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segunda-feira, 19 de abril de 2021

Lulu Santos - Toda forma de amor remix (Single promocional)

Capa

Pra começar a polêmica, vamos com um pouco de história.....

Segundo pesquisadores, o Funk é um gênero musical que se originou em comunidades afro-americanas na década de 60. Ou seja, artistas afro-americanos criaram uma nova forma de música rítmica e dançante através da mistura de soul, jazz e rhythm and blues. O Funk retira a ênfase da melodia e da harmonia e traz um groove rítmico forte de baixo elétrico e bateria no fundo. Portanto, o autêntico Funk é um estilo musical americano de sucesso entre a galera afro-americana (rica ou pobre) lá nos Estados Unidos, na década de 60/70/80. Ponto.

Enquanto isso, aqui no lado sul da América, a equipe do Brasilemixes juntou o quebra-cabeça de influências e influenciados no Brasil, para explicar o que aconteceu.....

Naquele tempo, parte da galera afro-brasileira (pobre e deslumbrada), sem perceber ou questionar, se tornou alvo fácil das informações de realidade social distorcida ou super projetadas (ao bel prazer) pela mídia/publicidade brasileira ao longo dos anos, a respeito de tudo o que acontecia nos EUA.

Logo...

Não apenas o pessoal afro-brasileiro como também quase toda sociedade tupiniquim, educacionalmente frágil e induzida pelo gosto musical e o interesse de alguns brasileiros deslumbrados, que atuavam na linha de frente da mídia com um discurso pró Estados Unidos, acabaram sendo altamente influenciados pelo estilo americano de “ser e viver”.

Afinal...

Os americanos eram vendidos como algo maravilhoso para ser copiado/imitado e reproduzido em sua íntegra. Dessa forma, grande parte da sociedade carioca ingênua, embarcou nessa ideia deslumbrada de vida americana, e era quase natural que pessoas com baixa instrução e noção da realidade, (Incluindo Djs e músicos) adotassem/seguissem/incorporassem de acordo com sua interpretação particular de mundo, o estilo musical do Funk americano com ares de endeusamento.

Imagem ilustrativa/ reprodução

Pausa para se recuperar do puxão de orelha, ao qual a sociedade se meteu....

Ao mesmo tempo, se faz necessário registrar o fato de que a comunidade afro-brasileira, diluída e separada criminosamente de suas crenças, de seus costumes e de seus ancestrais, pela escravidão; também estava à procura desesperada por representatividade ou ritmos musicais que tivessem ligados e fossem simpáticos com seu interesse de mundo particular. “Sou preto, quero música de preto”. “Sou branco, quero música de branco”. Sou rico, quero música de rico”. “Sou pobre, quero música de pobre” e bla-blá-blá. No Brasil essa representatividade foi alcançada pela criação e desenvolvimento de ritmos como o Samba e o Pagode, por exemplo. Nos Estados Unidos, entre vários estilos podemos citar o Soul, o Rhythm and blues, o Funk, o Jazz, o RAP, Hip Hop....

É necessário lembrar que, ao incorporar o Funk americano na cultura tupiniquim paulista e carioca (sim, foi apenas nesses dois estados do Brasil inteiro, que o Funk americano chamou a atenção do público e se propagou), a galera afro-brasileira já tinha uma ótima representatividade musical através do Samba e do Pagode. Porémmmmmmmmm, dadas às proporções, tanto o Samba quanto o Pagode NÃO tinham o GLAMOUR musical e social no Brasil com que parte da galera afrodescendente deslumbrada e marginalizada de forma injusta, pudesse se orgulhar/ostentar. Claro! As pessoas eram doutrinadas com a ideia de que tudo o que fosse de fora do Brasil era melhor....

Ou seja, mesmo que o Samba e o Pagode possuíssem uma riqueza sonora fantástica, ambos os estilos eram por vezes menosprezados e condicionados como referências musicais da galera pobrezinha, coitadinha, regionalista, periférica e trabalhadora. Logo, psicologicamente falando, muitas pessoas não gostam de ser tratadas como pobres, coitadas, regionais, periféricas e trabalhadoras.

Percebendo ou não, o Brasil sempre foi confuso em definir sua cultura e seus direcionamentos. As pessoas (sem educação esclarecedora de passado-presente-futuro, quem eu sou, o que devo fazer e onde tenho que chegar) misturaram solenemente, alhos com bugalhos. O resultado de toda essa confusão se impregnou na classe social e financeira e acabou se metendo no gosto musical particular das pessoas. Um verdadeiro INFERNO!!!!!

Tem público que gosta de algumas musicas por causa da moda. Outras pessoas gostam pela representatividade. Outras pelo glamour social, pela melodia, pela ostentação, pela fama do artista, pela composição, pela vantagem, pela publicidade, pela vibração, para se sentirem modernas, atualizadas, queridas enfim....uma confusão dos diabos. São poucas as pessoas que gostam de música por si só. A maior parte dos consumidores segue seus interesses e influências particulares. Lamentável.

Funk Carioca (...um dia qualquer)

Em um cenário socialmente/educacionalmente confuso, o Funk foi sendo incorporado junto a cultura popular dos guetos no Rio de Janeiro. Em determinado momento foi apelidado de “Funk carioca” e se estabeleceu por ser um estilo influenciado pelo Funk americano. Tipo assim:

- O funk americano é legal? Sim! Então vamos aproveitar essa ideia musical americana e vamos fazer um estilo musical igual, aqui no Brasil.

- Como vamos chamar?

Ahhhh diga que é Funk, tipo Funk americano. Ninguém vai entender nada o mesmo. Diga que é Funk.

-  Mas esse Funk não é bemmmmmmmm igual ao Funk Americano?

- Eu sei, nós somos pobres, não temos instrumentos musicais como os americanos, mas vamos fazer com aquilo que temos e vamos chamar de Funk!

- Certo! Funk ou Miami bass?

- Ahhhhh diga que é Funk! É tudo Funk! Pronto! Quem não tá satisfeito que dê aula de música de graça e instrumentos musicais de graça pra nós. Como isso não vai acontecer, vamos dizer que é tudo Funk.

O remix

Capa

Aproveitando um sabor musical diferente daquele que havia no mercado e observando o comportamento da periferia, guetos, comunidades (favelas) cariocas e afins, entra em cena o cantor Lulu Santos. 

Naquele momento, o Funk carioca já agitava a periferia do Rio de Janeiro e o cantor Lulu Santos (ligado com o que se passava ao eu redor), achou oportuno remixar uma canção utilizando referências melódicas do tal “Funk carioca”. E dessa forma, surgiu o remix para a música Toda forma de amor, com produção do Dj Memê.

Contracapa

O single lançado em 1995 pela gravadora BMG, apresenta duas versões (editada e normal) que receberam o nome de Funk you mix. A canção possui a participação especial de MC William e Duda Mc cantando “Rap do Lu”. O detalhe do nome do remix é um trocadilho de palavras Funk (ritmo musical) e fuck you (expressão inglesa que possui várias interpretações de cunho ofensivo). O seja, “fuck you” pode significar “dane-se” ou foda-se” e possui conotação com a letra da música, apenas.

CD

Confusão social e jogo de cena

Por falta de dados concretos, uma PARTE da mídia e da sociedade entre São Paulo e Rio De Janeiro (que não consegue enxergar além do próprio umbigo)  imagina, acredita e propaga que o Funk carioca seja um sucesso nacional. Isso NÃO é verdade!

O funk carioca faz sucesso no Rio, em Sampa e em algumas capitais do Brasil, apenas. Fora esses lugares determinados ou guetos, mesmo que o funk esteja fazendo sucesso e mesmo que as musicas sejam distribuídas de graça, o funk NÃO toca em todas as rádios brasileiras, o funk NÃO agita todos os clubes brasileiros, o estilo de vida dos cantores de funk NÃO caiu no gosto do público e o funk NÃO é um produto de consumo nacional. Essa constatação, também se projeta com a música sertaneja, a música regionalista, o axé, entre outros.

Falsa ideia de sucesso...

O pensamento confuso e sensacionalista de que “se for sucesso em São Paulo ou Rio de Janeiro é sucesso em todo o Brasil” é uma falácia publicitária. É falso. É um absurdo comunicativo vagabundo, conveniente e simplório, que foi proferido por pessoas que atuavam na mídia através dos anos, sem que alguém desse “um peitaço” e colocasse a ordem dos fatos no seu devido lugar. Então, a verdade conveniente misturada com a falta de percepção da realidade, as pessoas se acostumaram com a crença simplória de que se for sucesso no Rio ou em Sampa, é sucesso em todo o Brasil.

A narrativa de “sucesso em todo o Brasil” é prejudicial aos músicos, pois cria uma fantasia imaginária, que não se reflete nas vendas e acaba superficializando a carreira do artista. Isto é, o artista ostenta um sucesso ilusório que é apenas parcial ou localizado. O qual não existe, nunca existiu e nunca venha existir em sua totalidade.

* A versão remix deste single foi incluída na coletânea de remixes do Cantor Lulu Santos, lançada em 1995, e já foi postada pelo blog. Para rever, clique aqui.

** Ainda é possível comprar o single remix em lojas que vendem artigos musicais pela internet.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Lulu Santos - Tudo Igual Remixes (promocional) Item de colecionador

Capa

O que fazer para dar uma rejuvenescida na carreira musical de um grande artista? Simples, contrate um DJ e produtor competente.  Essa é a fórmula para exorcizar o passado e afastar o mofo que assola grande parte dos talentos musicais brasileiros, independente de estilo!. Em resumo: Luz, câmera e ação Mr. DJ

O cantor Lulu Santos entendeu os sinais do mercado musical e em 1994 lançou o álbum  chamado “Assim caminha a humanidade” com produção do DJ Memê. Dizem os especialistas que esse álbum vendeu 950 mil cópias gerando disco triplo de platina e uma super-turbinada na carreira do artista. Mas não basta ser dançante ou eletrônico para atingir o sucesso, é preciso ter conteúdo. E conteúdo não falta para um dos artistas mais respeitados na música pop brasileira. Entre as faixas de sucesso desse Cd estão “Tudo Igual”, “Assim caminha a humanidade” e “O que é bom”.
Contracapa

Logo, o single de hoje mostra os remixes para a música “Tudo Igual” que foi lançado em vinil 12” promocional pela gravadora BMG também em 1994. O single em vinil apresenta oito faixas, mas apenas sete são remixes e uma faixa com um “discurso” de Lulu Santos sobre o seu entendimento a respeito do remix com os seguintes dizeres: 
“ - Remix é super-interessante porque é a ideia que outra pessoa tem sobre um trabalho que não importa quem fez, o jeito que fica é que é importante. Cada um tem um jeito de contar a mesma história. “
O design gráfico tanto do single quanto do encarte do álbum é de Gringo Cardia sobre o trabalho artístico de Posadas. Os remixes são:

Lado A














1- Speech 0´13

Análise: Speech é uma palavra em inglês que significa discurso. É uma espécie de pronunciamento do cantor sobre a função do remix. Ele diz exatamente o texto que foi postado acima em destaque.

2- Memê Vocal Club Anthem 7´59

Análise: Esse remix possui influências da dance music mundial praticado na época em que o álbum foi lançado. A palavra "anthem" é utilizada pelos ingleses para classificar uma melodia como se fosse um "hino musical". Trata-se de um remix sofisticado muito bem produzido. Possui um timbre de piano e de bateria que são considerados por muitos como um estilo clássico de composição melódica da house music. Também produzido pelo DJ memê.

3- Funk mix 4´42

Análise: Ótima versão estilo funk carioca produzida pelo DJ Malboro e Humberto Mello.

4- Extended House radio 6´06

Análise: Bela versão com influências da house music e o toque de mestre do DJ Memê.

Lado B















1- House version 4´39

Análise: Essa versão foi remixada pelo DJ e produtor Iraí Campos e possui referências do house com sotaque de Eurohouse. A equipe do blog discutiu muito sobre os timbres musicais utilizados nesse remix, mas não chegou a um veredito final. Entretanto, integrantes da equipe afirmam que essa versão tem cheiro de samples distorcidos do Pet Shop Boys e outras referências européias.

2- Cool cut remix 7´43

Análise: Essa versão foi  produzida pelo DJ Cuca. O remix traz uma atmosfera introspectiva mais para ser ouvida do que dançada. Aliás, é importante saber que nem tudo que parece dançante se dança. Afinal, nem tudo na dance music é feito para os clubs. A melodia segue um conceito linear ficando próximo ao hip-hop.

3- New joy dub mix 7´05

Análise: Remix interessante com muito house e influências tribais produzido por Paulo Jeveaux e Nino Carlo.

4- The Mameluco Homeboy mix 4´31

Análise: Esse remix apresentado pelo DJ Memê é um pouco engraçado, pois pelo fato de utilizar um looping (repetição) com riffs jazzisticos do contrabaixo, para algumas pessoas ele tem um clima um tanto mafioso ou gangster. Porém é uma impressão pessoal de cada ouvinte. O resultado é peculiar.

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* Acreditamos que este single em vinil 12" remix também tenha sido lançado em Cd single, mas até o momento não confirmação.

** As versões “Funk mix”, “Extended house radio”, House version e New Joy dub mix” não entraram na compilação oficial de remixes do cantor lançada em 1995 no álbum “Eu e memê, Memê e eu” que já foi postado pelo blog e para rever basta clicar aqui!

*** Até o momento não há registros de que os remixes desse single tenham sido lançados como faixa bônus em alguma outra compilação do cantor ou compilação promocional. Também não há confirmação de que os remixes tenham sido comercializados digitalmente. 

**** Agradecimento ao Dj Carlos Pereira pela disponibilização de imagens deste single.