sábado, 24 de setembro de 2011

Inimigos do Rei - Adelaide (single remix promocional) Item de colecionador


Capa

O final dos anos 80 e o início dos anos 90 foram uma época muito promissora para musicalidade brasileira.  Principalmente, na área de remixes. O que segundo pesquizadores, não vem ocorrendo no Brasil em tempos atuais devido a banalização e a descartabilidade musical.

O grupo Inimigos do Rei foi uma banda irreverente que utilizava em suas canções um tom humorístico e fazia um estilo voltado, digamos,  para o pop-rock-mpb.

Formado originalmente por Luiz Guilherme, Luiz Nicolau, Paulinho Moska, Marcelo Marques, Marcus Lyrio, Marcelo Crelier e o tecladista Lourival Franco. A banda lançou no mercado dois discos chamados: - “Inimigos do Rei” em 1989 e “Amantes da Rainha” em 1990.

Quem conhece a importância do remix para a música, quem viveu uma parte da noite dos anos oitenta e quem conhece a música pop brasileira contemporânea, sem dúvida alguma poderá se emocionar ao curtir o remix da canção Adelaide que é uma versão adaptada da música "You Be Illin" (Simmons, White e Mizell). Exageros a parte, pra quem entende de produção, esse remix pode ser incluído entre os 10 melhores remixes brasileiros lançados na década de 80. A produção foi coordenada por Torcuato Mariano e remixado pelos DJs Memê e Irai Campos.
O lançamento ocorreu no formato de single vinil 12” promocional para rádios e alguns DJs, em 1989, pela extinta gravadora CBS. Nessa época a galera internacional européia ainda vivia o momento Acid House com o famoso verão do amor (88/89). No  Brasil, além do país  estar naturalmente condenado a correr atrás do atraso, os lançamentos que acompanhavam a sonoridade e o desenvolvimento musical internacional eram poucos, senão raros! A produção do remix teve a participação de Fabio Fonseca e Joseph Patterson nos sintetizadores. Quem assina a Ilustração da capa do single é Mario Bag.

LADO A 
1- Adelaide – Serious house mix 7´03

Análise: Essa é uma versão contagiante que difere totalmente da musica original. Possui referências da Italo House e harmonia festiva para agitar qualquer pista de dança que se preze! Esse remix também possui efeitos da acid house e uma linha de baixo contundente com mixagem bem conduzida ao colocar cada camada musical no seu lugar sem o problema da sonoridade ficar “embolada”. A criatividade melódica, os efeitos, os breaks, a sobreposição de vozes, a levada dançante e a masterização equilibrada proporcionaram um resultado bem compatível ou até melhor que muitos remixes internacionais produzidos na época. Recomendo! 
***Atençao produtor Dudu Marote, você poderia se espelhar na mixagem de bateria eletrônica desse remix viu!!! Quem sabe suas produções musicais de alguns artistas brasileiros ficariam melhor masterizadas com uma bateria vibrante e não apagada como nós temos visto por ai! Se liga!!

2- Adelaide – Radio house mix 3´14

Análise: Essa versão segue o mesmo estilo do remix anterior, porém com menos duração para ser tocada no rádio. 

LADO B

1- Adelaide – The Porto Stroessner Dub 3´15

Análise: Esse remix  que recebeu o nome de “Dub” os leitores já sabem que não se trata de “Dub ou Reggae jamaicano”. Mas uma versão instrumental apenas. A graça do remix instrumental é a possibilidade de acompanhar os efeitos utilizados na música e o desenvolvimento melódico das "bass lines" da canção! “The Porto Stroessner” é uma analogia irônica que os produtores fizeram entre a letra da música que conta a história de  “Adelaide, minha anã paraguaia”, com o antigo nome da Cidade Do Leste (Ciudad Del Este) no Paraguai que antes de 1989 era conhecida como "Porto Stroessner"; que por sua vez era uma homenagem ao presidente do Paraguay chamado Alfredo Stroessner. Daí então o nome do remix se chamar “The Porto Stroessner Dub”.

2- Adelaide – Percapella mix  3 ´14

Análise: Essa é uma versão apenas cantada chamada no meio musical de “capella” ou “acapella". 
- Mas qual é a graça de fazer um remix assim?
Lembre-se que o remix não é apenas um “tum-tis-tum”. Já foi mencionado no blog em outras postagens que o remix possibilita a melodia uma criatividade inexistente no álbum. A música comum que aparece no álbum vendido em balaios de supermercado é como se fosse um fusca e o remix seria como um automóvel Mercedes Benz! Entendeu! Logo, nesse tipo de versão a graça é poder contemplar a voz do cantor com um acompanhamento melódico “propositalmente” mais discreto (simples) direcionado para os ouvintes que gostam de acompanhar a “performance vocal” do artista. Esse tipo de remix poderá ser tocado em ambientes como lounge e chill outs.

3- Adelaide – Versão LP

Análise:Essa melodia é igual a versão original do álbum e os leitores do blog já sabem que versão igual do álbum não é um remix.
Contracapa

* Infelizmente este single vinil está fora de catálogo, mas é possível comprá-lo em lojas de discos usados.  

** Até o momento não há informação de que este single ou qualquer versão musical deste trabalho tenha sido lançada oficialmente em Cd ou no formato digital.

*** É importante situar o leitor que estamos falando em musicalidade produzida na década de 80. Hoje a situação e a tecnologia musical é diferente e não existe comparativo!

domingo, 18 de setembro de 2011

Lulu Santos - HYPERCONECTIVIDADE (single remix promocional)

Capa





















Hoje postamos outro single remix interessante do cantor Lulu Santos para duas músicas: Hyperconectividade e Condição.

Hyperconectividade é a primeira faixa do Cd álbum chamado “Liga lá” lançado em 1997 pela gravadora BMG. Em paralelo, o single também apresenta o remix da música "Condição" que apareceu originalmente em 1986 no álbum do cantor chamado apenas de "Lulu". Ambos os remixes possuem uma produção voltada para o estilo eletrônico. 
Aliás, diga-se de passagem, no final do milênio houve a  efervescência musical eletrônica na maior parte do mundo, mas não atingiu todo o sucesso esperado no Brasil. Analistas afirmam que um dos motivos foi causado pelo atraso conceitual e musical de grande parte dos brasileiros sem noção e comprometimento com o progresso e a evolução.

Dessa forma, a musicalidade eletrônica acabou sendo tratada pela maioria como um modismo. Afinal, dizem que quem manda são os conceitos musicais ditados para satisfazer ao paladar da “velharia.“ Como a juventude não tinha força musical, o que prevaleceu foi a indiferença, com raras exceções como as apresentadas pelo cantor Lulu Santos. Mas quem mais sofreu com a situação foram as pessoas musicalmente desenvolvidas que ficavam reféns na musicalidade internacional!

Outro aspecto desse momento foi perceber que a Mtv e a maior parte do jornalismo musical brasileiro aos poucos foram abandonados por parte do público que estava cansado da mesmice roqueira. Naquela época, dezenas de jornalistas em rádio, jornal, televisão e internet, só sabiam e gostavam de falar em dois estilos musicais: MPB e Rock and roll. 

A Mtv sempre defendeu os interesses roqueiros americanos transparecendo em sua programação diária atitudes como: "Viva o rock´n´roll" e que os outros estilos servissem apenas para disfarçar. Então parte da imprensa brasileira por preguiça, burrice e ignorância também imitava o estilo Mtv de ser. Por outro lado, independente da Mtv, havia os saudosistas e correligionários naturais do rock n´ roll infiltrados em grande parte da midia tupiniquim. Essas pessoas também só conheciam e aprovavam o "jeito rock n´ roll de ser" como o mais saudável segundo seu entendimento próprio, quer dizer, segundo seu interesse pessoal!

Os simpatizantes do rock eram pessoas queridas mas não tinham a capacidade jornalística de separar os entendimentos e ver além do horizonte, salvo algumas exceções. A música eletrônica e até de outros estilos musicais eram vistos por muitas pessoas como se fossem uma ameaça ao estilo roqueiro que era apresentado como o mais inteligente e contemporâneo, entre todos os gêneros existentes. Afinal, o que os amigos de alguns jornalistas iriam pensar quando lessem uma notícia falando bem de um estilo musical eletrônico, que não era bem aquela música que os amigos tanto idolatravam!?

Essa situação me fez lembrar de um depoimento ao acaso, que li no site da dupla de djs americana chamada Harley & Muscle, os quais postaram em sua biografia afirmando que vários dos seus amigos americanos, ficaram desapontados ao saberem que ambos  gostavam de house music e não de rock n´ roll como as pessoas "doutrinadas pela mídia roquista" deveriam gostar, na década de 80. Visto que, a house music era uma evolução da disco-music. Porém parte da disco-music nos EUA era rotulada como música de negro e música de gay! Logo, a dupla Harley & Muscle - de etnia branca, financeiramente estável e de sexo masculino - não poderia gostar de outra música que não fosse o tal de rock n´ roll de gente branca e sexualmente “máscula”! Enfim, voltando para a musicalidade brasileira, esse tipo de pensamento sobrevive em muitas regiões e é apenas um dos inúmeros exemplos de burrice instalada no entendimento musical de diversas pessoas no país. 
Lulu Santos (fotografia by Márcia Ramalho)




















Conduta Sexual x Conduta musical

Da mesma forma como separam religião de política, particularmente, a equipe do blog BRASILREMIXES  sempre separou a opção sexual da música. Até porque, tudo passa e o que fica é o talento e a diversão! Porém, nem todo mundo consegue ter esse entendimento. Nem mesmo as gravadoras e seus funcionários pagos para distribuir promocionalmente o produto artístico no mercado consumidor e nem mesmo diversos radialistas que deveriam acompanhar a evolução musical da sociedade. São pessoas queridas, mas condenadas pelo policiamento sexual. 

Para muitos, quem dança são macacos ou gays. Afinal, entendem e defendem que o único motivo para o "homem macho" se divertir ou é através do esporte ou é através do sexo e da cerveja. Além de tudo, essas pessoas defendiam que a música deve passar uma mensagem e não aceitavam a melodia como diversão, apenas.

Diante de todas as atitudes homofóbicas, parte da galera rock n´roll se considerava superior e sempre apontava o dedo para conduta sexualmente incorreta da galera da música eletrônica. Basta ficar atento para perceber essa situação em nosso cotidiano. Em alguns países esse desentendimento já foi abolido e superado, mas no Brasil, atrasado e hipócrita, vai levar algum tempo para mudar. Afinal, o Brasil ainda está resolvendo o problema da reforma agrária e do salário mínimo, e nem sabe escolher presidente. O que esperar de um país assim?!!!
Verso





















1- Hyperconectividade (Fubá Mix)  2 ´58

Análise: Produzido por Ramiro Musotto (1964 – 2009), a sonoridade melódica oriental e a rima da palavra “Hy-per-co-ne-cti-vi-da-de” cantada por Lulu Santos  fazem toda a diferença nesse remix com levada house e riffs singelos de drum n´bass. Sem dúvida uma releitura simples e fácil de produzir por pessoas que estão conectadas com a musicalidade mundial e que entendem de percussão e programação tecnológica. Ao contrário de muitos produtores que só sabem tocar guitarra e produzir sons eletrônicos fajutas. Infelizmente.

2 - Condição (Remix radio edit) 3 ´37

Análise: Essa música foi originalmente lançada em 1986 no álbum chamado “Lulu”, porém reapareceu remixada 12 anos depois. Esse belo remix com riffs de piano lembrando a Ítalo house oitentista garante o charme dessa canção que tocou em muitas festas pelo Brasil e quase passou despercebida! Produzido por Nado Leal e Paulo Jeveaux (G-vô) para Monster Makers.

3 - Condição (Remix)  5 ´24

Análise: É o mesmo remix que a versão anterior, porém mais longo e destinado para os Clubs. Aliás, antes que caia no esquecimento, a música condição é cantada por Lulu Santos com a participação especial do cantor Milton Guedes.Também foi produzido por Nado Leal e Paulo Jeveaux (G-vô) para Monster Makers. Essa versão foi lançada comercialmente no álbum de remixes do cantor Lulu Santos chamado “Dance bem, Dance mal, Dance sem parar” que foieditado pela gravadora Som Livre/BMG.























CD

*** O single foi lançado em 1998 e teve a produção artistica de Jorge Davidson. Até o momento não há informação de que este single tenha sido editado em vinil.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Rita Lee - Pra você eu digo sim - (single remixes , remix promocional)

Capa

Eis o single da cantora Rita Lee para a música chamada “Pra você eu digo sim”.
Apresentado em 2001 pela gravadora April Music ele traz uma faixa extraída do álbum Aqui, ali, em qualquer lugar, também lançado pela cantora no mesmo ano. A música é uma adaptação da canção original “If I feel” escrita por John Lennon e Paul MacCartney.  Este single possui apenas duas versões que levam a assinatura do DJ e também produtor Memê com a participação de um "timaço" de músicos brasileiros como: João Barone (Paralamas do Sucesso) na bateria, Frejat (Barão Vermelho) na guitarra, George Israel (Kid Abelha) nos violões, Rodrigo Santos (Barão Vermelho) no baixo, Humberto Barros nos teclados e o próprio Dj Memê na percussão. 
Encarte 

A melodia original segue o estilo MPB (música popular brasileira) com levada poprock-romântica, ótima para ser tocada pelas Fms no dia dos namorados. Já os remixes?????!!! Bem, na  prática não são tão remixes assim!!!! Não são dançantes, não são eletrônicos, não são roqueiros, festivos ou qualquer outra coisa parecida. É verdade que, por outro lado, os remixes não tem a obrigatoriedade de serem dançantes! Porém, nesse caso, não existe a necessidade em ser chamado de remix, basta dizer apenas uma “nova versão”. Aliás, como já foi mencionado por esse blog em outras oportunidades, o nome “remixes” deve ser utilizado quando houver mais de 5 versões remixadas para a mesma música e não apenas 2 como foi o caso deste single. Certo!  Os produtores internacionais que inventaram o conceito dos remixes, agradecem!!!!
Há quem afirme que utilizar a palavra “remixes” foi uma estratégia da gravadora em chamar a atenção, mas na prática o público percebeu que o pouco falado remix não era "tudo isso" e o resultado final não surgiu efeito algum. Ambas as versões da música são praticamente iguais. A canção tocou em algumas rádios pelo Brasil, bem longe das pistas de dança! Mas vale pelo registro.

1-     Pra você eu digo sim (Memê rock mix) 
2-     Pra você eu digo sim (Memê pop mix)

*** Até o momento não há registro de que este single tenha sido editado em vinil.
** Imagens cedidas gentilmente por por Airton Carlos Medina.

CD

Pra Você Eu Digo Sim (letra)
Se eu me apaixonar
Vê se não vai debochar
Da minha confusão
Uma vez me apaixonei
E não foi o que pensei
Estou só desde então...(continua)....

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Roberto Carlos - Se você pensa remix´94 (single remix promocional)

Capa 

Uma das coisas interessantes do blog Brasilremixes são os  extremos musicais. No post anterior os leitores acompanharam informações vindas do cantor pernambucano OTTO e o Cd de remixes conceitual chamado Changez Tout – Samba pra burro dissecado. No post de hoje vamos falar do cantor Roberto Carlos e o remix comercial para a música “Se você pensa". Lançado pela gravadora Sony, este single remix foi distribuído de forma promocional em 1994. O resultado ficou bastante interessante nas mãos do Dj e produtor e Memê que remexeu a versão original da canção produzindo duas versões. Uma editada para tocar no rádio e a outra para dançar nos clubes. Porém a gravadora Sony brasileira ainda não pode comemorar que este trabalho seja considerado um  remix inesquecível! Quem sabe o próximo.

1- Se você pensa (Classic radio mix) 4 ´13

Análise: Remix ao estilo house com influências dos mestres da house music David Morales e Frankie Knuckles. Uma versão com pompa e circunstância que segue a linha de remixes "classudos" produzidos pelo DJ Memê na década de 90. Como por exemplo, as músicas “Eu vi o rei” e “Fulgaz” da cantora Marina Lima, “Lança Perfume” da cantora Rita Lee e a canção  “Quero que vá tudo pro inferno” da banda Jota Quest.

2 - Se você pensa (Classic house mix) 6 ´23

Análise: Com a mesma base musical do remix anterior, essa versão prolongada mantém o estilo house característico dos remixes produzidos pelo Dj Memê naquele período.
A graça do remix está na composição melódica eletrônica dançante. A letra da música é a mesma que a versão original gravada em 1968, mas o clima festivo faz a diferença na canção, transportando a sonoridade direto para a pista de dança.

Contracapa 

OBS: Diga-se de passagem, que este single foi mal distribuído pois muitas pessoas e djs tiveram que recorrer a pirataria para conseguir a música tanto para tocar em alguns programas de rádio quanto em algumas danceterias comerciais pelo país.!!!  Muita gente fala, fala e fala em downloads ilegais, mas é bom lembrar que os downloads ilegais também existem pela péssima logística de distribuição promocional das musicas de muitas gravadoras. Então vale a lei da sobrevivência. Quem não tem cão caça como gato! Mundo selvagem! Lamento! Ninguém está reclamando apenas do preço do Cd. Se trata de sobrevivência num mudo selvagem. 

Nem os próprios artistas que são os maiores interessados em divulgar os seus trabalhos, informam aos fãs e consumidores os detalhes sobre a concepção de suas obras musicais. Se não existisse o blog do Brasilremixes nada ou quase nada de informação relacionada ao remix chegaria ao conhecimento de fãs e consumidores do Brasil!!!

CD

A música também foi lançada em  vinil 12" conforme as imagens adicionadas abaixo.  

 Capa

LADO A

 
 
1- Se você pensa (Classic house mix) 4´13

LADO B


1- Se você pensa (Classic radio) 4´13
2- Se você pensa (Classic house mix) 6´23

* Existe um outro remix chamado "DJ Memê Club mix" produzido pelo Dj Memê em 2002. Porém não temos as imagens do cd ou Lp promocional, apenas a um vídeo que circula pela internet trazendo o som (audio) do remix. Para ouvir, basta clicar aqui! Divirta-se!

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

OTTO - Changez Tout Samba pra burro dissecado (remixes)

CD Box do cantor OTTO




















Não é possível falar sobre o trabalho musical do cantor Otto sem mencionar a coletânea de remixes chamada “CHANGEZ TOUT - Samba pra burro dissecado”. Esse projeto apresenta de forma inédita no Brasil um álbum duplo de remixes. (Até o o seu lançamento só existia single ou álbum normal de remixes de artistas nacionais e não um álbum duplo de remixes!) Lançado em 2000 pela gravadora Trama, o álbum foi editado em duas versões. A primeira na forma simples em Cd duplo e a segunda em edição especial no formato de Box com livro e dois Cds independentes (um laranja e outro em vermelho). Em ambas as edições todas as músicas foram contempladas. A diferença está no formato especial do Box com tiragem numerada e limitada em 5000 mil cópias. Apenas por curiosidade, o arquivo do blog BRASILREMIXES possui a edição de número 671.
Changez Tout é uma expressão francesa que em português significa “mudar tudo”. Aliás, um termo bem apropriado para o Cd de remixes do cantor que foge não apenas do estilo tradicional de dance utilizado no Brasil, mas também, por destacar diversos conceitos melódicos bem diferentes dos que eram feitos no país na virada do milênio. Nessa fase o flerte com a concepção eletrônica era inevitável e a utilização de estilos musicais brasileiros característicos da região norte e nordeste do país auxiliaram no desenvolvimento sonoro deste Cd. Changez Tout não apresenta remixes super-dançantes e comerciais pois o seu foco principal está mais voltado para o eletrônico conceitual e alternativo. O álbum foi produzido com a colaboração de vários artistas. As imagens contidas no encarte foram feitas por Vavá Ribeiro. Folhando o livro que acompanha o Box é possível ler um parágrafo escrito pelo jornalista Renato L. que sintetiza muito bem o projeto do Cd:

“Em CHANGE TOUT - Samba pra burro dissecado o que mais importa é a aposta que se esconde por trás do projeto: O remix não é encarado apenas como uma maneira de tornar a música mais radiofônica, mas acessível, e sim como uma chance de abrir um novo espaço pra a criatividade. Uma convocação para os alquimistas sonoros de plantão exercerem suas magias....”

CD 1

1 – Bob (Bossa velha mix) 5 ´59

Análise: Remix produzido por BID. O estilo de downtempo ou slowbeats permanece nos acordes musicais bem próximos a versão original. Não se trata de um remix para os clubs, mas é perfeito para bares, restaurantes e salas musicais com um público mais selecionado e conceito voltado para lounges e chillouts.

2 – O celular de Naná (DJ Patife mix) 6 ´09

Análise: Ótima versão em drum n´bass. Poderíamos chamar de Brazilian drum n´bass. Produzido pelo DJ Patife.

Imagem do BOX

3 – Reanult/Peugeot (Rica Amabis e Luca Raele mix) 3 ´39

Análise: Remix com abordagem conceitual. Os arranjos iniciais sintetizados e distorcidos lembram buzinas de automóvel.  A estrutura melódica segue uma linha mais contida e apresenta influências discretas do movimento MangueBeat.

4 – Café preto (M4J mix) 4 ´43

Análise: M4J é um projeto musical eletrônico com estilo predominante voltado para o Techno. Entretanto, diria que esse remix está mais para o Techno dançante do que para ser tocado numa rave, por exemplo. Mas os aspectos musicais abstratos fazem a diferença.

Encarte 1 

5 – Changez Tout (Superchocoboy mix) 6 ´32

Análise: Essa faixa remixada por Superchocoboy tem ênfase na percussão e não destaca muito a melodia. Quem conhece e já está acostumando em ouvir música eletrônica há muito tempo, poderá perceber claras influências do techno misturado com beats quebrados (Broken Beats) que era produzido nos anos 90. É óbvio que tudo isso com uma levada bem mais comportada.  Boa versão para ambientes como lounges e chill outs.

6 – Distraída pra morte (Da viola Max de Castro mix) 4´17

Análise: Remix produzido por Max de Castro. Possui uma abordagem musical voltada para a bossa nova levemente quebrada por acordes envolventes do drum n´ bass.

7 – Ciranda de maluco/batendo o tambor (Apollo 9 mix) 8 ´36

Análise: Se o assunto for criatividade, esse remix é show de bola! Produzido por Apollo 9, essa versão é cheia de interferências tribais e quebradas melódicas que atrapalham e harmonizam o andamento da melodia. A construção desse remix foi muito interessante. Ele faz com que o público fique hipnotizado com a vibração dançante e ao mesmo tempo envolvido em movimentos quase lisérgicos  sem entender nada. Um dos melhores remixes do álbum.  Pra quem entende, é claro!

8 - O celular de Naná (ABU mix) 5 ´35

Análise: Remix assinado por Andre Abujanra, com uma abordagem simples e destaque para a voz distorcida do cantor Otto acompanhado de influências musicais do MangueBeat.

9 - Reanult/Peugeot (AD mix) 4 ´24

Análise: Remixagem de atitude com levada bem eletrônica produzida pela dupla “AD”. É tipo de versão que tocaria em clubes ou inferninhos com o charme do extinto e lendário “Hells Club” em São Paulo. 


10 – BOB (Edu K mix) 4 ´57

Análise: Remix de peso nessa coletânea assinando por EDU K. Aliás, não se trata de um remix alucinante, pelo contrário, a suavidade melódica dessa canção fez com que ela se tornasse um dos remixes brasileiros mais badalados nas compilações internacionais de lounge e chill out lançadas na época. Falando sobre o trabalho desenvolvido por EDU K, diria que se trata de um personagem musical complexo e cheio de extremos. Ora ele está voltado para o rock n´roll e pop rock. Um tempo depois você vê ele detonando todas ao fazer caras e bocas no melhor estilo Marilyn Manson e Prodigy.  Então desaparece da cena musical. De repente, ele renasce fazendo estilo rap, hip-hop e funk carioca ao lado de popozudas. Um tempo depois surge novamente ao produzir um dos mais belos remixes nacionais no conceito downbeats, misturando a bossa nova ao ambient eletrônico fazendo clara referência as canções etéreas produzidas por Moby. 

Capa do livreto do BOX

11 – O celular de Naná (Technozoide mix) 5 ´37

Análise: Outro remix para a música O celular de Naná, mas apresentado por Tecnozoide. Nessa melodia podemos observar uma versão mais suave, quase experimental, com sussurros e referências ao Acid House e ao Ambient Techno produzido no início da década de 90. Ótima pedida pra quem gosta do estilo.

12 – São Paulo (Nude Mix) 5 ´31

Análise: Remix eletrônico produzido por NUDE  voltado para o trance com sotaque americano. Como assim? O estilo já passou por diversas fases e existem vários tipos de trance como trance europeu, trance alemão, trance americano, psy trance, goa trance, neotrace, hard trance entre outros...
Trance é um diminutivo da palavra trancedental no sentido de trancender a música. O estilo passeia por vários conceitos desde o comercial, o underground, o alternativo, o abstrato etc. o trance pde ser suave ou acelerado, possui um clima cósmico, viajante, emotivo, lisérgico, hipnótico, etéreo, melódico e intimista. Geralmente é instrumental, mas também pode ser cantado.

13 - Distraída pra morte (Muchacho´s Cut) 3 ´34

Análise: Remixagem feita por Muchacho Alves com influências do Trip hop. Sem dúvida, se trata de uma versão direcionada para lounges e chill outs.

14 – TV a cabo/ O que dá lá é lama (medley) 3 ´14

Análise: Medley produzido por Garcia y Carvalho sem cara de remix. Parece ser apenas uma versão diferente.

CD1 

Changez Tout – Samba pra Burro Dissecado é explicado pelo próprio Otto, em texto apresentado no livro:

“Num mundo tão remixado o Brasil só pode ser rei. O remix aqui começa na pele, em anos de miscigenação racial. Os DJS que contruíra Changez Tout - Samba para Burro Dissecado representam perfeitamente este mix. Esta consciência faz redobrado o prazer de entregar minha criação para estas pessoas e ouvir de volta coisas tão maravilhosas e diferentes. Espero que este disco contribua para a música eletrônica brasileira e que estes amigos voem bem alto. Este disco é deles. Salve o grande Deus digital.” 

OTTO
Para mais informações sobre o trabalho do artista acesse: 
Capa do single 02

OBS: Após ouvir com atenção todos os remixes apresentados no primeiro Cd, tem se a impressão de que o segundo volume possa ter sido prejudicado pela repetição de estruturas (idéias) e conceitos musicais.

1 - O celular de Naná  (DJ Dolores mix)

Análise: Esse remix produzido por DJ Dolores possui várias referências do Manguebeat e influências afro-brasileiras temperadas na medida certa, com o aporte tecnológico ao qual o DJ se propõem em sua releitura musical que tem a participação do percussionista Nana Vasconcelos.

2 – Distraída pra morte (Mamelo Sound System &  Marcos Axé mix) 3´56

Análise: Mais um remix com influências musicais nordestinas com a adição de elementos lúdicos bem próprios do pessoal que trabalha em circo e em teatro popular no interior do país. Remistura produzida por Mamelo Sound System &  Marcos Axé mix. 
BOX  verso 

3- Renault/Peugeot (2 caras mix) 5´46

Análise: Remix ao estilo drum n´bass produzido por Ram Science.

4 – Changez Tout (Monoaural Mix) 2´56

Análise: Remix experimental produzido por Kassin & Berna Cepas.

Outro detalhe do livro que acompanha o CD Box













5 – RE/PE (2 Freaks TB & Mamborin remix) 7´43

Análise: Faixa remixada por Camilo Rocha e Dj Yah! Essa versão é um dos melhores remixes apresentados neste segundo Cd. Uma faixa eletrônica dançante com sample de escola de samba e influências que vão do techno ao progressive house.

6 – Ciranda de maluco (João Marcelo mix) 5´09

Análise: Remix pouco criativo com pitadas sutis de drum n´bass. Produzido por João Marcelo.

7 – Renault/Peugeot (6 Renault 6 Peugeot 6) 2´34

Análise: Remixagem voltada para o Trip-hop, produzido por dj Nuts.

8 – TV a cabo/ O que dá lá é lama (medley) 6´59

Análise: Essa versão é assinada por Friendtronik que adiciona riffs de drum n´bass como base no andamento melódico da canção. 

9 – BOB (Scratchadelic experience mix) 7´27

Análise: Produzido por DJ Marky, esse belo remix também apresenta uma levada ao estilo drum n´bass e resgata um pouco do clima “jungle” ao qual o drum n´bass foi classificado em suas primeiras aparições na cena musical.

10 – Café preto (Pingado mix) 4´05

Análise: Uma versão bem “fusion” misturando vários conceitos musicais. Aqui você encontra elementos do rap, hip-hop, trip hop, acid jazz, ambient, e outras interferências melódicas.  Em resumo, uma ótima canção para viajar na fumaça. Remix editado por Leon T. Jr  e DJ Pliff.

Detalhe do verso do livro que acompanha o CD Box



















11 – Low 4 ´41

Análise: Remix ao estilo Broken beats com influências dos ingleses do Chemical Brothers e Propellerheads. Interessante. Produzido por Marcelinho.

12 – BOB (Vr. 303 x 505) 4´53

Análise: Independente de gênero eletrônico é possível perceber quando um remix é interessante prestando atenção apenas na atmosfera melódica que ele transmite ao ouvinte. Essa releitura pode ser considerada experimental, abstrata, conceitual e até com influências do drum n´ bass.  Mas independente disso, essa versão tem personalidade ao apresentar uma mixagem com timbres musicais “limpos e vivos” sem embolar a canção. Boa pedida para quem já está familiarizado com o ambiente sintético. O destaque é a participação da cantora Bebel Gilberto. Faixa produzida por Edgar Scandurra.

13 – Café preto 4´32

Análise: Muitos brasileiros já conhecem o termo “malevolência” que é utilizado para falar de algumas musicas na área de samba e pagode. Porém, talvez seja a primeira vez que alguém utilize a palavra “malevolência” para definir o “felling” dessa melodia eletrônica. Nesse remix sem nome, mas produzido por FLUX, os timbres sintetizados se misturam ao suingue malandro da batida do samba.

14 – Low 3´31

Análise: Que tal misturar “Firestarter“ do Prodigy em versão suave e adicionar um pouco de tempero brazuca nessa história??? É o que o remix está nos mostrando. Produzido por Autoload.

15 - TV a cabo/ O que dá lá é lama (medley) (Carangueijo a cabo mix) 4´45

Análise: Outro remix com influências do broken beats (batidas quebradas) ao estilo Chemical Brothers. Produzido por Alvin FX, essa versão tem uma boa pegada nervosa para contentar um público de atitude. 
CD 02

*** Até o momento não há informações de que este Cd box remixes tenha sido editado em vinil. 
Imagem do livreto + CD1 e CD2


**** Agradecimento especial a equipe da gravadora TRAMA, que se empenhou no desenvolvimento desse projeto, tanto na produção musical quanto no design gráfico. Afinal, essa compilação representa alguma coisa no meio do quase nada na área musical eletrônica brasileira. E olha que o CD nem parece ser tão eletrônico quanto falam!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

LS JACK - Sem Radar (single remix promocional)





















Capa 

Em 2003 a banda LS Jack lançou um remix para a música Sem Radar. Um single bem simples com apenas uma versão remixada, bem ao contrário da chamada na capa do Cd ao qual você mesmo pode ver escrito “Memê remixes”. É verdade que o remix foi produzido pelo DJ Memê. Porém, se trata de apenas um remix, no singular!
Tem diferença??
Sim, caro internauta! No mercado internacional, (lembre-se que o Brasil segue a mesma linha mercadológica) vários artistas lançam singles remixes de suas musicas. Quando for de um a três remixes, a gravadora lança um single chamado de remix. Mas quando o single apresentar de cinco a 15 versões diferentes, o single é chamado de remixes, no plural!!!!
Logo, não tem lógica fazer um single promocional trazendo apenas um remix junto com uma chamada comercial pomposa dizendo "Memê remixes"! Entende!  Quem as gravadoras pensam que estão enganado!?????
Para ficar claro e evitar sensacionalismos, este single apresenta apenas um remix na versão longa e na versão curta. Ponto final. Só isso!
Lançado pela Indie Records e distribuído pela gravadora Universal a música tem a  produção de Rick Bonadio e projeto gráfico de Eduardo Santos.  

Site provisório da banda: http://www.lsjack.com.br/

1 - Sem radar – Memê´s radio Edit  5´22

Análise: Remix pop comercial com levada house bem interessante. Essa versão satisfaz ao que ela se propõem mesmo que a melodia não tenha sido muito tocada nos programas de rádio pelas FMs da vida tanto quanto mereceria. Tem uma boa pegada na pista de dança, mas houve falta de divulgação diante de um público brasileiro carente de estilo e entendimento musical dançante. Vale pelo registro.
Encarte

2 - Sem Radar – Memê´s Club mix 7´19

Análise: Versão remixada semelhante a anterior, porém mais longa e destinada para os Clubs. Mas poucos Djs tocaram essa música. Falta de conhecimento, de interesse e de divulgação. Esse remix segue o estilo house mais europeu do que americano. Tem diferença? Sim prezado leitor! House americano tem uma vibração e House europeu tem um sotaque bem diferente.

3 - Sem Radar – Original 3´52

Análise: Versão original é igual a versão lançada no álbum. Poprock estilo seriado americano para adolescentes que estão descobrindo a vida. 
CD

***A música faz parte do álbum Tudo Outra Vez que também traz como faixa bônus uma versão acústica não editada neste single promocional.

** Até o momento não há informação de que  tenha sido lançado em vinil.

* Imagens do single gentilmente cedidas por Bianca M. S.