Capa
A
banda Plebe Rude ganhou destaque radiofônico na década de oitenta, em algumas
das principais capitais do Brasil. Mesmo com a proposta melódica voltada ao
Punk rock, algumas melodias do grupo estavam mais comprometidas com o conceito
pop do que necessariamente punk - dos ingleses do Sex Pistols. Porém, há quem
afirme que o grupo era livre e circulava por outros estilos musicais como New
wave, Poprock, etc.
Contracapa
Lançado
pela gravadora EMI Odeom em 1986, o disco/single em vinil 12” foi distribuído
de forma promocional com a canção “Proteção” + o remix da música “Até quando
esperar”. Neste caso, a remixagem ou a tentativa do que deveria ser um remix,
acabou fugindo do objetivo e transformou a melodia numa versão mais longa, ao
manter as bases originais com destaque na parte instrumental. Algo bem típico
dos remixes produzidos na década de 80 e que atendiam o seguimento roqueiro
brasileiro.
Plebe
Rude formação original
Como
não há créditos para a produção do remix, subentende-se que a remixagem da melodia
foi realizada pelo próprio produtor original da gravação. Na época, a concepção
do remix era vista como novidade e, muitas vezes, para não prejudicar a
reputação da banda, a remescla** era produzida discretamente, para atender uma
demanda de mercado sem que houvesse o comprometimento da gravadora e da banda
com a estética dançante. Afinal, para muitos artistas, fãs e o público em
geral, a melodia dançante poderia causar um certo preconceito musical. Esse
fato é bem peculiar, visto que, mesmo com o fim da ditadura, parte do Brasil
ainda respirava músicas que tinham um conceito melódico voltado para o
"discurso de palanque e protestos generalizados". Existiam canções
felizes, mas o mercado ainda tinha um pouco de resistência, por achar a música
dançante superficial e fugaz.
No
meio do caldeirão de interesses e fantasias é importante observar que diversas
canções brasileiras lançadas na década de 80, foram produzidas para tocar -
exclusivamente - em programas de rádio e em festivais de Rock´n´roll. Isto é,
bem ao contrário, por exemplo, das estratégia musical adotada por artistas
americanos e europeus, cuja as canções eram editadas com o objetivo de tocar,
tanto em em programas de rádio quanto nas pistas de dança. Afinal, os artistas
poderiam faturar e fazer sucesso tanto com pessoal de Rock, quanto o pessoal
dos remixes dance.
A
confusão de interesses entre artistas, produtores, empresários e o público de
conhecimento limitado no país, pode explicar o fato de muitos remixes
brasileiros serem considerados fracos. Uma parte dos remixes foi produzido por
um pessoal......digamos, ......"sem noção" a respeito do objetivo dos
clubes e do objetivo da dance music. Embora, que alguns Djs nacionais soubessem
das características do dance, eles tinham que ficar explicando, justificando e
convencendo a todos, sobre a proposta, a graça e a vibe musical que sacudia a
pista de dança nos clubes.
O comportamento brasileiro
Devido
a essa situação, dezenas de artistas brasileiros tinham um projeto musical
limitado e perderam pelo fato de produzirem trabalhos musicais empacotados e
direcionados a um formato específico. Quando o público (fãs) envelheceu e não
frequentava mais shows e festivais ou não ligava mais o rádio, "todo"
o conceito musical feito pelo artista - por melhor que fosse desenvolvido, acabava
sendo ignorado e esquecido, por fala de divulgação e lembrança. Faltou unidade na estratégia musical brasileira que era muito diversa. Alguns artistas produziram remixes outros não. Por isso, que a sequência foi prejudicada com uma exceção: As coletâneas Dance Mix volume 1, 2 e 3 que foram um grande sucesso no Brasil!
O comportamento internacional
Enquanto isso, na cena musical americana e européia a estratégia era diferente e aproveitava
todas as oportunidades. Independente de estilo musical, num primeiro momento o
artista lançava seu álbum como desejava. Porém, já tinha uma equipe na
gravadora que escolhia algumas músicas para fazer os remixes dançantes.
Enquanto as canções originais tocavam nas emissoras de rádio e em programas de
TV, os remixes agitavam os clubes e as festas da galera. Então, existia uma
dinâmica e todo mundo ganhava, pois o artista era lembrado em vários nichos de
mercado. Os cantores e bandas internacionais nunca perdiam. Ou a música
original chamava atenção ou o remix turbinava a carreira do artista. Em vários
casos, aconteceram as duas coisas ao mesmo tempo.
O
single apresenta as seguintes faixas:
LADO
A
1-
Proteção 2´10
LADO
B
1-
Proteção 2´10
2-
Até Quando Esperar (Remix) 4´41
*
O single não foi editado em CD.
** Remescla significa "remixagem" em espanhol.
*** A canção
"Proteção", acabou ganhando uma outra versão (Promo mix) que foi
lançada em outro disco promocional já postado pelo blog. Para rever clique aqui!