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...Quem sabe faz a hora, não espera acontecer...
É muito engraçado perceber como algumas pessoas tratam as musicas sem ter o discernimento de que tudo passa, se transforma, se deforma e renasce. Mas é como alguns sábios nos dizem: Cada um com seu carma e sua escravidão!
Antes de postar esse tópico dei uma vasculhada em alguns sites na internet procurando informações a respeito do cantor Geraldo Vandré que foi o compositor da música cujo sample foi utilizado neste single. Após longa busca encontrei uma entrevista feita pelo pessoal do site Cliquemusic que entre várias perguntas sobre a composição musical dessa canção feita na época da ditadura, arrancou de Geraldo, uma resposta clara e objetiva dizendo:
- Não quero falar do passado!!!!....
Análise: É isso mesmo Geraldo! Estamos em 2011 e pra quê ficar sapateando ao redor do passado!!? ...Quem sabe faz a hora, não espera acontecer...
Então vamos aproveitar o que for possível, refletir sobre os erros de nossos pais e fazer o que eles não fizeram quando eram pessoas jovens e maduras!
Seguindo a fila em direção ao futuro, é preciso saber apenas que o nome original dessa música é: “Pra não dizer que falei de flores”. Ela também foi popularmente chamada de “Caminhando e Cantando” e utilizada pelo povo como música de protesto junto a ditadura militar, num trágico período político brasileiro, lá pela década de 60. Leia mais sobre o assunto nos livros de história!
Pergunta 1: - Mas o quê isso tudo tem a ver com música?
Uma galera em Berlim, na Alemanha, sob o nome artístico de AMLOOP, pegou a versão original da música brasileira, editou, remixou e transformou a canção em um novo hit com estética eletrônica dançante e lançou no mercado internacional. Só isso!
Pergunta 2: – Mas como eles fizeram ?
Ahhhhh prezado leitor! Quem está na ponta tecnológica MANDA! SINTO MUITO! TECNOLOGIA É PODER!!!! ...Quem sabe faz a hora, não espera acontecer...lembra?!!
É assim que funciona!!!! Enquanto parte do Brasil ainda está resolvendo o problema da reforma agrária, da reforma política, da reforma jurídica, do salário mínimo, da fome, da miséria, entre outras tantas questões; parte do mundo já resolveu essa situação e agora definem em seu plano de desenvolvimento ações voltadas para o avanço intelectual e tecnológico!! São pessoas normais que seguem o caminho natural da evolução, iclusive na música!!!!
Talvez você já tenha percebido algumas vezes a minha rixa, quase depressão, com uma parte da galera musical brasileira que não consegue sair das amarras do conceito “raíz-banquinho-voz-violão”. Certo!?
Mas, saiba que a estética musical não gira em torno de raiz-banquinho-voz-violão! Entendeu?
Quer ganhar dinheiro? Quer evoluir? Para isso muitas vezes é preciso fazer algo novo, livre e renovado! Porque o óbvio todo mundo já fez!
Você quer ser um repetidor do passado ou um inovador do futuro? SINTO MUITO! o puxão de orelha no Brasil é o fato desse remix não ter sido feito por brasileiros, mas pelos gringos. Além de tudo, isso prova que discurso de palanque não é intocável, imaculado ou imortal. Com ressentimento ou não, tudo passa! Por enquanto este single, lançado em 2011, possui sete versões. Muitas delas, não possuem um nome próprio, mas carregam o nome de quem as remixou! A base melódica de todas segue o estilo eletrônico. Alguns remixes mais rápidos (electro, tech house), outros moderados (house, minimal) e outros mais suaves (deep house, beach house).
Caminhando e cantando – Original Club Mix
Caminhando e cantando – Deniz Koyu remix
Caminhando e cantando – D-Nox & Beckers remix
Caminhando e cantando – Flow & Zeo remix
Caminhando e cantando – Michael Kutalek and Klaus Bierdermann remix
Caminhando e cantando – Paula Pedroza remix
Caminhando e cantando – Plastik Funk remix
Para quem quiser ouvir e comprar o single da música “Caminhando e Cantando” reproduzida por AMLOOP e remixada por vários djs é preciso acessar o site:
Obs: Se alguém não gostar desses remixes é bom saber que essa situação é normal por dois motivos:
1) Os remixes dessa música não são e não representam a oitava maravinha do mundo. Pois se tratam apenas de uma proposta e um olhar musical relacionado ao tempo atual.
2) Nem todas as pessoas conseguem ou conseguiram se libertar da escravidão e domesticação musical do passado! Por esse motivo não entendem a diversidade e as concepções musicais da nova geração.
2 comentários:
gostei do texto..
mas posso lhe responder que entendo a prisão que o povo brasileiro tem para com o passado..
como vc mesmo disse .., o significado dessa musica é muito doloroso..e o povo ainda tem medo de brincar com ela..
Agora, "caminhando e cantando" é para ser ouvida e nao "dançada"..
eh mais facil fazer funk..
Prezado Jhonathan bem legal a sua participação. O texto que escrevi é provocativo e proposital. Faz com que as pessoas reflitam sobre o passado-presente-futuro. Muitas vezes é bom que o brasileiro pense quem ele é? Qual é o seu papel? E para onde ele esta indo em meio a confusão de conceitos e entendimentos sobre todos e sobre tudo o que ocorre ao nosso redor.
Conheço composições maravilhosas que não deram em nada e não significam nada. A galera do funk é péssima, mas ao menos estão se divertindo. Devo ter lido em algum lugar uma entrevista da cantora Rita Lee dizendo que estava cansada das palavras, afinal, todo mundo já tinha cantado sobre tudo e sobre todos e que na prática estava faltando melodia na música brasileira...
Esse blog está muito satisfeito com as letras das musicas brasileiras, porém está faltando melodia. Será que é por esse motivo que o funk esta ganhando notoriedade?! Pense bem, estamos em 2010 e se o passado passou não é culpa minha....
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