Mostrando postagens com marcador tic tic tac remix. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador tic tic tac remix. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Carrapicho - Tic, Tic Tac Club remixes (single comercial)

Capa

De acordo com especialistas na área de entretenimento, essa canção se enquadra naquele grupo de melodias que fazem parte do "respiro".
- Respiro? O que quer dizer com isso?
Trata-se de uma melodia de um determinado estilo musical, feito para contemplar/agradar/representar a um tipo de consumidor bem específico. Entretanto, quando a canção ultrapassa fronteiras e faz sucesso além do público direcionado, significa que a sociedade está aberta a novos conceitos musicais ou que está saturada com a repetição melódica, e procura um pouco de alívio para os ouvidos.

Esse fenômeno, pode explicar porque certas canções envolvidas com um aparato teatral ou exótico, acabam chamando mais atenção do que outras musicas melhor elaboradas. Segundo psicólogos, esse tipo de comportamento é algo normal nos seres humanos e o blog do Brasilremixes, é um dos poucos sites musicais a mencionar essa situação em suas resenhas. Dizem que o artista pode fazer a melhor música do mundo, mas se em determinado momento o público estiver enjoado, tenha certeza, o artista não vai alcançar o sucesso pretendido e sua carreira poderá se transformar numa loteria repleta de tentativas.

Pausa X Cansaço

Em todas as décadas na cena musical brasileira ocorreram exemplos semelhantes. Rock, Poprock, MPB, Pagode, Samba, Dance, Axé, Hip Hop, Rap, Bossa Nova, regionalismos, folclore, música Clássica, estilos eletrônicos variados e demais gêneros musicais, já passaram ou irão enfrentar o mesmo problema. Ou seja, sob o ponto de vista musical do público consumidor, não significa – necessariamente – que uma determinada melodia bem produzida seja ruim; mas se ela não fizer sucesso, pode sugerir que o público está cansado da mesma estética e procura outras possibilidades de entretenimento musical. Esse fato, mesmo que passageiro, pode justificar o sucesso de determinadas canções em ambientes musicais com públicos diferentes.

Para ilustrar essa situação, estudiosos observam que vários artistas, “fora do padrão ditado pelo mainstream”, sacudiram os clubes e emplacaram diversos hits nas pistas de dança. Kaoma - Lambada, Proyecto uno – Está pegao/ El tiburóm, Lou Bega – Mambo Number 5 , Tarkan – Simarik, Los del Rio – Macarena, Khaled - El Arbi, OMC – How Bizarre, Brazil attacks – É o tchan, Mercosur – Carnavalito e até Tic, Tic Tac da banda Carrapicho, compõem a rede de canções surpresas, que seduziram parte do gosto do musical dos consumidores. Entre os exemplos atuais, poderíamos citar o caso do cantor Michel Teló com a canção “Ai se te pego” e Gustavo Lima com a música “Balada (Tchê Tcherere Tchê Tchê)”. Ambas, atingiram o sucesso internacional.

Não! Não vamos misturar o assunto com as Spice girls, os Backstreet boys, Britney Spears e artistas semelhantes. Nosso exemplo segue uma linha direcionada aos conceitos musicais praticados no interior, na periferia e no folclore popular. Os quais, de certa forma, acabaram fazendo grande sucesso comercial no ambiente urbano. Portanto, o fenômeno das Spice girls, dos irmãos Hanson, dos Backstreet boys, da Britney Spears e boybands da vida, já são produtos urbanos e se incluem em outro tipo de categoria.

Banana Business

Há 20 anos, o grupo Carrapicho surgiu no cenário musical tupiniquim, como representante da turma do folclore e do regionalismo da região norte do Brasil. A canção “Tic, Tic Tac” foi originalmente gravada pelo grupo folclórico Boi Garantido, mas em 1996 caiu nas graças de produtores musicais europeus e se tornou um grande sucesso internacional. A melodia ganhou diversos singles e remixes editados em vários países e virou Top-hit comercial entre 96/97.

Entre os singles e os discos promocionais da canção Tic, Tic Tac que foram oficialmente lançados, a equipe do blog vai ilustrar apenas os mais importantes:

Nos Estados Unidos foi lançado em 1996 um single editado em vinil com as seguintes versões:
Capa

A  - Tic Tic Tac (Rosabel Tiki-Tiki Dub) 11´41
B1 - Tic Tic Tac (Rosabel House Mix) 8´41
B2 - Tic Tic Tac (Mardi Gras Cha Cha Mix) 7´07

C1 - Tic Tic Tac (Bang Da Drum Mix) 7´00
C2 - Tic Tic Tac (Bang Da Drum Dub) 7´00

D1 - Tic Tic Tac (Play Hard House Mix) 6 ´14
D2 - Tic Tic Tac (Batucada HNRG Mix) 4´30

Nos Estados Unidos foi lançado um outro single promocional editado em Cd com os seguintes remixes:
Capa
Contracapa
CD

1- Tic Tic Tac (6 Nylon Radio Edit) 3´41
2- Tic Tic Tac (Rosabel Radio Edit) 3´49
3- Tic Tic Tac (Calderone Radio Edit) 3:45
4- Tic Tic Tac (Original Radio Edit Spanish) 3´23
5- Tic Tic Tac (Rosabel Tiki Tiki Dub) 11´43
6- Tic Tic Tac (Rosabel House Mix) 8´43
7- Tic Tic Tac (Bang Da Drum Mix) 7´00
8- Tic Tic Tac (Play Hard House) 6´15
9- Tic Tic Tac (Batucada NRG Mix) 4´32

Em 1996/1997 foi editado no Brasil um Cd single com remixes do Dj Cuca apresentando as seguintes versões: 
Capa

1- Tic Tic Tac (Dance Cool Mix) 3´40
2- Tic Tic Tac (Ska Reggae Mix) 3´40
3- Tic Tic Tac (Eurodance Remix) 4´50
4- Tic Tic Tac (Eurodance Edit) 3´30
5- Tic Tic Tac (Underground Remix) 4´30
6- Tic Tic Tac (Underground Edit) 3´30
7- Tic Tic Tac (Club Mix) 4´54
8- Tic Tic Tac (Album Version) 3´35

Na Italia foi editado em 1997 um single vinil 12” apresentando as seguintes faixas:
Capa
Contracapa
A1- Tic, Tic Tac (M2 Remix) 4´48
A2- Tic, Tic Tac (Cuban Remix) 4´40
B1- Tic, Tic Tac (Club Mix) 4´50
B2- Tic, Tic Tac (Single Edit) 3´17

No continente Europeu foi lançado um Cd single com quatro remixes apresentando uma cantora chamada Chilli (???):
Capa
CD

1- Chilli Featuring Carrapicho / Tic Tic Tac (Radio Edit 1) 3´45
2- Carrapicho Featuring Chilli / Tic Tic Tac (Radio Edit 2) 3´45
3- Chilli Featuring Carrapicho / Tic Tic Tac (Club Mix) 6´50
4- Carrapicho Featuring Chilli / Tic Tic Tac (Copacabana Drive Mix) 6´46

O mesmo single também foi distribuído na Europa de forma promocional, mas com a imagem de capa diferente:
Capa
Contracapa
CD

Na Alemanha o Cd single editado 1997 ganhou uma capa azul e as mesmas versões que o single editado na Europa:
Capa
Contracapa
CD

1- Chilli Featuring Carrapicho / Tic Tic Tac (Radio Edit 1) 3´45
2- Carrapicho Featuring Chilli / Tic Tic Tac (Radio Edit 2) 3´45
3- Chilli Featuring Carrapicho / Tic Tic Tac (Club Mix) 6´50
4- Carrapicho Featuring Chilli / Tic Tic Tac (Copacabana Drive Mix) 6´46

O Brasil, os índios, a confusão e o descaso.

A equipe do blog Brasilremixes seria covarde ao falar da canção do grupo Carrapicho, fingindo que está tudo bem e que a vida é normal. Mas não está e nunca esteve normal em se tratando do Brasil.

Podemos afirmar que o povo brasileiro vive uma confusão ideológica/educacional. Essa história de concentrar a maior diversidade étnica e cultural do mundo fez com que o país perdesse o foco. Ao longo dos anos as pessoas observam de forma passiva, os seus representantes musicais serem transformados em artistas de gueto. Cada estado do Brasil inventou o seu folclore musical particular e a população distraída faz de conta que aceita sem ter opção/conhecimento, e principalmente – sem ser consultada! Caminhando pelas ruas no país é fácil perceber que não existe um folclore único. A unidade cultural do povo, além de ser superficial, (o Brasil não conhece o Brasil) começa onde algumas redes de televisão mostram a cultura que lhe convém, de acordo com o entendimento educacional que possuem e de acordo com o dinheiro com que lhe pagam para divulgar as informações. Tudo é mostrado sob o olhar atento da elite cultural dominante e dos patrocinadores que sustentam os donos da mídia.

- Como a população gostaria de se ver representada?
- De que forma a população gostaria de ser representada musicalmente?

Questionamentos sem respostas se tornaram frequentes. A cartilha do comportamento brasileiro sugere que as pessoas que moram na região sul devem curtir a música que as pessoas do sul acham interessante. Quem é da região norte deve prestigiar as melodias produzidas na região norte, apenas porque moram nesse local e assim sucessivamente em todo o território nacional. Cada região (Norte/Nordeste – Centro – Sudoeste/Sul) defende que sua música e seus artistas - comerciais ou não - são mais importantes que os outros. Para piorar, o interesse cultural simplório e confuso das pessoas tem se transformado em narrativa com ares de fundamentalismo musical. Tentar entender a musicalidade brasileira é como entrar numa guerra e se deparar com vários conflitos e interesses em todas as esferas sociais. Para isso, listamos alguns exemplos e situações mal resolvidas, que prejudicam o desenvolvimento cultural do Brasil e alimentam o ego daqueles que se acham mais fortes:

Música de pessoas ricas X música de pessoas pobres
Música de branco X música de preto X música de índio
Música caipira X música urbana
Música de brasileiros nacionalistas X música de brasileiros pluriculturais
Música de diversão X música de protesto
Música para pessoas tradicionais X música de pessoas modernas
Música comercial X música underground
Música de homem X música de mulher X música de gay
Música de jovem X música de velho
Música de pessoas desenvolvidas X música de pessoas atrasadas X musicas de pessoas indiferentes
Música religiosa X música profana (fenômeno mais recente)

A babilônia cultural brasileira que era divertida se transformou num pesadelo, que vai além da competitividade! Para muitas pessoas envolvidas com a cena musical tupiniquim, o assunto pode até ser visto como novidade. Mas, para a equipe do blog, essa situação representa o quanto as pessoas são mentalmente limitadas ao julgamento musical simplório do gostar ou não gostar e nem perceberam o tamanho da confusão ideológica do povo que está a seu redor. 

* Agradecimento especial ao Dj Max que colaborou com a postagem de hoje!