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segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Super Remix (compilação - vários)

Capa

Hoje publicamos a resenha mais difícil e mais polêmica de todas as resenhas já postadas pelo blog. Estamos falando de uma coletânea que estava aguardando a divulgação na lista de espera (ficou rolando na redação de um lado para outro há dez anos)  e não possui consenso crítico entre nossa equipe. Trata-se dos remixes apresentados pela coletânea Super remix, que foi lançada em 1996, pela gravadora Som Livre.

(Entenda os motivos)

Para início de conversa, o Brasil parece estar condenado a viver uma vida cercada pelo o dilema do “karma da tentativa”.

- Karma da tentativa??? O que é isso?

Karma da tentativa é o nome que nós inventamos para designar um fato curioso que acontece  no Brasil, diante qualquer tipo trabalho em meio a uma lista infinita de desculpas que vai desde a falta de dinheiro, falta de conhecimento, falta de habilidade, falta de visão holística, falta de qualificação, falta de apoio, falta de talento, falta de senso crítico....etc. Ou seja, na maioria das vezes, tudo aquilo que o brasileiro faz e não dá certo, geralmente é enquadrado na lista de justificativas que você acabou de ler. Logo, o resultado parece estar condicionado à frase: 

- Valeu pela intenção!”

Com sol ou com chuva, subindo ou descendo, direita ou esquerda, ganhando ou perdendo, quase tudo acaba se resumindo na frase “valeu pela tentativa”!

Vamos imaginar que você tenha que cozinhar feijão. Então você vai fazer a feijoada completa como manda a receita, sem ficar discutindo a + b. Entretanto, por vários motivos aleatórios você acaba fazendo a feijoada com água, sal e feijão. Ponto. O que vai acontecer com o almoço do dia?  A feijoada vai ficar ruim, insonsa, fora da realidade, simplória, etc.. e para os convidados não detonarem as suas habilidades culinárias desastrosas, eles irão dizer que valeu pela tentativa. Captou?

O resultado dos remixes apresentados pela compilação “Super remix” possui várias interpretações. Nas resenhas discutidas em reuniões da equipe do blog ao longo dos anos, mas que acabaram não sendo publicadas, para não causar desanimo ou discórdia no seguimento musical dançante brasileiro, apareceu de tudo:

* Que a proposta de remixes da coletânea representava um retrocesso.

* Que o cd deveria ser banido da dance-music brasileira.

* Que a compilação fosse enterrada para sempre da história musical de remixes nacionais.

* Que a coletânea fosse queimada em praça pública.

* Que a associação de Djs proibisse a execução dos remixes para não ofender o bom gosto e o desenvolvimento musical dançante brasileiro já existente...

* Que a compilação foi feita para um público que desconhece dance music e se contenta com migalhas.  Etc...etc....

Um outro detalhe muito importante na formatação e produção  geral dos remixes brasileiros lançados por grandes artistas, é que mesmo que o centro das atenções musicais no Brasil seja São Paulo e Rio de Janeiro, tanto paulistas como cariocas deveriam ter percebido que, apesar de tudo, o Brasil não gira em torno do “gosto musical particular de paulistas e cariocas! ”. Ou seja, o Brasil não consome/consumia dance music em geral, apenas porque os cariocas e paulistas gostavam ou produziam. O Brasil também possuía luz própria e – dadas às proporções - também tinha desenvolvido o seu conhecimento e gosto musical pessoal, que NÃO seguia “obrigatoriamente” a mesma ordem musical ditada por cariocas e paulistas. (LONGA PAUSA PARA PENSAR...)

Pensando e refletindo......

Em alguns estados do interior do Brasil, já existia uma ligação muito forte com o que ocorria musicalmente na Europa, independente do que o Brasil da bolha carioca/paulista pensava/gostava ou deixava de pensar/gostar.....

Aliás, em termos de dance music, todo o brasileiro que tivesse interesse e tinha acesso ao dance americano, dance europeu, dance brasileiro e dance latino, já estavam familiarizados com remixes dançantes de primeira linha.

Quem produziu o Cd Super Remix, sabe-se lá por quais motivos, ignorou a visão e a euforia dançante mundial que já existia naquele momento. Isto é, os remixes apresentados na coletânea permaneceram presos ao conhecimento limitado de seus produtores, como também,  no interesse pífio e questionável de quem encomendou os remixes. Por fim, era previsto que uma parte público confuso e inocente, que aceitava tudo quanto era “tum-tis-tum” de quinta categoria, aceitasse as migalhas dançantes.

De forma prática, no entendimento da equipe do blog, os remixes ficaram condicionados a cena dance “lado B” carioca e apresentam o básico feijão com arroz e farofa.

Contracapa

(Análise....)

Se o padrão musical dançante brasileiro (a linha de remixes produzidos) já havia sido definido na década de 90, por remixes de artistas como Lulu Santos, kid Abelha, Rita Lee, Marina Lima entre outros; era evidente que o resultado final da compilação lançada em 1996 não poderia ter qualidade inferior aos discos acima referidos. Portanto, os remixes apresentados nessa coletânea não caíram nas graças da maior parte do público. Óbvio! Ponto final.

Por isso que insistimos em dizer que: - Acabou o tempo do Brasil ser amador ou viver numa eterna tentativa musical...

Entendemos que muitas vezes é legal ou libertador fazer um remix diferente, porém desde que “esse remix diferente” seja melhor ou igual aos remixes já estabelecidos no mercado e aprovados pelo público.

Entendeu agora por que no início dessa resenha citamos que o Brasil vive o “karma da tentativa? A equipe do blog adoraria dizer que a compilação é o máximo e possui o mesmo nível de qualidade, etc e tal. Mas, para não ofender as pessoas envolvidas, infelizmente muitas resenhas se resumem em “valeu pela tentativa”.

O pior é imaginar que entre as justificativas dos produtores dessa compilação, é que eles poderão dizer que os remixes não tinham essa pretensão “fantástica” de sucesso, e que era só para fazer a meia boca que foi feita. Enfim....

A compilação de remixes possui características musicais do funk melody, da música pop e uma tentativa esfarrapada do que poderíamos chamar de Euro House tupiniquim  de doer na alma, no corpo e nos pés.

O CD possui as seguintes faixas:

1 - Cazuza - Exagerado (Dance Mix)

2 - Sandra De Sá - Olhos Coloridos (Charm Version) 

3 - Fábio Jr. - Enrosca (Nino's Piano Mix)      

4 – Agepê - Deixa Eu Te Amar (Love Melody Mix)      

5 - Fafá De Belém - Sereia (Dance Version)    

6 - A Turma Do Balão Mágico - Lindo Balão Azul (Euro Remix)         

7 - Wanderléia - O Exército Do Surf (L'esercito Del Surf) (Ragga Dance Mix) 

8 - Barão Vermelho - Bete Balanço (Club Station Remix)       

9 - Anne Duá - Indecente (1996 Remix)           

10 - Barão Vermelho - Bete Balanço (Club Station Long Remix)        

* Não há registro sobre a compilação ter sido editada em vinil.

** A culpa não é dos artistas, mas de quem produziu os remixes ruins...

domingo, 16 de junho de 2013

Sandra de Sá - Vamos viver (single remix promocional - item de colecionador)

Capa 
Na década de noventa a cantora Sandra de Sá resolveu dar uma turbinada pop em sua carreira lançando o ótimo álbum chamado A lua sabe quem sou eu. Este trabalho rendeu quatro singles para as musicas “Vamos Viver’, “Soul de verão / fame”, “Sozinha” e “Não adiantou saber”.  

Encarte
Hoje destacamos o Cd single da canção “Vamos viver” que foi lançado comercialmente em 1997 pela gravadora WEA. A música foi escrita pelo cantor e compositor Herbert Vianna da banda Paralamas do sucesso. Este single raro e que já virou item de colecionador apresenta a versão álbum que é igual a gravação original, uma versão com participação especial do coral gospel Mounth Moriah, um remix dançante com bases da house music produzido pelo dj Memê e um remix com referências do Hip hop, Soul e Black music produzido pelo dj Corello.
 
Imagem divulgação

O single que teve a produção gráfica de Cristina Portella e a direção artística de Paulo Junqueiro, apresenta as seguintes faixas:

1- Vamos viver – Com a participação especial do coral gospel Mount Moriah 3´42
2- Vamos viver – Charm Corello Dj 3´42
3- Vamos viver – Memê Club Edit 4´52
4- Vamos viver – Versão álbum 3´44

 CD
 Na imagem seguinte você pode ver a capa do single com selo de preço sugerido na época de comercialização.

 * Até o momento não há registro que este trabalho tenha sido lançado em vinil 12" promocional.

** Apenas os singles para as músicas "Vamos viver" e  Soul de verão / fame” foram lançados comercialmente no mercado musical em uma tentativa de aumentar as vendas. Porém:
-  Como Brasil estava atrasado em relação ao controle da pirataria, 
-  Como a música é tratada por bem supérfluo, 
-  Como o preço do Cd era caro, 
-  Como a patota musical era sempre a mesma sem permitir a ascensão de novos artistas,
-  Como a música havia se tornando um produto de alta descartabilidade,
-  E como as gravadoras tinham uma péssima logística de distribuição de Cds para atender a demanda das emissoras de rádio e ao mercado de vendas de norte a sul do país em pouco espaço de tempo; logo, todos esses fatores contribuíram para que a galera se jogasse no MP3 como alternativa de sobrevivência para se manter atualizada. Simples! 

... E nem vamos mencionar o fato que a maioria dos remixes brasileiros foram e são trocados entre djs e colecionadores graças ao MP3. Porque se dependesse da comercialização, promoção e distribuição das gravadoras, ninguém tinha nada sobre nada! 

...E também nem vamos comentar sobre o sistema educacional brasileiro, o qual, também necessita ter acesso a troca de arquivos via MP3 para estar conectado com o desenvolvimento educacional em todos os cantos do país... Lamentável! 

Cadê o remix Club?

A equipe do blog Brasilremixes alerta sobre a possível existência de um remix produzido pelo Dj Memê que ainda não foi localizado oficialmente. Não sabemos se o remix foi lançado separadamente em vinil ou em Cd single promocional. Ou ainda se o remix foi incluído de forma escondida em alguma coletânea promocional de rádio lançada pela gravadora. Lembramos que às vezes isso acontece!!!

A desconfiança possui fundamento por causa do nome “Memê Club Edit”. Ou seja, a palavra “Edit” significa “editado” ou “reduzido”. Na prática seria algo como “versão editada” ou “versão curta” para tocar no rádio. Logo, se existe a versão “Club Edit”, perguntamos: - Cadê a versão “Club” (completa) para ser tocada nas festas??? 

Essa situação já ocorreu em outras ocasiões com musicas dos artistas Fausto Fawcet e o remix da canção “Cicciolina – o cio eterno”, que foi lançada em dois singles promocionais diferentes, um com a versão “editada” e outro com a versão longa (completa), ambos distribuídos pela gravadora WEA. Como também no caso da cantora Deborah Blando com o remix da música “La vem o sol” que apareceu em single promocional único e também foi incluído sem referências numa coletânea promocional de sucessos divulgada pela gravadora EMI/Virgin. Portanto, no mercado musical nacional que algumas vezes age com amadorismo, tudo é possível. Inclusive o fato da versão “Club Edit” não ter sido divulgada em lugar nenhum ou até mesmo que a versão “Club Edit’ tenha sido escrita incorretamente! Vai saber....

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