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sábado, 19 de março de 2022

Fernanda Abreu – Veneno da lata remix (single digital)


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A cantora Fernanda Abreu segue incendiando as pistas de dança com seus remixes da compilação 30 anos de baile, lançado em 2021, pela gravadora Universal. Mas, para a felicidade dos fãs e colecionadores, hoje destacamos um outro remix disponível em single digital. 

Trata-se da música Veneno da lata. Essa faixa foi remixada pelo DJ Nicolau Marinho em 2019, através da EatBeat records. 

Como o próprio Dj comenta em sua página no Facebook, o remix segue o estilo Tech house. Entretanto, além da faixa ser 100% voltado para os clubes, o que chamou nossa atenção, foi a linha de baixo do remix ter claras influências de um outro remix produzido pelo Gus Gus para a música Pornô "3003 (Gus Gus mix 2.0)" da banda Pizzicato Five. Quem conhece ou fizer comparação melódica entre as duas músicas vai entender o que estamos dizendo. 

* O remix da canção Veneno da Lata pode ser ouvido ou comprado em alguns sites ou aplicativos que vendem músicas no formato digital. 

** Essa versão também foi incluída na compilação EatBeat records collection, vol 1. 

*** O remix é bem interessante pra quem tem personalidade própria, gosta de dançar, gosta de Tech house, tem atitude na pista e simpatiza com uma levada musical mais  underground.

segunda-feira, 4 de outubro de 2021

Fernanda Abreu - 30 anos de baile (remixes) compilação

Capa 

30 anos de Baile não marca apenas o tempo de carreira da cantora e compositora Fernanda Abreu. Para quem nasceu na década e 70/80, esse período também registra a evolução dos remixes produzidos no Brasil e as opções de Dance Music que passaram e que continuam agitando os clubes pelo país.

Se antigamente a estética musical era limitada, em 30 anos, as opções se transformaram em possibilidades infinitas. Lembramos que aquela conversa de falta de equipamentos, de tecnologia ou de educação musical ficou no passado. Hoje, com muita habilidade técnica, é possível inserir e combinar (se preciso for) todos os estilos musicais dentro de uma única melodia com cinco minutos de duração, por exemplo. Do rock ao Techno e todos os seus subgêneros. Como se a música fosse apenas um corpo que pudesse ser vestido com diferentes tipos de roupa e adereços.

Fernanda Abreu em 2021. Foto: Murilo Alvesso 

Até o momento, 30 Anos de baile foi dividido em dois formatos. Vamos dizer que o primeiro volume (de capa preta), apresenta um total de treze remixes editados para atender a programação musical de rádios. A outra parte (de capa branca) apresenta oito remixes mais longos, direcionados  para os clubes e programas de rádio com musicas dançantes.

Há comentários, e até a própria cantora já falou em entrevista pela internet, que no futuro existe a possibilidade de ser editada mais uma compilação com outros remixes. Mas, seguido no tempo presente, 30 anos de Baile de Fernanda Abreu, conseguiu reunir uma equipe de respeito de Djs e produtores, que estão envolvidos numa estética musical muito bem sintonizada com as referências atuais. 

A compilação formatada para o público e para agitar a programação radiofônica contém os seguintes remixes:

1. Jorge Da Capadócia (Gui Boratto Revisita)

2. Kátia Flávia, A Godiva Do Irajá (Bruno Be Remix)
3. A Noite (DJ Zé Pedro & DJ Meme Nightlife Mix)
4. Bidolibido (Vintage Culture & Shapeless Remix)
5. Rio 40 Graus (Ani Phearce Remix)
6. Veneno Da Lata (Tropkillaz Remix)
7. Você Pra Mim (feat. Projota) [Remix Dennis DJ]
8. Saber Chegar (Corello DJ & Douglas Marques Remix)
9. Deliciosamente (DJ Meme Short Remix)
10. Torcer Pela Pista (Fancy Inc Remix)
11. Tambor (Danny Dee 808ies Remix)
12. Outro Sim (feat. Emicida) [Ruxell Remix] 
13. Space Sound To Dance (Millos Kaiser Mix)

Capa

Para agitar os clubes e as festas em qualquer lugar que o público queira fazer, foi editada uma outra compilação chamada de: 30 anos de baile – Extended versions. É justamente nessa parte que a equipe do blog vai se deliciar na sequência. Acompanhe....

1 – Jorge da Capadócia (Gui Boratto revisita extended) 
Análise: O produtor e Dj Gui Boratto teve a difícil tarefa de remexer em uma das principais canções de sucesso de Fernanda Abreu e conseguiu criar uma atmosfera bem diferente da versão original. Ao ouvir a faixa, a equipe do blog notou a presença de referências melódicas da French House, de Cassius, de Rinoçerôse e de Daft Punk. Prepare as bebidas e ajuste o som, pois a festa só está começando.

2 – Kátia Flávia, a godiva de irajá (Bruno Be extended mix) 
Análise: Uau! Um remix bem bacana pra agitar a pista nos clubs e as festas ao ar livre. Essa versão nos surpreendeu. Bruno Be utilizou uma linha de sintetizador que pode lembrar a vibração do remix produzido pelo Groove Armada na canção Music da Madonna. O baixo sintetizado até poderia ter ficado mais grooooove e mais acentuado. De forma geral, o remix ficou muito bom e pode até ser tocado pela cantora num show ao vivo! Merece destaque. 

3 – A noite (Dj Zé Pedro & Dj Meme nightlife club mix) 
Análise: Os djs Zé Pedro e Memê optaram por fazer uma releitura dançante moderada para a canção que é um clássico da música pop nacional anos 90. O remix possui referências do House e vai ao encontro da estética dançante ao qual a Dance Music está passando. O destaque do remix é o break no meio da canção que poderá lembrar, veja bem – não é igual!, poderaaaaaaaaaaá lembrar sutilmente, os gemidos da música French kiss do Lil Louis, de 1989. Para dar mais gás na pista, sugerimos que os djs aumentem o pitch* da canção. Festa garantida. 
(*) Pra quem não sabe, o “pitch” serve para acelerar ou desacelerar a música e também para encaixar os bpm´s das mixagens feitas pelos djs, durante a festa. 

4 – Saber chegar (Corello Dj & Douglas Marques extended mix) 
Análise: O que temos aqui? Um remix diferente que foge do agito das pistas. Produzido por Dj Corello e Douglas Marques, ambos captaram muito bem a vibe de lugares e espaços voltados para o Lounge e Chill out. Bela versão para ser apreciada no final de tarde e naqueles momentos bem açucarados de namoro a dois. 

5 – Deliciosamente (Dj Meme club mix) 
Análise: Esse remix produzido pelo Dj Memê faz jus ao nome da canção. Uma faixa convidativa e deliciosamente produzida para ser dançada. Tudo está perfeito nessa versão. Desde os riffs de guitarra, a bateria, a harmonia, o timbre de teclado, a proposta melódica, a masterização....Se joga! 

6 – Torcer pela pista (Fancy Inc extended mix) 
Análise: Put* mer**! Peço aos leitores que desculpem o palavrão, mas letra da música já é 100% club, e esse remix com referências do Tribal House ficou da hora!!! Que versão legal pra dançar com a galera! Que saudades da pista, dos clubes, das luzes estroboscópicas, do raio laser, da fumaça....... Aumenta o som ai DJ!!!!!!!!!!!!!!!!! 

7 – Tambor (Danny Dee 808ies long mix) 
Análise: Esse remix produzido pelo Danny Dee é voltado para galera do Funk. Então quem gosta do estilo vai se divertir muito. É importante ter um remix diferente do establishment no meio da compilação, para que o dance não caia ou fique preso ao padrãozinho básico de se fazer dance. O Rock n´ roll ficou preso ao "padrãozinho" e deu no que deu, saturou, cansou. Então, sob o ponto de vista atual da equipe do Brasilremixes, esse tipo de remix fora de contexto, é importante para não cair na mesmice. 

8 – Space sound to dance (Millos Kaiser extended mix) 
Análise: A equipe do blog já declarou em outras oportunidades que é fã dessa melodia. Essa versão sendo apresentada agora (30 anos após o lançamento original) nos faz pensar que era exatamente esse remix que deveria ter sido feito lá em 1990. Mas valeu a pena esperar porque essa canção é atemporal e praticamente pronta para qualquer tipo de remix. Os riffs de piano ao estilo Italo House nos fazem lembrar da canção It´s alright dos Pet Shop Boys. A voz perdida da cantora em segundo plano – levemente sussurrada – ficou top. Belo remix produzido por Millos kaiser. Recomendamos! 

*  Por enquanto, não há registro que a compilação tenha sido lançada em vinil ou CD.

**  Os remixes foram feitos. Resta saber se as emissoras de rádio e os Djs irão tocar os remixes nas festas.

*** As duas compilações estão à venda nas plataformas digitais. Lançamento da gravadora Universal Music. Aproveite!

domingo, 7 de outubro de 2018

Fernanda Abreu - Sla Radical Dance Disco Club (álbum)

Capa

I Parte (Situando os leitores)

Falar do disco de estreia da cantora Fernanda Abreu é fácil. Complicado é fazer com que as novas gerações juntem as peças do quebra-cabeça da cena musical brasileira, na época em que o álbum foi lançado.

Estávamos no início da década de noventa. Parte do público que tinha dinheiro e interesse para usufruir um pouco da diversão musical disponibilizada pelos nightclubs e danceterias brasileiras, ou até mesmo aquelas pessoas que tinham contato com a moda musical  mundial, se esbaldavam nos clubes ao som de:
Madonna – Vogue
Technotronic – This beat is tecnotronic e Pump up the jam
Mc Hammer – U Can't Touch This
49-ears – Touch me
Snap – The power
Black box – Everybody Everybody
Deee Lite - Groove Is In The Heart
C+C Music Factory - Gonna Make You Sweat (Everybody Dance Now), entre outras músicas de vários cantores(as) americanos e europeus.

Mas cadê os artistas dançantes brasileiros?

Pois é, não somente a classe musical, como grande parte da população no país, nem sabia o que era Dance Music, House, Techno e os mais diversos estilos musicais eletronicamente formatados, que agitavam as pistas de dança de respeito, naquela época! Na prática, Dance Music para a intelectualidade brasileira, era coisa de gente estranha que frequentava lugares doidos e ambientes mal iluminados, que eram vistos muitas vezes, como politicamente incorretos. Vale lembrar que nesse período, a Disco Music já era uma referência do passado. Portanto, a nova ordem musical dançante se chamava  “Dance Music”.

Uma outra questão pertinente ao assunto, se refere ao fato da posição geográfica do Brasil estar no meio do caminho. (???? como assim????) Basta olhar no mapa, para verificar que dadas as proporções, (Estados Unidos-Brasil-Europa), o Brasil se encontra no meio do caminho, fazendo uma espécie de "ponte musical" entre os continentes.
Portanto, com exceção de meia-dúzia de remixes perdidos entre alguns artistas brasileiros, o Brasil não produzia nada dançante para os clubes dentro do conceito eletrônico da mesma forma como já era amplamente trabalhado nos hits musicais internacionais.
Então, para suprir essa falta de música brasileira dançante, aproveitávamos (e continuamos aproveitando) todas as musicas dançantes e os sucessos disponibilizados pelos artistas gringos, tanto da escola melódica americana como da escola musical européia. Ou seja, cantando ou não cantando em português, a festa nos clubes acontecia normalmente. E graças ao trabalho de inúmeros djs, naquele momento já existia uma cena dançante forte nos clubes, nas danceterias, nas festas e em alguns programas de rádio pelo Brasil; os quais,  eram agitados por canções internacionais produzidas e formatadas dentro de uma estética musical dançante, para proporcionar muita diversão.
Fernanda Abreu (ao centro) época da banda Blitz /imagem reprodução

Herança conformista e escravidão musical no meio artístico nos anos 80

Descartando regionalismos, folclore e desejos musicais ideológicos que satisfaziam outro tipo de público; é importante observar que enquanto a cena jovem brasileira era doutrinada pela cartilha musical do rock, o público adulto era dominado pela MPB. Entre os fatores que justificam esse entendimento, podemos citar a chantagem mercadológica institucionalizada do “fazer música para vender dentro de uma proposta óbvia”. Isto é, ou os artistas seguiam essa regra do jogo musical ou os artistas eram boicotados. Tanto pelos consumidores doutrinados, quanto pelas gravadoras que só queriam lucrar pelo pastelão musical enfadonho e repetitivo. E olha, que nem vamos citar toda a publicidade - direta e indireta - que era jogada na cara da população através de filmes, seriados, novelas, jornais e revistas de todo o tipo, que atuavam em favor do Rock e da MPB. 

Nessa análise, também existe a seguinte constatação:

De um lado havia o público de conhecimento raso e tradicional, que se deixou domesticar por um estilo musical único. E, do outro, como as gravadoras/mercado perceberam as limitações do público brasileiro - então para sobreviver num mundo capitalizado, se aproveitaram da situação e não aceitavam ou não investiam em outros seguimentos musicais, para não ficarem no prejuízo. Portanto, se o público doutrinado queria sangue, as gravadoras vendiam sangue. Se o público doutrinado queria chuchu, as gravadoras vendiam chuchu, justificavam os defensores do mercado. Esse entendimento, inclusive, é regra nos cursos universitários de administração de empresas. Ou seja, a lucratividade é fundamental para manter um produto no mercado. Se não der vantagem financeira, tchau, tchau baby!

Independente de ser bom ou ruim, pra quem gostava de rock ou MPB era um excelente negócio. Afinal, quanto mais rock e MPB, melhor seria para garantir a lucratividade, fidelizar (escravizar) o público e satisfazer o ego de algumas pessoas, em detrimento de todos os outros estilos musicais. Aliás, esse entendimento também é válido para todos os tipos de música.

A equipe do blog lembra que moda é uma coisa bem diferente de doutrina, e um exemplo clássico para ter um pouco de noção a respeito disso, é assistir ao filme sobre a vida do cantor CAZUZA. Em uma das cenas do longa-metragem, o cantor quebra o quadro com o disco de ouro, que recebeu pelas vendas do seu álbum, dizendo: “...100 mil pessoas ouvindo a mesma coisa...”

Vale registrar que a cena musical brasileira nos anos 80 era exuberante, mas desde que fosse dentro da escola do rock ou da MPB. Até poderíamos escrever um livro a respeito dessa situação, mas indo direto ao que interessa, agora vamos voltar aos anos 90 e falar sobre o disco de Fernanda Abreu.
Encarte 1
Encarte 2
Encarte 3
Encarte 4
Fernanda Abreu em 1990 / imagem reprodução

Parte II - Seja bem-vindo anos 90!

Apesar das limitações técnicas desse trabalho, a equipe do Brasilremixes é fã desse álbum, e sabe que se trata de um dos discos dos anos noventa, mais esperados pelos leitores do blog.

Sla Radical Dance Disco Club possui uma atmosfera levemente underground e descolada dos padrões musicais doutrinários, que se perpetuavam no país. O álbum foi lançado em 1990 pela cantora Fernanda Abreu (Ex-banda Blitz), sendo  produzido por Herbert Vianna (Paralamas do Sucesso) e Fabio Fonseca, com direção de Jorge Davidson.

“A tarde cai
A noite vem atropelando
Todos os chatos desanimados
Tá na hora de acordar e sair
E ver que a vida é se divertir
A noite é negra
E os holofotes vasculham
Toda essa escuridão
À procura de um lugar ideal
Pra dançar e barbarizar
Dance.....”

Detalhe da letra da canção “A noite”, que foi carro chefe de um disco, que abriria as portas da música pop brasileira para a Dance Music cantada em português.

O álbum apresenta as seguintes canções:

Disco Club 1 (Abertura) 0:28

Análise: Como o próprio nome diz, trata-se de uma vinheta de abertura do disco. Na época a ideia da vinheta era comum nos programas de rádio e, até em algumas danceterias, os djs faziam uma abertura especial com show de luzes na pista de dança e com pedaços de músicas (medley) conhecidas do público, para dar um incentivo para galera dançar. Ou seja, literalmente, a vinheta era o aviso pra chamar a galera dançar. Fernanda Abreu percebeu essa característica e trouxe para o disco um pouco da atmosfera que rolava nos clubes, até então pouco conhecidos da grande massa. No tempo atual ainda existe esse conceito de abertura das festas com superprodução, jogo de luzes, teatro e raio laser para criar uma boa expectativa entre o público festeiro.

1- A Noite 4:38

Análise: Fernanda Abreu é uma guerreira! Pouco dinheiro, muito glamour e a sensação de flashes e holofotes clicando a multidão, era o chamarisco perfeito pra galera “causar” e ser vista. A letra da música descreve de forma bem clara, o pensamento de muitas pessoas que procuravam diversão, companhia e um lugar para dançar e barbarizar. Na introdução da melodia temos um clima de suspense que era característico em algumas músicas dançantes naquele período. A linha de baixo sintetizado uniforme e o charme dos teclados fizeram toda a diferença na estrutura de uma das canções de maior sucesso da cantora. Infelizmente, o remix editado em single promocional não empolgou os fãs e clubbers em geral. Em 1994, o Dj Memê editou um ótimo megamix da cantora com o que poderíamos chamar de remix de respeito pra canção A noite. Esse megamix  deixou os fãs em estado de alerta, na espera pelo remix completo que ainda não foi lançado. Lamentável.
OBS: (não podemos mais colocar links de streaming no blog, porque algumas pessoas com problema de interpretação de texto confundem link de streaming (audição) com link de baixa de arquivo (download). Então para ouvir o megamix e entender sobre o – pedaço - de remix que estamos falando, sugerimos procurar a faixa no site do Youtube).

2- Sla Radical Dance Disco Club 2:54

Análise: Respeitamos a proposta de Fernanda Abreu, que estava envolvida com a cena roqueira e ao mesmo tempo, se divertia com a galera dance. Não é fácil para um artista administrar e sobreviver entre dois mundos com pessoas, jornalistas e músicos que disputavam as atenções do público para satisfazer ao seu interesse. A equipe do blog gosta de músicas longas porque nós pensamos na pista de dança e não apenas no rádio. O tempo dessa canção faz parte do conceito musical da velha guarda. Lá nos anos 50/60 onde a maioria das canções durava dois minutos e meio e eram perfeitas para tocarem dentro da proposta radiofônica. Enfim, na falta do que cantar, se preenche com a melodia. Na falta de melodia, se preenche com a letra da canção. Mas, fazendo vista grossa para esse detalhe, a equipe do Brasilremixes entende que a estrutura da música Sla radical dance disco club é bem interessante. Ela se divide entre a cadência dance tradicional (tum-tis-tum) que o povo clubber adora, e a combinação habilidosa do suingue Funky americano do cantor Prince, ao qual uma porcentagem artística do Brasil (especialmente no Rio de janeiro) curtia na época. Lembramos que essa pegada mais Funky era característica da cena carioca. Vários clubes pelo Brasil nem tocavam Prince e nem tocavam Funky. Aliás, nem dava tempo, com tantas outras canções internacionais mais dançantes e mais festivas. Ou seja, Prince é uma influência dessa fase da cantora e de certa forma representava o dance da galera roqueira que não admitia músicas dançantes que não tivessem riffs de guitarra.

3- Kamikases Do Amor 4:17

Análise: Temos aqui uma canção pop ótima para programas de rádio. Também foi editada em single promocional, apresentando remixes produzidos pelo Dj Irai Campos, que já foram postados pelo blog. Para rever, clique aqui!

4- Luxo Pesado  4:29

Análise: Tanto quanto nos anos anteriores, a década de 90 foi uma época onde os artistas expressavam e aproveitavam seu talento musical em várias áreas. Música pop, música romântica, dançante, etc...Porém, no cenário atual (pós 2000) a situação ficou um pouco mais restrita. A canção “Luxo pesado” é uma ótima releitura feita da versão original "Got To Be Real", de Cheryl Lynn.

5- Você Pra Mim 4:28

Análise: Outra música romântica da cantora que foi sucesso nas rádios das principais capitais brasileiras. Recomendamos.

6- Space Sound To Dance 3:04

Análise: Já comentamos que nosso objetivo é a pista de dança. Nessa canção não há o que tirar e nem colocar. Ela é 100% dance! Adoramos. O único detalhe é que a melodia ficou curta demais pra festa (pífios 3 minutos) e não foi lançado nenhum remix. Que desperdício!

7- Speed Racer  4:00

Análise: A melodia dessa música serviria muito bem numa trilha sonora de cinema.

8- Vênus Cat People 3:46

Análise: Os acordes de bateria eletrônica e o efeito de vocoder se encaixam de forma interessante nessa canção escrita por Fausto Fawcet. A interpretação vocal de Fernanda Abreu se manteve moderada e acabou deixando uma atmosfera de suspense no ar.

9- Disco Club 2 (Melô Do Radical) 2:18

Análise: Diríamos que essa faixa do álbum está mais voltada para um jingle/vinheta dando recado para o público sobre a proposta do disco.

10- Kung Fu fighting 3:52

Análise: Essa versão romântica que Fernanda Abreu fez para o sucesso internacional de  "Kung Fu Fighting", do cantor Carl Douglas, fecha o disco com chave de ouro. A proposta melódica de transformar músicas dançantes em canções românticas e vice-versa foi uma alternativa abraçada por vários artistas internacionais na primeira metade dos anos 90. Entre vários exemplos, podemos citar a canção “Nothing compares U 2”, escrita por Prince, cantada por Sinéad O´Connor e que ganhou uma versão dance de muito sucesso protagonizado pelo projeto Chip-notic. (Lá no Youtube tem.....)
Contracapa
CD

* O álbum Sla Radical Dance Disco Club foi lançado pela gravadora Emi-Odeon e editado em vinil, fita K7 e CD.

** Na sequência podemos ver as imagens do álbum editado em fita K7
Capa
Contracapa

*** Na imagem seguinte, podemos ver o detalhe do disco.
LADO A
LADO B

*** Poucos pessoas sabem, mas “S L A” são as iniciais do sobrenome de Fernanda. O nome completo da cantora é Fernanda Sampaio de Lacerda Abreu.

**** Não é fácil para Fernanda Abreu sobreviver no meio do fogo cruzado da mídia brasileira com seus interesses, suas afetações e ideologias musicais.

Edição comemorativa

Em 2020a revista NOIZE distribuiu/comercializou uma edição comemorativa do disco da cantora Fernanda Abreu, para celebrar 30 anos do seu lançamento. Como podemos ver nas imagem seguinte, a edição especial apresenta todas as canções originais em um disco vinil vermelho. 

Vinil edição colorida

Detalhe da capa da revista.  

domingo, 26 de abril de 2015

Fernanda Abreu - Baile da pesada remixes (single promocional - item de colecionador)

Capa

Antes de qualquer conversa, este single é indicado pra quem gosta de funk carioca. Mas, apesar de conter uma produção musical competente, a melodia não se tornou um sucesso nacional por própria culpa dos funkeiros e da hipocrisia social cultivada no Brasil.
Fernanda abreu / reprodução

Este single lançado promocionalmente em 2000 pela gravadora Sony, apresenta a canção “Baile da pesada”, que registra a proposta da cantora Fernanda Abreu em trazer ao grande público, um pouco da vibração musical existente nas festas dos subúrbios e nas comunidades cariocas em que o funk predomina. A letra da música é ótima, porém-entretanto-contudo, para colocar o dedo na ferida, a equipe do blog faz as seguintes reflexões:

1º Apesar da força cultural existente no Rio de Janeiro, não significa que o Brasil inteiro vai aceitar a cultura dos outros. Ainda mais, diante da democracia!

2º Desde a década de 90, um pedaço do gosto musical brasileiro foi seduzido pelos acordes melódicos do axé music baiano. Seja pelo clima tropical ou pela festividade das canções, a situação também foi influenciada pelo sucesso de cantoras como Ivete Sangalo, Claudia Leite e Daniela Mercury, que possuem uma vibração musical, digamos, mais família.

3º Sociólogos advertem que uma grande parte da sociedade brasileira age com hipocrisia.

4º O Funk carioca é visto em parte do meio musical brasileiro, como uma adaptação mal feita, pobre e favelada do funk americano. Dizem alguns pesquisadores, que o estilo sobreviveu no Rio de Janeiro, em meio a confusão social de sentidos e diante da insistência dos próprios divulgadores do estilo, que venceram o público "no cansaço" ao projetaram na sociedade que o funk era importante e que para ser feliz era preciso abrasileirar o estilo. Diga-se de passagem, tanto quanto outros ritmos musicais, também assim o fizeram no Brasil.

5º Algumas letras de diversas canções de funk carioca que caíram nas graças de um pequeno grupo de ouvintes, possuem um teor sexual explícito com excesso de sacanagem. A situação acabou azedando outras composições musicais funkeiras, que apresentavam um conteúdo musical considerado mais politicamente correto e feliz.

Enfim....

Os remixes

Contracapa

Diante do conceito original da canção, os remixes produzidos pelo pessoal do Hitmakers + Dj Alessandro Tausz + Dj Marllboro e Batutinha, são óbvios e atendem aos frequentadores de bailes funk com muita propriedade. As versões possuem tudo o que os fãs do estilo gostam. Uma levada Freestyle, com muito gingado, scratches de rap, gritos de ordem, um pedaço de sample da canção “Music” de Madonna e até a voz de Big Boy foram incluídas na melodia. Uma legítima canção para ser ouvida sem preconceitos....

Este single possui as seguintes versões:

2 Baile Da Pesada (Tausz Mix) 3:16
3 Baile Da Pesada (Extended Tausz Mix) 4:26
4 Baile Da Pesada (Hitmakers Real Funk Mix) 4:43
5 Baile Da Pesada (Hitmakers Real Funk Radio Edit) 3:14
6 Baile Da Pesada (Hitmakers Real Funk Mix - House Mix) 4:53
7 Baile Da Pesada (Hitmakers Real Funk Radio Edit - House Mix) 3:23
8 Baile Da Pesada (Remix New Funk) 3:02
9 Baile Da Pesada (Remix New Funk Radio Edit) 3:18

CD

* Não há informação que o single tenha sido editado em vinil 12’.

Na imagem seguinte o internauta poder ver a capa do single da canção Baile da pesada, editado em single promocional simples, sem os remixes.
Capa simples 

Também podemos ver na sequência, a imagem da capa do Cd single promocional da canção Baile da pesada, editado na Espanha, contendo apenas a versão original. 
Capa
Contracapa

domingo, 7 de dezembro de 2014

Festa da Música vol. 2 / pop + remixes (Compilação oficial)

Capa

Festa da música volume 2 faz parte de um projeto musical lançado pela gravadora Som Livre em 1998. Ao todo são três compilações que apresentam diversos sucessos musicais de vários artistas brasileiros. As canções seguem o estilo pop e pop comercial, incluindo até versões remixadas.

- Ué! Mas pop e pop comercial não é mesma coisa?

- Não! Nem toda melodia pop é pop comercial!
Encarte 1

A coletânea apresenta um total de 14 faixas e contenta a todos os gostos populares com musicas de Ed Motta, Claudinho e Buchecha, Skank, Fat Family, Carlinhos Brown, Rita Lee, Mr Jam, entre outros.

Os Remixes!

Os remixes também seguem a proposta comercial da época. A compilação apresenta sete remixes que fizeram muito sucesso nos bailes e festas populares. A iniciativa da gravadora foi ótima. Pois deu uma chacoalhada musical no universo pop e permitiu o acesso do grande público aos remixes até então confinados a meia dúzia de Djs e algumas emissoras de rádio, somente. Os fãs agradecem!
Encarte 2

Visualmente falando, as imagens que aparecem na capa da coletânea, são apenas ilustrativas e representam uma parte do público que participava de festas comerciais. Esse público era diferente da galera clubber, da alta sociedade, do hip hop, do rock and roll, do público gay, entre outros. Ou seja, cada seguimento popular tinha seus adereços e se vestia de acordo com a sua característica financeira ou de acordo com o conhecimento e gosto pessoal de cada região. A equipe do Brasilremixes sabe que o assunto é altamente discutível, mas apenas lembramos que a imagem do Cd é meramente ilustrativa e não corresponde ao estilo de roupa que muitas pessoas usavam nas festas em 1998!  Tipo assim:

- Vamos ver a capa do Cd e fazer uma festa temática do estilo! 

- Não, não e não! A capa do Cd não serve de exemplo, pois registra uma mistura de roupas sem igual. Vejamos:

- O cabelo colorido era estilo de algumas pessoas que frequentavam a cena clubber! Nem a cantora Baby Consuelo - conhecida pelas mechas coloridas nos anos 80  - continuava pintando o seu. 
- Vestido de tubinho era usado em festas de casamento e ocasiões especiais pra fazer cara de paisagem e que não precisasse dançar muito!
- Camiseta de basquete era hit da galera rap , hip hop e funk carioca!
- Vestido de oncinha era considerado cafona e só foi reaceito na moda a partir de 2008!
- Boné pode, mas goro na cabeça foi tendência entre 1989 e 1992. Depois disso só era usado nos ginásios esportivos ou no período de inverno nas escolas
- Em 1998 os homens não usavam calça jeans com remendo quadrado costurado. A jaqueta preta com camiseta branca foi símbolo da juventude rebelde na década de 50 à la James Dean e não tem nada a ver com anos 90!

- Enfim ...santa confusão! 
Contracapa

A coletânea possui as seguintes canções: 

1 - Vinny – Heloisa, mexe a cadeira (Cuca eletro mix) 4´06
2 - Claudinho e Bochecha - Conquista 4´01
3 - Carlinhos Brown – A namorada (Hitmakers elektro remix) 3´29
4 - Skank – É proibido fumar 2´36
5 - Bicho Cabeludo – Coroné Antonio Bento 3´25
6 - Paulo Ricardo – dois (Hitmakers PAC mix) 3´46
7- Fat Family - Jeito Sexy (Shy guy) 3´40
8 - Pedro Luis e a parede – Pena de vida (Remix) 3´17
9 - Ed Motta – Vendaval (G-vô Monster remix) 4´18
10 - Dominó – Baila, baila comigo 3´03
11 - Hanoi, Hanoi – Totalmente demais (Must remix) 3´48
12 - Fernanda Abreu – Kátia Flávia, a godiva de Irajá 3´47
13 - Mr. Jam – Vai ser você (Cuca remix) 3´18
14 - Rita Lee – Nem luxo, nem lixo (ao vivo) 4´04
CD

* A compilação Festa da Música Vol 1, não apresenta remixes, infelizmente! 

** A compilação Festa da Música Vol 3 será postada em breve! 

*** Não há registro que este trabalho tenha sido lançado em vinil!