terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Elza Soares - The Woman At The End Of The World (remixes)

Capa do vinil com remixes

A equipe do Brasilremixes reconhece que apesar da pandemia, a cena musical dance brasileira  continua bem interessante. Existem artistas e propostas de remixes para todos os gostos. O momento parece um pouco mais tímido e limitado, mas para a felicidade do povo do dancefloor, a festa continua. O destaque de hoje pode até não ser apoteótico, mas vale pelo registro. Estamos falando da coletânea de remixes da cantora Elza Soares, que faleceu no dia 20 de janeiro de 2022, aos 91 anos de idade.

Em 2015 a cantora  lançou um disco chamado The Woman At The End Of The World (A Mulher do Fim do Mundo). Entretanto, em 2017, foi lançado para o mercado europeu, um  vinil 12” só com remixes com as seguintes faixas:

A1- Coração do mar remix (LAARAJI) 

A2- Mulher do fim do mundo remix (OMULU)
A3- Pra Fuder remix (GILLES PETERSON & SIMBAD)
A4- Firmeza remix (MARGINAL MEN & BADSISTA)

B1- Maria da Vila Matilde remix (DJ MARFOX)
B2- Pra fuder remix (NIDIA MINAJ)
B3- O Canal remix (IZEM)
B4- Solto remix (RICARDO DIAS GOMES)

Contracapa

O lançamento do álbum feito pela gravadora Mais Um Discos, também ganhou uma edição especial em CD contendo as versões originais + 9 remixes. The Woman At The End Of The World + End Of The World Remixes.

Capa do CD

Contracapa

CD

Os remixes...


No que se refere aos remixes, a equipe do blog gosta de separar o pai, do filho e do espírito santo, para que aja a melhor compreensão do leitor sobre o que esta sendo falado. Geralmente as pessoas possuem o hábito de generalizar as informações e fazer sensacionalismo. No entanto, para a equipe do blog, mesmo que os países estejam localizados na Ásia, chinês é diferente de japonês que é diferente de coreano. Portanto, mesmo que para a maioria das pessoas seja tudo a mesma coisa quando se fala em remix; na prática, não é bem assim que os quadrados se encaixam.

- Quadrados???

Sim! Cada um no seu quadrado, no seu club, na sua pista, na sua radio, na sua vibe...Se não gosta do lugar? Então porque foi? Se vai arrumar confusão!? Então é melhor ficar no seu quadrado!

De forma simples temos o conhecido poperô, o dance comercial, o dance alternativo, a estética musical dançante das raves, dos bares, dos clubes LGBTQIA+, dos clubes underground, dos clubes comerciais, pobres e ricos, urbanos e caipiras, etc e tal. Então, por ser remix, não significa que todo mundo vai gostar, que todos sejam iguais ou que todo mundo vai tocar! 

A proposta dos remixes apresentados para as canções de Elza Soares não são destinados para a pista de dança top, pois fogem totalmente dos padrões, navegando em direção aos remixes chamados “conceituais”. 

Elza Soares / reprodução Instagram

Remixes Conceituais

A estética dos remixes conceituais não é muito comum no Brasil, pois não se trata de remixes - necessariamente – dançantes. As versões não são feitas para “causar”, não procuram o sucesso radiofônico, não são populares e também não possuem o maior número de curtidas. Os remixes conceituais buscam um público descolado, criativo, experimental, independente, que seja avant-garde, livre e desapegado de estéticas musicais enfadonhas, mas que tenham um viés provocativo, experimental, quase alternativo e bem longe do mainstream. Pronto!

Os remixes produzidos para as canções de Elza Soares combinariam muito bem num set list com artistas como Bjork, Tom zé, David Byrne, Céu, Criolo, Cesaria Evora, Air, Kruder & Dorfmeister, por exemplo. Então, ao ouvir os remixes de Elza Soares, o leitor deve ficar atento porque talvez o resultado possa não agradar, diante da estética dançante ao qual ele está acostumado. Avisado foi!

O disco ou CD no formato físico, podem sem comprados em lojas de artigos musicais. As canções no formato digital, estão disponíveis em sites pela internet. Até a divulgação dessa postagem, os remixes estão disponíveis para serem ouvidos lá no Youtube.com.

- Onde no Youtube?

Vai lá no youtube e digite a palavra chave que é o nome do artista + remix. Exemplo:  “Elza Soares remix”, então irá aparecer as opções e você escolhe qual delas ouvir. Obrigado! 

Coincidência artística e influências (???)

Artisticamente falando, no mundo inteiro, dizem que poucas coisas se criam e muito se copia. Quando a equipe do Brasilremixes fazia a verificação das imagens para ilustrar essa postagem, se deparou com uma coincidência artística interessante. Ou seja, ao visualizar a imagem do CD de Elza Soares, foi inevitável fazer a comparação de imagem gráfica com a capa do álbum Music Complete da banda New Order. Detalhe: O disco do New Order foi lançado em 2015 e o CD de remixes de Elza Soares apareceu oficialmente em 2017. Coincidências visuais..........

Imagem do Cd de Elza Soares em 2017

Imagem da capa do Disco do New Order em 2015

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Titãs - Marvin (Patches) Remix (Single promocional - Item de colecionador)

Capa

Essa postagem vai apenas cumprir formalidades ao fazer o registro oficial do single da canção Marvin (remix) da banda Titãs. O remix foi editado em vinil 12” e distribuído para algumas rádios e Djs em 1989, como parte do pacote promocional da coletânea de remixes House & Remix Nacional II, lançado no mesmo ano pela gravadora WEA. 

A resenha da compilação já foi feita pela equipe do Brasilremixes, para rever clique aqui

A canção teve grande sucesso comercial na carreira da banda. Este single possui o mesmo remix em ambos os lados e foi produzido no final de 1988, por integrantes da banda em conjunto com os produtores Liminha e Paulo Junqueiro. 

Com sorte e pesquisa, ainda é possível localizar e comprar este single promocional, em lojas que vendem discos e artigos musicais para colecionadores. 

Quem deseja ter esse remix editado em Cd, deve procurar a compilação Titãs 84 - 94 volume um, lançada pela gravadora WEA - Warner Music Brasil Ltda, em 1994. 

LADO A

LADO B

segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

Mauricio Manieri - Pequeno Mundo remix (Single promocional)

Capa

Em 2004 o cantor, compositor e pianista clássico Maurício Manieri lançava através da gravadora BMG, seu terceiro álbum de estúdio chamado “Quero ver quem vem”. As músicas Pequeno mundo e Cada vez mais, ganharam destaque nas rádios.

Maurício Manieri em 2004

A canção Pequeno mundo foi uma balada (Sim! Somos da época em que balada era uma palavra utilizada para designar – exclusivamente  música romântica - e não usada de forma arbitrária, para se referir a festas ou agitos). Festa era festa, club era club, rave era rave, carnaval era carnaval, micareta era micareta, rock era rock, balada era música romântica e todo mundo vivia feliz. Entretanto, no Brasil confuso, onde cada pessoa gosta de fazer do jeito que quer, tal comportamento acabou modificando a lógica e o sentido das coisas, onde o monstro virou sinônimo de santo, a freira virou bruxa, o errado virou vítima e o certo se transformou no inimigo da mentira. Enfim....

Para a geração de 2000 que talvez não saiba ou não tenha percebido, nas décadas de 70, 80 e 90 era comum os artistas nacionais ou internacionais, fazerem sucesso com baladas românticas, ao mesmo tempo que as musicas pop, rock, dance entre outros. Por exemplo, a cantora Madonna não fazia sucesso apenas nas danceterias ou hits radiofônicos. A cantora Madonna mantinha sua carreira artística em diversos níveis, e também usava baladas melódicas de contexto romântico. O mesmo acontecia com diversas bandas de rock. Isso não ocorria por ser moda; mas, para atender a diversos tipos de público. Afinal, nem todo mundo frequentava danceterias ou shows barulhentos. (Pausa pra pensar..........)

Maurício Manieri em 2022

No comportamento atual da sociedade, a palavra balada, erroneamente usada no passado recente como significado de “festa”, foi substituída  por  “rolê”, e estão chamando qualquer festa de “rolê”. E assim a vida segue com gírias infinitas de acordo com o interesse/confusão de cada geração. Apenas alertamos que fora do Brasil, os clubes continuam sendo chamados de club, as raves continuam sendo chamadas de rave, as festas continuam sendo chamadas de festas, as danceterias continuam sendo chamadas de danceterias, o rock continua sendo chamado de rock e ninguém fica mudando o sexo dos anjos ao bel prazer, para impor o seu entendimento particular das coisas. Mesmo que seja por brincadeira.  

Contracapa

Como estava dizendo.......a versão original de Pequeno Mundo foi uma balada pop produzida pelo próprio Maurício Manieri com participação de Marcelo Manieri, Igor Arthuzo e arranjo vocal de ninguém mais ninguém menos do que a galera do P.M. Dawn.

Lembramos que o P.M. Dawn era uma dupla americana de Hip hop e R&B, formada por Attrell Cordes (Prince Be) falecido em 2016 e Jarrett Cordes (DJ Minutemix ou JC "O Eterno"), que fez bastante sucesso na década de 90, com as canções: "Set Adrift on Memory Bliss", "Looking Through Patient Eyes", "I'd Die Without You", entre outros.

De balada pop, a canção Pequeno Mundo se transformou em hit dançante com influências do House e pitadas de Disco Music, num super-remix produzido pelo Dj Memê, que utilizou o sample da canção Only Strong Survive de Billy Paul. 

CD

O remix foi lançado em CD single promocional com três versões:

1-Pequeno Mundo (versão original) 3´59
2-Pequeno Mundo (Memês radio hit) 4´57
3-Pequeno Mundo (Memês house club mix) 8´45

* Para a felicidade dos fãs e colecionadores, o álbum apresenta o remix Pequeno Mundo (Memês radio hit) numa faixa bônus. Para ouvir a versão indicamos o site do youtube.com. Lá você não precisa fazer se associar ou fazer registro pessoal de nada. Simplesmente vai lá e ouve e ponto final. 

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Kiko Franco e Negra Li - Já sei namorar (remixes) - (Single digital)

Capa

Hoje  trazemos  uma  regravação  bem  legal  feita  pelo  produtor  e  Dj  Kiko  Franco  com interpretação da cantora Negra Li. Trata-se da música Já sei namorar, que foi originalmente composta pelo grupo Tribalistas (Marisa Monte, Arnaldo Antunes e Carlinhos Brown), lá em 2002.

Negra Li  e DJ/produtor Kiko Franco (reprodução)

Os novos remixes da canção foram lançados pela Alphabet records, em  single digital em 2018/2019. No entanto, o possível sucesso que estava praticamente pronto, não alcançou o seu estrelato em todo o Brasil, porque o país está passando por uma instabilidade musical.

Definindo o que chamamos de "instabilidade musical"

Para entender o que chamamos de “instabilidade musical” é preciso:

Pegar a audiência obcecada pelo o número de curtidas, 
+ a inexperiência musical da juventude que substituiu os mais velhos, 
+ a enorme quantidade de opções musicais disponíveis,
+ a substituição da melodia pelo blá-blá-blá vingativo repleto de desafetos sociais entre pobres/ricos, pretos/brancos, héteros/LGBTQIA, Etc...
+ a pandemia que forçou as pessoas a ficarem em casa e se distanciarem de tudo e de todos,
+ a educação musical confusa ou inexistente da sociedade, que se deixou seduzir por sucessos musicais baratos e descartáveis.

Pronto! Listando apenas alguns itens, podemos observar o tamanho da bolha  musical ao qual o Brasil se meteu. E pior, segundo especialistas no assunto, não há solução em curto prazo. Todos devem se adaptar e tentar remontar o caminho da normalidade.

A pista de dança em muitos clubes ficou confusa e foi invadida por diversos estilos musicais alheios a dance music, que se aproveitaram do espaço das danceterias para impor o seu estilo musical. Seja ele temporário ou oportunista.

Diversas emissoras de rádio redefiniram sua programação em pról da audiência fácil e modista. Ao agir de forma desesperada em busca da audiência, acabaram descartando, toda uma história musical construída ao longo dos últimos 50 anos (1970/80/90/00/10/2020).  

Por isso, quando a equipe do blog comentou no segundo parágrafo do texto, que o novo remix da canção Já sei namorar não foi um sucesso em todo o Brasil – quando naturalmente deveria ter sido; significa que os novos remixes se perderam em meio a toda essa instabilidade musical das rádios e dos clubes. 

Lembramos que a Dance Music internacional continua normalmente. Entretanto, a Dance Music Made in Brasil, deverá se reorganizar e reconquistar o seu espaço perdido. Fica a dica, o trabalho continua.... 

O single digital registra as seguintes versões: 

1 - Já sei namorar – David Hopperman remix
2 - Já sei namorar – Eme, Lu Groove remix 
3 - Já sei namorar – Skullwell, Ray Br remix 
4 - Já sei namorar – Skulptor & Lost Memory remix 
5 - Já sei namorar – Wadd, Low disco & Why Not music remix 

* Infelizmente o single com remixes da canção Já sei namorar foi lançado apenas no formato digital. Esse é um outro problema que tem contribuído de forma silenciosa, com a descartabilidade musical. Ou seja, de um lado não existe o registro físico da canção com vinil ou CD. E, do outro, a memória curta das pessoas, acaba diminuindo a importância da obra e antecipando o seu esquecimento e descarte. 

** Para ouvir os remixes, sugerimos acessar o site do Youtube. Lá não precisa se registrar ou pagar para ouvir. 

domingo, 14 de novembro de 2021

Vivi Seixas - Geração Luz (Raul Seixas remixes / compilação)

Capa

O leitor já sabe que parte da história da dance music nacional passa por aqui, e como não poderia ser diferente, com  muita satisfação a equipe do blog recebeu a notícia da coletânea de remixes de algumas canções Raul Seixas. A compilação foi produzida por Vivi Seixas, que é filha do cantor e também trabalha como Dj.

Encarte 1

Dizem que determinadas músicas são tão clássicas por sua importância, que não podem ser mexidas. A equipe do blog discorda desse entendimento, quando parte do princípio de que todo o artista é livre para montar ou desmontar a estrutura melódica de sua obra ao bel prazer, quantas vezes desejar. Ou seja. É óbvio que a versão original permanece intacta. Mas vivemos em um mundo líquido e nada impede que o artista, o fã, o admirador ou qualquer pessoa mexa ou remexa na canção, para criar uma nova releitura ou um novo sentido musical para a obra.

A coletânea de remixes apresentada na postagem de hoje, possui várias camadas de interpretação, e não há consenso de público se o resultado é bom ou ruim, pois irá depender da educação musical e do interesse de cada ouvinte. A equipe do BR entendeu a proposta dos remixes e gostou de todas as releituras feitas para as onze canções de Raul Seixas.

Encarte 2 

A compilação não registra uma remixagem apoteótica ou turbinada para arrasar na pista dos clubes e das raves. Mas isso não significa que as versões não tenham ficado legais. A nova sonoridade musical é inquieta, provocativa e eclética, pois desconstrói sutilmente a zona de conforto do ouvinte doutrinado pelo passado, refletindo uma nova “metamorfose musical” bem ao estilo de Raul.

Nesse trabalho, Vivi Seixas manteve a voz original do cantor ao repaginar as canções com diversas referências musicais que passam pelo Mangue beat, Pop, House e Drum n´ bass. A seleção é ótima pra tocar em programas de rádio e em bares.

O ponto negativo do trabalho se deve a divulgação da coletânea. Segundo análise da equipe do blog, o título não associa – diretamente - o nome da pessoa homenageada “Raul Seixas” com a palavra “remix”, que é o principal objetivo do produto. Por isso que a parte interessada, (Djs, músicos, rádios, fãs e o público CONSUMIDOR)  não localizou ou nem sabe da existência de uma compilação de remixes do cantor.  

Encarte 3

Ou seja, a comunicação funciona da seguinte forma: Em nosso cotidiano, as pessoas possuem uma avalanche de informações musicais, que diariamente são jogadas em todo o sistema comunicativo social, representado por jornais, revistas, emissoras de rádio e TV, sites na internet e dezenas de plataformas nas redes sociais. São tantas as informações que a sociedade NÃO tem mais tempo de ler tudo ou saber sobre tudo e sobre todos 24 horas por dia. As pessoas filtram informações ou utilizam palavras “chaves” de procura para localizar os assuntos de seu interesse.

Quem busca ou está interessado em “remix” vai procurar pela palavra remix e não apenas pelo nome do autor até então desconhecido. O blog do Brasilremixes não se chama “Brasil Remixes” por enfeite. Escolhemos esse nome porque vamos direto ao assunto que envolve remix + música brasileira. Ponto.

Contracapa

Nós temos certeza, que as vendas da compilação produzida por Vivi Seixas não foram tão expressivas quanto poderiam ter sido. A razão não se deve ao fato da coletânea ser ruim, pelo contrário, mas o motivo real foi que o produto não despertou o interesse do público, por não associar Raul Seixas + Vivi Seixas + remix. Muitas pessoas pensaram que Vivi Seixas era apenas uma cantora regravando sucessos de Raul. 

Lembramos que a estética/objetivo musical do rock é um e a estética/objetivo da dance music é outra. Não existe comparação de melhor ou pior. O que fica é a afinidade/doutrinação e a versatilidade que o publico possui para escolher a sensação musical mais agradável para si.

CD

A coletânea de remixes foi lançada em 2013 pela gravadora Warner e contém as seguintes faixas:

1- Introdução (Dj Vivi Seixas Remix)
2- Metamorfose Ambulante (Dj Vivi Seixas Remix) - Versão Espanhol
3- Aluga-Se (Dj Vivi Seixas Remix)
4- O Carimbador Maluco (Dj Vivi Seixas Remix)
5- Rock Das Aranha (Dj Vivi Seixas Remix)
6- Super Herói (Dj Vivi Seixas Remix)
7- Mosca Na Sopa (Dj Vivi Seixas Remix)
8- A Geração Da Luz (Dj Vivi Seixas Remix)
9- Só Pra Variar (Dj Vivi Seixas Remix)
10- Conversa Pra Boi Dormir (Dj Vivi Seixas Remix)
11- Como Vovó Já Dizia (Dj Vivi Seixas Remix) - Versão Censurada

* Ainda é possível comprar o CD em lojas virtuais ou em lojas físicas que vedem discos e produtos musicais. As canções no formato digital também estão disponíveis em sites pela internet.

segunda-feira, 18 de outubro de 2021

DUNE - State of Mind / Progressive Trance Journey (CD – álbum)

Capa

Nessa postagem relembramos o álbum State of Mind / Progressive Trance Journey do  NUDE (Marcelo Gallo & Gonçalo Vinha), que foi lançado pela gravadora Azul Music, em 2004.

NUDE é um projeto 100% brasileiro que explora o conceito melódico do Trance. O estilo musical é versátil e dependendo da velocidade do ritmo,  pode estar voltado para as pistas de dança ou para lugares mais calmos chamados de Lounge ou Chill out.

State of Mind / Progressive Trance Journey é o segundo álbum da dupla e possui todas as atenções voltadas para o club. O Trance faz parte do conceito eletrônico e não possui referências brasileiras, porque não fomos nós que inventamos ou desenvolvemos a sua estrutura melódica. Nós (brasileiros) apenas seguimos os interesses musicais presentes em nossa sociedade com as referências existentes, sejam elas nacionais ou internacionais. O mundo inteiro funciona dessa forma. Para ilustrar, os japoneses gostam muito do estilo musical da Bossa Nova e, mesmo que a galera japonesa não tenha inventado a Bossa, eles seguem o estilo brasileiro e está tudo bem. Puristas não façam escândalo, por favor.

Na música não existe vitória e nem derrota, apenas diversão e entretenimento. Todo mundo copia todo mundo e todo mundo segue as influências e referências musicais mais agradáveis para si, independente do tempo – passado, presente, futuro.

Existem milhares de trabalhos musicais pelo mundo que utilizam as vibrações melódicas do Trance. Alguns estão mais avançados, outros moderados e outros possuem uma característica bem experimental. A parte importante que é desenvolvida pelo projeto DUNE, se destaca pela habilidade melódica da dupla, em formatar canções que utilizam a estética do Trance, num país (civilização) que tem grande parte de sua história musical criada encima do batuque. Inclusive, já falamos em outras postagens que o Brasil possui excesso de batuque e pouca melodia.

Essa sonoridade não é certa e nem errada. Ela apenas registra o nosso jeito de ser, a nossa educação musical, nossas referencias e interesses melódicos que ao longo dos anos foram moldados e que continuam em evidência até encontrarmos o equilíbrio. Em alguns países a história musical é outra e se desenvolveu através da música clássica, da música instrumental e erudita. O estilo melódico do Trance seria a evolução desse jeito de fazer música. Ou seja, nem certo e nem errado, é apenas um jeito de fazer música explorando a melodia ao máximo.

Contracapa

State of Mind / Progressive Trance Journey conta com a participação de Fernando Deluqui (ex-RPM) tocando guitarra na faixa Life Style e do cantor Maurizio Bonito, que também atende pelo pseudônimo de Moritz Schoenermann (Individual Industry / 3 Cold Men /  Volv Uncion), que faz os vocais na faixa Disconnection (1997 Experience).

O resultado final do trabalho é expressivo, a sonoridade do álbum foi bem masterizada em não perde qualidade diante de artistas musicais similares de Trance, na esfera internacional.

O álbum contém as seguintes faixas.

1- Bit  5:05
2- Make Me Feel  6:49
3- High  5:45
4- Main Frame  5:12
5- Tibutt  5:38
6- Club Girl  4:56
7- Rave's Heart 2  4:56
8- Pleasure Zone  7:17
9- Life Style  6:07
10- State Of Mind  7:17
11- Cosmic Comunication 3:52
12- Nude 21st  6:01

Faixa Bônus

13- Disconnection (1997 Experience) 5:01

Ainda é possível comprar o Cd em lojas de discos e produtos musicais. Mas se preferir a versão digital, também está disponível à venda em sites especializados na internet.

segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Fernanda Abreu - 30 anos de baile (remixes) compilação

Capa 

30 anos de Baile não marca apenas o tempo de carreira da cantora e compositora Fernanda Abreu. Para quem nasceu na década e 70/80, esse período também registra a evolução dos remixes produzidos no Brasil e as opções de Dance Music que passaram e que continuam agitando os clubes pelo país.

Se antigamente a estética musical era limitada, em 30 anos, as opções se transformaram em possibilidades infinitas. Lembramos que aquela conversa de falta de equipamentos, de tecnologia ou de educação musical ficou no passado. Hoje, com muita habilidade técnica, é possível inserir e combinar (se preciso for) todos os estilos musicais dentro de uma única melodia com cinco minutos de duração, por exemplo. Do rock ao Techno e todos os seus subgêneros. Como se a música fosse apenas um corpo que pudesse ser vestido com diferentes tipos de roupa e adereços.

Fernanda Abreu em 2021. Foto: Murilo Alvesso 

Até o momento, 30 Anos de baile foi dividido em dois formatos. Vamos dizer que o primeiro volume (de capa preta), apresenta um total de treze remixes editados para atender a programação musical de rádios. A outra parte (de capa branca) apresenta oito remixes mais longos, direcionados  para os clubes e programas de rádio com musicas dançantes.

Há comentários, e até a própria cantora já falou em entrevista pela internet, que no futuro existe a possibilidade de ser editada mais uma compilação com outros remixes. Mas, seguido no tempo presente, 30 anos de Baile de Fernanda Abreu, conseguiu reunir uma equipe de respeito de Djs e produtores, que estão envolvidos numa estética musical muito bem sintonizada com as referências atuais. 

A compilação formatada para o público e para agitar a programação radiofônica contém os seguintes remixes:

1. Jorge Da Capadócia (Gui Boratto Revisita)

2. Kátia Flávia, A Godiva Do Irajá (Bruno Be Remix)
3. A Noite (DJ Zé Pedro & DJ Meme Nightlife Mix)
4. Bidolibido (Vintage Culture & Shapeless Remix)
5. Rio 40 Graus (Ani Phearce Remix)
6. Veneno Da Lata (Tropkillaz Remix)
7. Você Pra Mim (feat. Projota) [Remix Dennis DJ]
8. Saber Chegar (Corello DJ & Douglas Marques Remix)
9. Deliciosamente (DJ Meme Short Remix)
10. Torcer Pela Pista (Fancy Inc Remix)
11. Tambor (Danny Dee 808ies Remix)
12. Outro Sim (feat. Emicida) [Ruxell Remix] 
13. Space Sound To Dance (Millos Kaiser Mix)

Capa

Para agitar os clubes e as festas em qualquer lugar que o público queira fazer, foi editada uma outra compilação chamada de: 30 anos de baile – Extended versions. É justamente nessa parte que a equipe do blog vai se deliciar na sequência. Acompanhe....

1 – Jorge da Capadócia (Gui Boratto revisita extended) 
Análise: O produtor e Dj Gui Boratto teve a difícil tarefa de remexer em uma das principais canções de sucesso de Fernanda Abreu e conseguiu criar uma atmosfera bem diferente da versão original. Ao ouvir a faixa, a equipe do blog notou a presença de referências melódicas da French House, de Cassius, de Rinoçerôse e de Daft Punk. Prepare as bebidas e ajuste o som, pois a festa só está começando.

2 – Kátia Flávia, a godiva de irajá (Bruno Be extended mix) 
Análise: Uau! Um remix bem bacana pra agitar a pista nos clubs e as festas ao ar livre. Essa versão nos surpreendeu. Bruno Be utilizou uma linha de sintetizador que pode lembrar a vibração do remix produzido pelo Groove Armada na canção Music da Madonna. O baixo sintetizado até poderia ter ficado mais grooooove e mais acentuado. De forma geral, o remix ficou muito bom e pode até ser tocado pela cantora num show ao vivo! Merece destaque. 

3 – A noite (Dj Zé Pedro & Dj Meme nightlife club mix) 
Análise: Os djs Zé Pedro e Memê optaram por fazer uma releitura dançante moderada para a canção que é um clássico da música pop nacional anos 90. O remix possui referências do House e vai ao encontro da estética dançante ao qual a Dance Music está passando. O destaque do remix é o break no meio da canção que poderá lembrar, veja bem – não é igual!, poderaaaaaaaaaaá lembrar sutilmente, os gemidos da música French kiss do Lil Louis, de 1989. Para dar mais gás na pista, sugerimos que os djs aumentem o pitch* da canção. Festa garantida. 
(*) Pra quem não sabe, o “pitch” serve para acelerar ou desacelerar a música e também para encaixar os bpm´s das mixagens feitas pelos djs, durante a festa. 

4 – Saber chegar (Corello Dj & Douglas Marques extended mix) 
Análise: O que temos aqui? Um remix diferente que foge do agito das pistas. Produzido por Dj Corello e Douglas Marques, ambos captaram muito bem a vibe de lugares e espaços voltados para o Lounge e Chill out. Bela versão para ser apreciada no final de tarde e naqueles momentos bem açucarados de namoro a dois. 

5 – Deliciosamente (Dj Meme club mix) 
Análise: Esse remix produzido pelo Dj Memê faz jus ao nome da canção. Uma faixa convidativa e deliciosamente produzida para ser dançada. Tudo está perfeito nessa versão. Desde os riffs de guitarra, a bateria, a harmonia, o timbre de teclado, a proposta melódica, a masterização....Se joga! 

6 – Torcer pela pista (Fancy Inc extended mix) 
Análise: Put* mer**! Peço aos leitores que desculpem o palavrão, mas letra da música já é 100% club, e esse remix com referências do Tribal House ficou da hora!!! Que versão legal pra dançar com a galera! Que saudades da pista, dos clubes, das luzes estroboscópicas, do raio laser, da fumaça....... Aumenta o som ai DJ!!!!!!!!!!!!!!!!! 

7 – Tambor (Danny Dee 808ies long mix) 
Análise: Esse remix produzido pelo Danny Dee é voltado para galera do Funk. Então quem gosta do estilo vai se divertir muito. É importante ter um remix diferente do establishment no meio da compilação, para que o dance não caia ou fique preso ao padrãozinho básico de se fazer dance. O Rock n´ roll ficou preso ao "padrãozinho" e deu no que deu, saturou, cansou. Então, sob o ponto de vista atual da equipe do Brasilremixes, esse tipo de remix fora de contexto, é importante para não cair na mesmice. 

8 – Space sound to dance (Millos Kaiser extended mix) 
Análise: A equipe do blog já declarou em outras oportunidades que é fã dessa melodia. Essa versão sendo apresentada agora (30 anos após o lançamento original) nos faz pensar que era exatamente esse remix que deveria ter sido feito lá em 1990. Mas valeu a pena esperar porque essa canção é atemporal e praticamente pronta para qualquer tipo de remix. Os riffs de piano ao estilo Italo House nos fazem lembrar da canção It´s alright dos Pet Shop Boys. A voz perdida da cantora em segundo plano – levemente sussurrada – ficou top. Belo remix produzido por Millos kaiser. Recomendamos! 

*  Por enquanto, não há registro que a compilação tenha sido lançada em vinil ou CD.

**  Os remixes foram feitos. Resta saber se as emissoras de rádio e os Djs irão tocar os remixes nas festas.

*** As duas compilações estão à venda nas plataformas digitais. Lançamento da gravadora Universal Music. Aproveite!