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sábado, 22 de outubro de 2011

Ed Motta / Kid abelha (single remix promocional nº 14) Item de colecionador

























Este single remix foi divulgado de forma promocional em 1990, pela gravadora Warner/WEA Brasil. No entanto, aviso ao leitor que se trata de um remix realizado sob os mesmos critérios musicais de muitos remixes nacionais produzidos na década de 80 na linha poprock. Ou seja, muitos remixes foram produzidos por pessoas que não eram DJs ou não tinham nenhum conhecimento dançante propriamente dito. As músicas são ótimas, mas não tem aquele sabor de danceteria. Um exemplo clássico dessa situação são as musicas do cantor americano Prince. Algumas são ótimas para curtir em casa, na sala ou até para dançar no fundo do bar próximo ao banheiro, mas na balada não funcionam porque a vibe e a pegada é diferente. Aliás, já naquela época era diferente!
Se perguntar para qualquer Dj qual era o “hit” nas danceterias em 1990, com certeza entre centenas de sucessos ele irá responder dois: Technotronic e Madonna. Agora você pode imaginar a cena e entender porque esses remixes do Kid Abelha e do Ed Motta são classificados  por serem apenas uma tentativa de alguma coisa.
Lembro também que naquela época haviam alguns clubes no Brasil que tinham duas pistas de dança para separar a mistureba pop/rock/dance/axé/pagode brasileira da mistureba dance/techno/house/Italo/pop/rock da música internacional. 

Os remixes apresentados neste single vinil 12” são interessantes sob o ponto de vista do conhecimento e de parte do desenvolvimento musical brasileiro naquele período. A melodia da música Solução do cantor Ed Motta possui claras influências musicais do cantor Prince. Por outro lado, a  versão para a música Todo o meu ouro do Kid Abelha nada mais é do que um poprock animado bem ao gosto pop brazuka referenciado naquela ocasião. Observo que ambas as canções não tinham força para concorrer com os remixes produzidos pelos gringos. 

Lado A:

Ed Motta - Solução (remix) 5´36 - Produzido e arranjado por Ed Motta e Bombom














Lado B:

Kid Abelha e os Abóboras Selvagens - Todo o meu ouro (remix) 5´19 Produzido por Nilo Romero/ George Israel / Vitor Farias / Bruno Fortunato



Nesse assunto cabe uma explicação que ninguém disse até agora por falta de conhecimento ou falta de visão estratégica:
         “Se você quer fazer um remix dançante, no mínimo a levada do remix deverá ser muito próxima ao estilo dos remixes que estão “bombando” nas pistas no momento". E mesmo assim não há garantia nenhuma!!! Se os remixes de sucesso atual são internacionais, então o estilo do seu remix deverá ser, no mínimo,  igual a pegada dos remixes internacionais!!!!
Você pode fazer diferente, mas as pessoas não estão muito “ANTENADAS” com o diferente. (Lembre-se não é culpa sua pela limitação musical do povo) Aliás, até você convencer o povo acostumado com os remixes internacionais, de que o seu remix brasileiro é melhor???!!! Há, Há, Há vai levar muuuuuuuuinto temmmmmpo!
        A situação é simples. Você quer ser médico então você tem que estudar para ser médico! Você quer ser piloto de corrida? Então você tem que saber andar rápido! Você quer fazer um remix? Então você tem saber muito bem que tipo de remix está sendo feito por outros artistas no momento e o que você quer provar ao público com sua versão remix! Onde vocêr quer chegar? A quem voce quer impressionar?
"FAZER QUALQUER MONTAGEM E CHAMAR DE REMIX NÃO FUNCIONA! “

O leitor do blog deve ter percebido que essa crítica musical não foi muito favorável aos remixes nacionais. Sim. É verdade! Mas é preciso ir além e explicar um outro detalhe cultural que acontecia no Brasil:
“Não existia uma cultura de música dançante, ao menos naquela época”. As pessoas frequentavam os clubes para encontrar a sua cara metade, se distrair ou participar de um evento social festivo que reunisse gente, música e bebida. Dançar mesmo, havia mais tentativa do que dança. Dependendo do clube quase a metade dos frequentadores permanecia a noite toda escorada na parede do bar segurando uma cerveja ou um copo de bebida. Sem mencionar, é claro, que muitos clubes representavam apenas uma diversão passageira. Portanto, a partir do momento em que os frequentadores encontrassem alguém interessante, logo começavam a namorar e bye, bye festa! Então, produzir um remix “top” ou um remix “fraco” não iria fazer a menor diferença para uma parte desse público que infelizmente não sabe quando começa o início ou termina o fim. Então os artistas investiam e investem mais na carreira musical de shows e de rádio (com projeção satisfatória) do que na produção de um remix para ser tocado nas danceterias. Mas essa constatação não proteje e não impede de que os remixes sejam criticados diante de um resultado musical fraco. Afinal, uma pista de dança que se preze não pode ser tratada com simplicidade.
Quando elogiamos é porque vale a pela. Quando criticamos é porque tem problema! 
Sinto muito!