sábado, 3 de março de 2012

Gilberto Gil - Guerra Santa remix (Single promocional)

Capa

















Produzido por Gilberto Gil e com direção artística de Paulo Junqueiro. Este single foi lançado comercialmente no Brasil em 1997 pela gravadora Warner Music. Esta opção foi uma tentativa atrasada de relançar no mercado consumidor brasileiro um produto musical na forma de single. Ou seja, como o preço de produção do álbum inteiro com dez a quinze canções custava muito caro e levava muito tempo para ser lançado, então algumas gravadoras brasileiras - a contra gosto – utilizaram a opção de produzir uma ou duas musicas de cada artista para serem lançadas comercialmente no formato de single com os seguintes objetivos:
- Atualizar o trabalho do artista no mercado com novas musicas para não cair no esquecimento do público e da mídia, 
- Preencher com novidades musicais a carreira do artista até que o álbum inteiro ficasse pronto para ser lançado, 
- Alavancar as vendas da gravadora e os rendimentos do artista.
Porém , como já foi mencionado, o relançamento do single apareceu no Brasil tarde demais. Visto que em 1997 tanto a pirataria virtual como a pirataria popular já começavam a tomar conta de parte do mercado. Aliado essa situação, na área empresarial existe uma regra chamada de “custo e benefício”. Ou seja, independente de originalidade, não adianta pagar por um produto - altamente descartável – todo o valor que era cobrado pelas gravadoras. Em resumo, a pedra no sapato dos artistas é que suas musicas já saem de fábrica com o prazo de validade vencido!!! Dizem os especialistas que na década de 80 as musicas “Top” duravam em média dois anos de sucesso. Na década seguinte as canções faziam de seis meses a um ano de sucesso. Porém, com as devidas proporções, a enxurrada de novos artistas em todas as áreas musicais no mundo inteiro demonstraram que as musicas produzidas atualmente permanecem de um a dois meses nas paradas de sucesso e depois são substituídas por outras e assim sucessivamente! Diante dessa realidade, diversas pessoas perguntam: - Pra quê pagar um preço tão alto por um trabalho artístico com a duração tão mínima? 
Encarte

De forma geral naquela época o Brasil possuía diversos problemas como: Alto custo de produção, formas de divulgação ultrapassadas, pirataria, descartabilidade artística, falta de investimentos musicais, excesso de artistas, lentidão na distribuição logística do produto, limitações tecnológicas, conceitos musicais atrasados e estagnados, falta de inovação e mudanças no comportamento dos consumidores. Tudo isso acabou contribuindo para a derrocada do modelo musical existente e perpetuado tanto pelas gravadoras como os donos da música e seus correligionários desinformados. Por esses motivos o formato de single nunca vingou no Brasil, mesmo no auge do negócio musical lá pelos anos oitenta. O modelo do single no Brasil sempre ficou na tentativa. De fato ele nunca recebeu os investimentos que merecia como em outros países mais desenvolvidos. Como represália, as gravadoras pagaram um alto preço pela sua posição anti-tecnológica. Dessa forma, a ganância existente no mercado musical fez com que muitas gravadoras amargassem a perda do vinil, a perda do Cd e a perda do Single. O que restou está tentando sobreviver ou parou nas mãos da pirataria, lamentavelmente.

CD
Voltando ao single, todos os remixes foram produzidos por Mark Kamins e Joey Mosk.  O single apresenta as seguintes musicas: 

1- Com que roupa 4´02

Análise: Versão original apenas. Foi utilizada na campanha publicitária de uma empresa fabricante de roupas. 
 

2- Guerra Santa – Acid jazz mix 4´20

Análise: Belo remix com influências do Acid jazz e sample com riffs de samba. Ideal para bares e restaurantes.



3- Vendedor de carangueijo – Chemical mix 5´19

Análise: Remix com levada house e referências do techno com melodia difícil de ser digerida. Infelizmente. Vale pelo registro.

4- Vendedor de carangueijo – Cemichemichango mix 6´15

Análise: Outro remix com levada techno mas com melodia difícil deve ser digerida.

- Como assim?

Na música existem vários critérios para serem analisados na sua concepção. Ninguém faz música apenas por fazer é preciso estar atento para satisfazer alguns requisitos.
O remix tem que ter o objetivo definido. Se for um remix ao estilo apoteótico, esse remix deve ser arrasa quarteirão! Por exemplo: “Space cowboy” do Jamiroquai remixado por David Morales! Se for um remix misterioso, esse remix tem que ter uma pegada como por exemplo a música “Insomnia” do Faithless. Se for um remix comercial e festivo, esse remix deve ter o sabor musical como na canção “Hung Up” da Madonna. Se for um remix techno, ele deve ter a pegada musical forte como por exemplo, na melodia “Pegasus (superclub mix) do Mauro Picotto. Se for um remix lúdico ele deve ter algumas características musicais como por exemplo na música “Blue” do Eiffel 65 e assim sucessivamente. Entretanto, mesmo seguindo esses exemplos, não há garantia de sucesso!!!
Logo, não é possível ser "TOP" ou perder dinheiro produzindo um remix ao estilo “sei lá entende”! A idéia do remix para a música “Vendedor de Carangueijo” do Gilberto Gil foi bem interessante, mas os timbres musicais utilizados não convencem o povo da música pop, o povo da música comercial, a galera da musica conceitual e nem a galera da música eletrônica, enfim! O remix deve ser observado como um todo. Não pode apenas colocar um tecladinho e uma bateria eletrônica pensando que a galera irá curtir e dançar.

Capa do Cd com sugestão de preço p/ venda



*Ainda é possivel comprar o single pela internet em lojas de discos novos ou usados.



** Até o momento não há confirmação de que os remixes desse single tenham sido lançados em vinil ou como faixa bônus em alguma outra compilação do cantor ou compilação promocional.

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