domingo, 12 de maio de 2013

Fernanda Abreu - Kamikazes do amor / Você pra mim remix (single promocional - Item de colecionador)

 

Muitos fãs e admiradores sentem saudades do tempo em que a cantora Fernanda Abreu despontava como um dos grandes ícones da música pop brasileira que marcou a década de noventa no século passado.


Imagem divulgação

Sucessos como “A noite”, “Babilônia rock”, “Kátia Flávia”, “Rio 40 graus”, “Jorge de capadócia”, “Garota sangue bom”, “Veneno da lata” entre outras canções eram presença constante em várias festas e no set list de djs e programas de rádio voltados para a música pop brasileira. Naquele período a versatilidade artística da cantora também contemplava os ritmos românticos e para lembrar essa fase, hoje mostramos o single 12” remix da canção kamikazes do amor” que também traz um remix para a canção “Você pra mim”. Este trabalho foi distribuído promocionalmente em 1990 pela gravadora Emi Odeon e de acordo com as informações impressas no vinil, os remixes foram produzidos pelo DJ Irai Campos.



Este single apresenta as seguintes versões:

LADO A

A1  Kamikazes Do Amor (radio Mix Nº 1)  4:00
Análise: A construção desse remix é interessante, pois não ficou com “cara de música velha” ou de “flash back”. A melodia possui alguns efeitos eletrônicos e sobreposição de vozes utilizando samples de refrões de outras músicas de sucesso internacional. O DJ Iraí Campos manteve as bases da versão original com influências do Hip Hop, Soul, Funk e Black music.
  
A2  Kamikazes Do Amor (radio Mix Nº 2)  4:58  
Análise: A construção desse remix também segue a mesma linha apresentada na versão anterior, mas com maior tempo de duração.

LADO B

B1  Kamikazes Do Amor (club Mix)  5:55
Análise: Essa é a versão principal dos remixes apresentados pelo single. Porém foi editada no lado “B” do vinil. O certo seria que a versão principal fosse colocada em ordem no lado “A” e as versões adicionais apresentadas no lado B. Pelo menos é assim que ocorre nos remixes internacionais. Na prática, esse remix é basicamente igual as outras versões da mesma canção!

B2  Você pra mim (versão Remix)  4:44
Análise: O remix possui cadência e referências musicais muito próximas da canção “Justify my Love” de Madonna. Aliás, o próprio sample do refrão da música “Justify my Love” aparece nos primeiros acordes da melodia. O clima romântico predomina e o remix acaba sendo perfeito para ser tocado nos bailes charm ou para embalar aquele momento nostálgico de corações solitários voltando pra casa ao final da balada....

* Com sorte ainda é possível comprar este single em lojas ou sebos que comercializam discos novos ou usados.

** O remix deste single para a música “Você pra mim” é diferente do remix apresentado na coletânea de sucessos “Raio X” que foi lançado pela cantora  em 1997.

*** Não há informação que este single tenha sido editado em Cd.

**** As versões originais das músicas foram incluídas no primeiro álbum solo da cantora chamado “Sla radical dance disco club”, também comercializado em 1990.

Fernanda Abreu e o Funk carioca

Atualmente a cantora Fernanda Abreu está envolvida com o estilo musical voltado ao Funk carioca e a um público mais - restrito - ligado aos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Até porque, os críticos musicais afirmam que por enquanto, o Funk e suas variações estão mais voltados à realidade musical carioca do que brasileira. Alguns estudiosos chegam até a classificar o Funk carioca como um fenômeno musical folclórico moderno do Rio de Janeiro.

De forma geral, houve várias tentativas de espalhar o estilo no país inteiro com a ajuda da mídia, mas a atitude de alguns artistas “funkeiros”, bem como o posicionamento de alguns de seus seguidores somado com a falta de informação das pessoas + letras apelativas e de baixo nível estão fazendo com que o estilo ainda não seja visto com bons olhos no mercado musical tupiniquim. 

Uma coisa é dizer: - Quero "fazer amor" com você!

Outra coisa é dizer: - Quero "foder" com você!

As duas frases possuem  o mesmo sentido sexual. Porém, a primeira é mais sutil e representa a linha educacional formal brasileira que segue a linha educacional mundial. A segunda é mais direta-agressiva e permeia uma parte das gírias e da linguagem existente nas classes mais carentes Os "funkeiros" não estão errados, pois simplesmente utilizam expressões corriqueiras do meio em que sobrevivem  nas canções que cantam e se divertem. Contudo, a maior parte do Brasil não está interessada em utilizar a palavra "foder" porque a expressão "foder" é vista como uma linguagem vulgar, de baixo calão e com uma tonalidade quase ofensiva. Tanto no país como também em diversas regiões do planeta de acordo a linguagem oficial de cada nação!

Para piorar, existe outra dificuldade enfrentada pelo Funk carioca que se refere à classe social. Como o Funk carioca nasceu nos bailes, nas favelas, nos morros e nas comunidades pobres do Rio de Janeiro, grande parte do Brasil não se identifica com o lugar e com seus criadores. Até porque, as favelas existentes em outras regiões do país possuem costumes e realidades musicais bem diferentes das praticadas no Rio de Janeiro. Dessa forma, muitas pessoas não conseguem separar o estilo musical da origem rotulada como  “vileira” e “favela”.

Segundo o entendimento de alguns pesquisadores, essa realidade pode transparecer que se a dança, a atitude e a origem do Funk carioca estivessem relacionadas a uma classe social mais rica e intelectualmente mais educada, as chances de ter emplacado em todo o Brasil seria maior e já teria acontecido. Para polemizar, estudiosos colocam mais lenha na fogueira das vaidades musicais, comentando que não é a classe social rica que imita os pobres, mas é a maioria dos pobres que desejam imitar o estilo musical das pessoas ricas e desenvolvidas.....

A equipe do blog Brasilremixes entende que este texto pode ser interpretado por muitos leitores de forma provocativa. Entretanto, o objetivo principal é fazer uma reflexão sobre o universo musical brasileiro e os motivos que fazem com que determinado gênero musical ou determinada música tenha sucesso ou não. Aliás, é importante observar que se a música é um produto, até que ponto a riqueza e a pobreza financeira e melódica que rodeia os artistas, podem influenciar nas escolhas do produto musical feito pelos consumidores no Brasil?  

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