hiroshi Mizutani. Se eu virasse consultor musical iria sugerir para que fosse utilizado uma harmonia musical com timbre de sintetizador mais vibrante! Essa sugestão se procede pelo fato de estarmos numa época em que é necessário contemplar dois fatores:
1º  Para pista de dança “pegar fogo” no sentido de zueira, mesmo não sendo rave, é necessário uma melodia com um timbre musical forte para convencer a galera a dançar.
2º Para respeitar o interesse da maior parte de público jovem consumidor e baladeiro que deseja arrasar na pista e não fazer passinho, apenas.
Porém, entretanto, contudo!!!???? Sim, prezado leitor, sempre existe o ‘entretanto’ nas explicações. Se o remix atual  teve a intenção de agitar a galera acima dos 40 anos, então o resultado é perfeito. Afinal, grande parte da galera pós 40 não dança muito mesmo então pra quê fazer um remix super-agitado!? É a vida!

Manhãs de maio – Morning reprise

Análise: Esse remix é bem fácil de produzir. Basta apenas manter a harmonia da música e tirar os acordes de bateria. Pronto! Uma versão perfeita para lounges e chill outs! 
Detalhe do encarte


















Manhãs de maio – Beatz-A-Pella

Análise: Se no remix anterior foram retirados os acordes de bateria, nessa versão ocorreu ao contrário. Foram retirados os acordes principais da melodia deixando apenas os efeitos cósmicos e a levada da bateria. Uma versão bem legal para os fãs criarem a sua própria harmonia musical sem perder o compasso.

CD






Até o momento não há informações de que este single tenha sido editado em vinil.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Jota Quest - De Volta ao Paneta dos Macacos (single remix promocional)

Capa do single

Sinceramente, na minha opinião a gravadora Sony Music brasileira não convenceu até agora em relação ao cast de remixes de seus artistas nacionais. É verdade que nunca faltou oportunidade. Porém muitas vezes transparece que existe uma névoa ao redor da concepção melódica e da concepção técnica da respectiva gravadora que ofusca o resultado final dos remixes de seus artistas brasileiros. Digo isso, porque até o momento não encontrei nenhum remix “fantástico-inesquecível-fundamental” que possa servir de carro chefe da filial da gravadora no Brasil. Existem bons remixes, mas estou falando daquele remix arrasa quarteirão e limpa banco que todo mundo se esbalda na pista de dança e volta pra casa cantando a melodia hipnótica sem ter hora para a festa acabar! Poderia ser um remix de muito sucesso como a versão 12" feita para a música Blue Monday do New Order na década de noventa. Sim, é esse tipo de remix que estamos nos referindo! Lembro ao leitor que geralmente, o remix deve ser melhor que a versão original. Caso contrário, não há sentido em fazer uma versão tuque-tuque, apenas.
Repito, existem ótimas musicas, grandes ideias e boas tentativas, mas o resultado final sempre faltou alguma coisa. Ou a mixagem é fraca, ou o remix é óbvio, ou a bateria eletrônica parece um mero pingue-pongue, ou os timbres de sintetizador soam como tecladinho para crianças de seis anos de idade, ou falta consistência, ou falta brilho, ou o resultado final é fajuta, enfim. 

Encarte 1
Juro que gostaria de escrever no blog que tal remix é fenomenal ou que é um dos melhores remixes nacionais já produzidos. Entretanto, infelizmente, ainda não posso escrever assim diante de remixes sem empolgação. Desta forma,  resta aos fãs e leitores se conformarem com o óbvio.

Este é o single remix promocional da música De volta ao planeta dos macacos da banda Jota Quest, lançado pela gravadora Sony!  A letra e a melodia original da música satisfaz ao que ela se propõem. Porém a qualidade do remix morreu na praia. O single traz uma canção dividida em quatro versões e entre elas, apenas dois remixes. Este single não descreve na impressão do Cd ou do encarte o ano de lançamento. (normal, já estou acostumado com isso e com informações pela metade por parte de algumas gravadoras que não dizem nada). Subentende-se que ele tenha sido distribuído de forma promocional no mesmo ano (1998) do lançamento oficial do 2º Cd da banda chamado De Volta ao Planeta.

Encarte 2

A concepção de arte do Cd single é assinada por Gringo Cárdia com o designer assistente Fabio Arruda. As Musicas são:

1- De volta ao planeta dos macacos – Versão Álbum

Análise: Você já sabe que versão álbum ou versão original não é remix. Trata-se apenas de uma versão igual à música apresentada no álbum.

2- De volta ao planeta dos macacos – Freak Funk mix

Análise: Em primeiro lugar é importante que o leitor saiba que funk é uma coisa e funk carioca é outra.
Mas não é tudo funk?
Nãããããããããooo!!!!!!! As pessoas falam funk de forma abreviada por confusão, por falta de conhecimento ou para economizar palavras.
Essa versão remix produzida por Alex Souza e co-produzida por Lucio K está inspirada no verdadeiro funk americano à la James Brown e não tem nada de  funk carioca que é voltado mais para o Miami bass. Certo!!!!!
Tá! Mas e o remix? Bem, o remix é óbvio e ótimo para ser tocado em FMs pelo Brasil, inclusive a música original chegou ao topo das paradas em 1998 e esse remix foi lançado como faixa bônus no Cd álbum do grupo. Entretanto, o resultado final acabou ficando bem longe das pistas e dos clubs.

3- De volta ao planeta dos macacos – 70´s Lunatic party mix

Análise: O remix foi produzido por Bruno E. (sim, o produtor se chama Bruno E.) Cadê o sobrenome completo ou apelido? Desculpe, mas não tem! A levada com inspiração house é interessante, mas não contagia.  Esqueça o nome pomposo, afinal de lunático essa versão não tem nada. Faltou mixagem, faltou peso, faltou empolgação, enfim. O remix tem que convencer o público para ir na pista dançar. Se for um remix fraco ou meia boca, a galera só fica no pezinho. Mesmo respeitando o trabalho do produtor Bruno, a música merecia um remix festa de arromba e ficou apenas no tuque-tuque. Sinto muito!

4- De volta ao planeta dos macacos – Radio version

Análise: Prezado leitor, o single apresenta essa versão como se também fosse um remix produzido por Bruno. Porém, na realidade ela não tem nada de remix!!!! Pode até ter sido produzida por Bruno, entretanto é nada mais nada menos do que a mesma versão do álbum editada com menor tempo para tocar no rádio. Só isso!
contracapa

* As imagens do single foram gentilmente cedidas por um fã que não quer se identificar!

CD

** Até o momento não há informação de que este single tenha sido editado em vinil. 

*** Foi utilizado no decorrer da avaliação apenas o nome do produtor Bruno sem a letra inicial do sobrenome, porque escrever “Bruno E” trunca o texto informativo e confunde as expressões parecendo ao leitor que a letra “E” está insinuando alguma coisa a mais. Poderia ter sido substituído pelo sobrenome completo, mas essa informação não foi localizada. Portanto, utilizou-se apenas “Bruno” e pronto!  


Detalhe extra para os fãs:

A fotografia ao lado é apenas para ilustrar esse post. Ela traz a imagem do encarte do Cd álbum da banda autografado pelo vocalista Rogério Flausino.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Cidade Negra - Sábado á noite (single remix promocional)

Capa

“Todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite, bem no fundo, todo mundo quer zoar.... diz a letra da música Sábado á noite que compõem este single remix promocional da banda Cidade Negra com a participação especial do cantor Lulu Santos. E, prezado leitor, seguindo essa linha de pensamento, eu também esperava muito mais desse remix, entretanto minha ansiedade foi em vão. A música foi lançada no álbum Quanto mais curtido melhor em 1998 pela gravadora Sony. Os remixes deste single promocional, lançado no mesmo ano, beiram a obviedade e a mesmice. Para piorar, infelizmente a péssima distribuição do single fez com que a versão remix, mesmo sendo fraca, permanecesse desconhecida pelo público.

1- Sábado á noite (Original version)
Análise: O leitor já sabe que versão original não é remix, pois se trata da mesma versão apresentada no álbum do grupo.

2- Sábado á noite (Radio Fever)
Análise: A ideia da concepção do remix é interessante, entretanto poderia ser mais turbinado e frenético para a pista de dança. Como resultado os fãs deverão se contentar com um remix bonitinho e moderado ao estilo house. Produzido por Liminha e o DJ Memê.

3- Sábado á noite (Saturday Night Fever Mix)
Análise: Também produzido pelo DJ Memê e pelo produtor Liminha, os efeitos iniciais de sintetizador são ótimos e quando parece que a versão vai estourar na pista a melodia segue uma levada house óbvia como se fosse um balde de água fria que deixa a canção praticamente igual ao remix anterior. House moderado para felicidade do papai e da mamãe abraçando os filhinhos e fazendo passinho na sala de casa depois do jantar bem longe do club! Esse remix está mais para um happy sunday de domingo do que um hit digno de Saturday night fever! Sinto muito! É preciso se reciclar!!!
Encarte

4- Sábado á noite (Live Club Mix)
Análise: O quê que é isso?  Que remix é esse?  Funk? Respeitamos a criatividade do produtor Alex de Souza, mas lembramos que ninguém toca esse tipo de remix nos grandes clubes e danceterias de respeito no Brasil. Pelo amor de Deus! Em 1998 em plena efervescência eletrônica a pegada na pista de dança era outra! Esse remix quer provar o quê???? Não há tempo para ficar testando remixes!  Esse tipo de melodia tocava nos bailes da Black Music lá no início da década de 80. Nem a extinta casa noturna “The frenetic dancing days” no morro da Urca no Rio de Janeiro, tocou esse tipo de música!!!!! Querem fazer uma festa no sábado á noite, mas com esse remix é melhor ficar em casa doremindo! Nem o funk carioca é tão ruim e "xoxo" quanto essa versão. Provavelmente, nem o cantor Ed Motta - que tem o suingue natural da levada funk americana - faria uma versão tão simplória!

5- Sábado á noite (Extended)
Análise: Remix igual ao anterior. Sem comentários! Tinha todos os ingredientes para ser um delírio na pista, mas morreu na praia.  Quem sabe da próxima vez! Porém, o problema é que existe sempre essa história da próxima vez e essa próxima vez parece nunca chegar!!!! Triste fim de parte dos remixes brasileiros. Nadam, nadam e morrem na praia.... 







Até o momento não há informação de que este single tenha sido lançado em vinil. Com paciência  é possível encontrá-lo a venda em algumas lojas de discos e CDs usados pelo país.


quinta-feira, 21 de julho de 2011

Dj Zé Pedro - Música para Dançar (remixes coletânea)

Capa
Ao digitar as palavras para compor esse texto, já estava praticamente pronta a minha artilharia apontada para a galera musical atrasada do Rio Grande do Sul. Porém, iriam surgir duas situações. De um lado o Brasil que acompanha esse blog não entenderia nada por que não sabe “ao pé da letra” o que se passa lá no final do seu país. E do outro, parte da própria gauchada de conhecimento limitado, não iria compreender a crítica a seu respeito pelo simples fato de ignorar a evolução musical, que de certa forma é vista como  uma afronta a fantasia do tradicionalismo gaúcho - perpetuado por pessoas desinformadas que compraram e vangloriam o ufanismo tradicional, desde o século XVIII como se fosse o exemplo máximo do bem para todos.


- Qual o motivo da briga?

"É que o estado do Rio Grande do Sul não é tão moderno quanto algumas pessoas acreditam. Tirando um punhado de cidades o resto é apenas interior e ponto.
A juventude gaúcha não tem vez! Se você quiser música tem que ser do jeito deles, do jeito da velharia, do jeito do passado, do jeito dos gaudérios para satisfazer uma época em nome de honras e heróis que morreram acreditando numa utopia de meia dúzia de pessoas que não queriam pertencer ao Brasil. O mundo é do futuro, mas eles não entendem e não querem isso! Desejam construir um futuro perpetuando o passado faz de conta. É como se o Brasil ignorasse tudo o que existe atualmente e voltasse a viver no tempo do império com a música clássica e música regionalista apenas, como se fosse algo sagrado!
Raízes?! Pelo amor de Deus pare de falar em raízes! No Brasil que reúne a maior diversidade étnica cultural do mundo, só os índios têm o direito de falar em raiz! O povo brasileiro é, e continua sendo formado por diversas raças e etnias de vários países! Logo, que papo de raiz é esse????? Paaaaaaaaaaaara com isso! Porque o resto é vaidade!"

- Espere um pouco! O que o DJ Zé Pedro tem com essa história?

O DJ Zé Pedro é um gaúcho que conseguiu romper a casca do ovo e se mandou pra São Paulo e Rio de Janeiro, onde a maior parte da cultura Brasileira acontece como um todo e não apenas num gueto! Motivos? Motivos? É fácil, pergunte para a modelo Gisele Bündchen, para a apresentadora Xuxa, aos parentes da cantora Elis Regina, entre outras dezenas de pessoas ligadas ao meio cultural, musical e artístico brasileiro, que seguiram suas vidas bem longe do Rio Grande do Sul. Infelizmente, o Estado gaúcho não dá suporte para sustentar a grandiosidade e o talento de determinadas pessoas. Não há nada pessoal. É apenas a triste realidade!

Mas voltando ao assunto que interessa, aqui está o Cd produzido pelo DJ Zé Pedro chamado “Música Para Dançar”. Lançado pela gravadora Universal em 2002, trata-se de uma coletânea de remixes de diversos artistas da música popular brasileira (MPB).
Não se trata dos melhores remixes e não significa que seja o melhor álbum de remixes de canções cantadas em português! É importante enfatizar essa parte, porque existem pessoas que não gostam e não irão gostar das musicas. Normal! Porém, não posso, em hipótese alguma, desmerecer a proposta desse trabalho pelo fato de conhecer o meio musical brasileiro e afirmar que tanto esse Cd como as outras coletâneas dançantes nacionais, representam alguma coisa no meio do nada!  
Em resumo, ou você se diverte com o que têm ou você fica sem nada! Triste legado na música brasileira com estética eletrônica...

Pra entender o conceito do trabalho é importante que o ouvinte esteja familiarizado com musicas dançantes comerciais e a música eletrônica em geral. Todas as faixas que compõem o Cd foram pesquisadas e escolhidas pelo DJ Zé Pedro, com o apoio de Binho Feffer para produzir os remixes. 
Lembro ao leitor que as versões apresentadas neste álbum não são definitivas e retratam um estilo musical voltado para a Dance music, de acordo com o entendimento do DJ no período em que a coletânea foi produzida. Afinal, o leitor sabe que nada é perpétuo e tudo se transforma diariamente.
Encarte





















1 - Alcione – Não deixe o samba morrer (Marrom mix) 4´41

Análise: Remix bem interessante com a levada de drum n´ bass, o problema é que a melodia original é um clássico do samba e faz parte do universo adulto. Logo, o público jovem, que é o principal consumidor do estilo dançante e de drum n´bass,  poderá achar a canção “madura” demais. 

2 - Clara Nunes – Morena de angola (Chocalho mix) 3´53

Análise: O remix ficou ótimo com influências do house latino (latin house) e toda a ginga nordestina que tempera a melodia para garantir o balanço nas pistas de dança que não sejam preconceituosas. O resgate melódico da canção foi bem importante, mas a nova roupagem irá funcionar com pessoas que já entendem do assunto.
Encarte












3 - Elis Regina – Vou deitar e rolar (Quá quará quá quá remix) 3´53

Análise: Remix com influências da house music, direcionado ao dancefloor mais “classudo” e merecia uma versão adicional mais longa. Uma das melodias mais legais do CD. Ótimo pra quem conhece!

4 - Milton Nascimento – Cravo e canela (Tempero mix) 3´29

Análise: Versão house para uma canção pouco conhecida. Funciona para um público limitado.

5 - Maria Bethânia – Um jeito estúpido de amar (Jogo perigoso) 4´30

Análise: Boa levada house para quem tem atitude. Se muitas musicas brasileiras famosas não funcionam na pista de dança, imagine uma melodia tirada do fundo do baú! Vale pelo registro.
Encarte

6 - Dorival Caymmi – Retirantes ( Lê rê lê rê mix)

Análise: Remix house discreto para manter a cadência original da melodia. Porém nem tudo que foi sucesso no passado significa que funciona no futuro. Boa escolha musical, mas merecia uma nova interpretação. A voz original do cantor Dorival Caymmi não combina na primeira audição. É preciso que o ouvinte se acostume.

7 - Joyce – Feminina (Menina mix)

Análise: Remix bossa-nova-house-turbinado, do jeito que a galera gringa gosta de ouvir quando passeia de ônibus pela orla marítima do Rio de janeiro.


8 - Gilberto Gil – Ela, toda a menina bahiana, refazenda, sitio do pica-pau amarelo (Flora mix)

Análise: Versão remix ao estilo drum n´bass muito fraca, sem fazer diferença alguma.

9 - Gal Costa – Sebastiana (Xaxado Mix)

Análise: Essa música é para pessoas do tempo do Êpa! Nem a versão remix ajuda. A voz da cantora então? Resgata uma Gal Costa que não existe mais.  Pule esta faixa, sinto muito!

10 - Amelinha – Frevo mulher (Cabeleira mix)

Análise: A melodia original dessa canção já possui um gingado marcante. Esse remix, infelizmente, ficou a desejar. Merecia algo mais turbinado! Quem sabe da próxima vez.
Encarte











11 - Caetano Veloso – Eclipse oculto (Eclipse tropical)

Análise: Esse remix recebeu o nome de “Eclipse tropical” e ficou horrível. Tecladinho eletrônico cafona, bateria enrolada tipo carnaval de boteco... Vamos pular de faixa e fingir que nada aconteceu.

12 - Edu Lobo – Ponteio (Violeiro mix)

Análise: A voz original não combinou com a reestruturação da música. A masterização ficou sem brilho. A letra da melodia não funciona na pista.  Nada a declarar. Passa!
Contra capa

















13 - Ney Matogrosso – Não existe pecado ao sul do Equador (Tucupi mix)

Análise: Ouvi diversas vezes essa versão e consultei a opinião de outros djs e até de músicos e programadores. Os arranjos iniciais do remix foram criativos, mas a bateria eletrônica fajuta e a mixagem sofrível prejudicaram o que poderia ser um dos grandes hits do Cd. A escolha da música e a ideia do remix são ótimas, mas o resultado final ficou desastroso. Faltou peso, faltou equalização, faltou definição de instrumentos (tá tudo muito embolado). Pena! O remix tinha tudo para ser uma festa de arromba! Se essa música caísse nas mãos tecnológicas dos gringos, pelo amor de Deus! Seria um mega sucesso! Quem sabe daqui alguns anos...

14 - Marcos Valle – Estrelar (Solar mix)

Análise: Ótima escolha musical, porém o remix ficou fraco. Faltou produção!!!! Que pena!

15 - Adriana Calcanhotto – Senhas, Marítimo, Vambora, Parangolé Pamplona, ....vamos comer Caetano, remix século XX, na pista de dança. (Jogo linguístico)

Análise: Remix mais alternativo do que dançante. Um medley, diria. O resultado é bem interessante, mas longe da pista!
CD

* A compilação de remixes não foi lançada em vinil. Porém, na sequência podemos ver a imagem de um single 12" promocional, que apresenta quatro canções editadas em disco.

LADO A
1- Gilberto Gil – Ela, toda a menina bahiana, refazenda, sitio do pica-pau amarelo (Flora mix)
2- Elis Regina – Vou deitar e rolar (Quá quará quá quá remix) 3´53

LADO B
1- Ney Matogrosso – Não existe pecado ao sul do Equador (Tucupi mix)
2- Dorival Caymmi – Retirantes ( Lê rê lê rê mix)